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Duisburg – Não peça a Gattuso, o cão de guarda do meio-de-campo italiano, para grudar em Zidane. Com sinceridade e bom humor, ele diz que não é do seu estilo marcar homem a homem. E que, no caso do craque francês, não há marcação capaz de anulá-lo. "O Zidane é imarcável, é quase impossível desarmá-lo. Quando ele está com a bola, o jeito é fazer o sinal da cruz e rezar para ele errar", disse. "Ele tem 34 anos e está jogando em alto nível nesta Copa. Vamos torcer para ele chegar com pouca gasolina no corpo domingo."

A declaração do volante do Milan provocou muitas risadas na sala de entrevistas. Gattuso é um "arroz de festa" nas coletivas organizadas pela assessoria de imprensa da Federação Italiana de Futebol e sempre solta frases interessantes que rendem bons títulos para as matérias. Ao longo dos 31 dias em que a Azzurra está na Alemanha, Gattuso foi o recordista de presenças nas salas de entrevistas: ontem foi a quinta vez que falou com a imprensa. Para efeito de comparação, Totti não apareceu sequer uma vez.

Ele se orgulha de ser mais suor do que técnica, de não ter o menor refinamento para jogar e de ter nascido numa minúscula cidadezinha da Calábria chamada Schiavonea di Corigliano.

Gattuso ri e faz rir quando conta que seu estilo "gladiador" é uma vocação que se manifestou muito cedo. Diz que seu pai, fanático torcedor do Milan, tinha um pôster do atacante Rivera. Mas ele, em seu quarto, tinha um do volante Salvatore Bagni, que jogou no Napoli de Maradona e na seleção italiana. "Meu pai ficou louco quando viu aquilo... Mas o que posso fazer se gostava de ver Bagni em campo, com as meias abaixadas e dando carrinhos para todo lado?"

Na entrevista de ontem, o amor por sua terra emergiu quando a questão era se já tinha passado férias nas praias do sul da França. "Minha França é a Calábria. Prefiro as pensões de uma estrela do que os hotéis franceses de cinco estrelas."

Brincadeiras à parte, Gattuso diz que nunca sentiu uma pressão e uma ansiedade tão grandes como agora. Ele conta que o tempo está demorando para passar desde a vitória sobre a Alemanha em Dortmund na terça-feira. "Ando pra lá e pra cá, olho no relógio e nada de o tempo passar. Mas garanto a vocês que vou estar bem domingo."

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