Frankfurt Um dos times mais festejados na história do futebol brasileiro desabou. Foi uma queda traumática. Novamente contra a França de Zidane o algoz da seleção na final da Copa de 98.
A geração que tinha a ambição de superar todo os recordes da era Pelé ficará agora marcada pelos tropeços contra uma estrela francesa. Zizou, com aposentadoria marcada para depois do Mundial, sepultou esse sonho.
Os europeus venceram a seleção por 1 a 0, gol de Thierry Henry, e agora pegam Portugal de Luiz Felipe Scolari, quarta-feira, às 16 horas (de Brasília), em Munique, pelas semifinais. No outro desafio dessa etapa, na terça-feira, a Alemanha encara a Itália.
Com a eliminação, jogadores como Cafu e Roberto Carlos símbolos da longevidade com a camisa amarela serão um dos mais afetados pelo primazia do rival. Eles participaram da derrota histórica no Stade de France. O coordenador Zagallo (outro marcado) era o técnico na ocasião.
Mas ninguém sentirá mais que Ronaldo. Depois da ainda inexplicável convulsão ocorrida há oito anos (horas antes da finalíssima), o maior artilheiro nas histórias das Copas deixa o Mundial da Alemanha como uma incógnita para 2010 pois vive uma gangorra física e terá 33 anos.
Foi também o terceiro sucesso consecutivo dos franceses sobre o Brasil. Em 1986, após o empate por 1 a 1 no tempo normal e vitória nos pênaltis, o time liderado por Michel Platini bateu o grupo formado por Telê Santana, que contava com craques como Zico, Falcão e Sócrates. E assim como agora pôs fim a uma das melhores safras de jogadores.
O primeiro tempo do duelo de ontem foi todo dos europeus. Sem conseguir sair da defesa, com Juninho no lugar de Adriano, a seleção ficou acuada pelos lampejos de Zidane com direito a chapéu em Ronaldo. Apesar do domínio francês, foram apenas quatro finalizações contra o gol de Dida. Na mais perigosa, já nos acréscimos, o camisa 10 cobrou uma falta quase na linha da grande área um momento de muita tensão para o torcedor brasileiro.
Na etapa final, o drama só se agravou. Zizou, sempre ele, bateu falta na área, ninguém acompanhou Henry, que entrou nas costas da defesa. O atacante só teve o trabalho de finalizar com o pé direito (aos 12): 1 a 0.
O desespero tomou conta dos atuais campeões do mundo. Nos minutos finais, já com Robinho e Adriano, o time de Parreira pouco produziu. Um adeus melancólico.