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Ricardo Zonta completa 20 anos de automobilismo nesta temporada. Quando volta no tempo e relembra a segunda colocação no campeonato curitibano de kart em 1987, ele custa a acreditar que realizou o sonho de menino e chegou à Fórmula 1. Desde 1999 na principal categoria do automobilismo mundial – apenas em 2002 ele correu pela Fórmula Nissan World Series –, Zonta tem a missão de deixar o carro da Renault "pingando óleo" na busca pelo tricampeonato do mundial de construtores. Perto de completar 31 anos (faz aniversário no próximo dia 23), o piloto curitibano falou sobre as perspectivas para a temporada 2007 da Fórmula 1, iniciada na madrugada de hoje, com o GP da Austrália. Acompanhe os principais trechos da entrevista, concedida por e-mail.

Já dá para avaliar o que será da Fórmula 1 sem Michael Schumacher?Michael ganhou vários títulos e ajudou a mudar bastante a Fórmula 1, como na questão da segurança, na parte técnica do carro. Ele mostrou também quanto profissional um piloto tem de ser.

Quais pilotos e escuderias brigarão pelo título em 2007?Acredito que a Ferrari tem uma grande vantagem, por já estar usando os pneus (Bridgestone) há vários anos. A relação é muito próxima, com muitos dados técnicos que farão a diferença durante o campeonato.

Quais as chances da dupla brasileira Felipe Massa e Rubens Barrichello? Algum deles pode acabar com o jejum de quase 16 anos sem título do Brasil?O Felipe tem grandes chances de lutar pelo campeonato.

O que dá para esperar da Renault, sua equipe, após a saída do espnahol Fernando Alonso?A Renault, assim como outras equipes, teve de mudar para esse ano os pneus. Por isso ainda estamos sofrendo muito para nos adaptarmos. O Fernando fez diferença dentro da equipe, mas acho que a escuderia tem capacidade suficiente de vencer corridas sem ele. Mas para isso acontecer, algumas mudanças no carro deverão ser feitas.

Como tem sido o seu trabalho na equipe ao lado do Nelsinho Pipquet? Ele pode mesmo ser um futuro campeão da categoria?Fui contratado pela Renault em agosto do ano passado, na corrida de Budapeste, e ele foi contratado logo depois da corrida de Monza. Até 2006 havia muitos dias de testes, mas neste ano o regulamento mudou, reduzindo os treinos. Só será permitido um carro da equipe por dia de teste e também menos dias durante o ano. O Nelsinho foi contratado pelo Briatore (Flávio Briatore, diretor geral da Renault) e tem um contrato direto com ele. Está fazendo um bom trabalho. Ele terá como aprender muito neste ano, acompanhando a equipe em todos os momentos. Acredito que correrá na F-1 já no ano que vem. Na Renault ou em outra equipe.

Quais as sua expectativa para a temporada?Fui contratado para desenvolver o carro por causa da minha experiência técnica e por já ter trabalhado com os mesmos pneus no ano passado (Zonta era piloto de testes da Toyota). Fiquei sob contrato com a outra equipe até dezembro e não pude testar o carro da Renault no ano passado. Isso me prejudicou um pouco. Terei que fazer muitos testes de desenvolvimento agora. Faz oito anos que estou na F-1, sempre viajando muito para todos os treinos e corridas. Neste ano poderei dividir minha tarefa com o Nelsinho.

No calendário desse ano não teremos as tradicionais provas de San Marino e Suzuka. Qual fará mais falta? Suzuka é uma pista muito especial, onde o piloto tem mais prazer em dirigir.

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