Rio (AE) – O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, garantiu ontem que o escândalo da arbitragem não provocará paralisação e nem virada de mesa no Campeonato Brasileiro. Segundo ele, o máximo que o caso Edilson Pereira de Carvalho pode provocar é a anulação de jogos, com realização de nova partida, nos casos em que a interferência do árbitro no resultado for comprovada pelas investigações policiais.

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Zveiter afirmou, porém, que ainda é cedo para qualquer decisão, já que os primeiros resultados só devem sair em duas semanas.

"Em hipótese nenhuma haverá paralisação do campeonato", afirmou o presidente do Tribunal. Na sua opinião, o caso de Edilson é isolado e não provocou uma "contaminação" que justifique a suspensão do torneio. "Não há o caos que querem instalar. O que temos, por enquanto, são denúncias que serão investigadas na esfera criminal", disse, informando que o STJD já instaurou uma comissão para avaliar as partidas apitadas pelo árbitro.

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Formada pelos ex-árbitros Carlos Alarcon, da Confederação Sul-Americana de Futebol, Edson Rezende e Valquir Pimentel, a comissão vai rever oito jogos para analisar se houve influência no placar. Em três partidas – Juventude 1 x 4 Figueirense, São Paulo 3 x 2 Corinthians e Fluminense 3 x 0 Brasiliense – essa hipótese já foi descartada, a partir dos depoimentos do próprio árbitro ao Ministério Público. "Ele disse que tentou vender esses jogos para os apostadores mas não conseguiu", contou Zveiter. Entre os oito jogos sob investigação está Internacional 3 a 2 Coritiba, no dia 21 de agosto.

Uma outra comissão, coordenada pelo presidente da 4.ª Comissão Disciplinar do STJD, Marcus Basílio, está em São Paulo acompanhando as investigações. Esse grupo foi formado no dia 14 de setembro, a partir de denúncias surgidas na imprensa sobre manipulação de resultados no campeonato.

O presidente do STJD informou que Basílio chegou a colher depoimento do zagueiro Sebá, do Corinthians, que acusa Edilson de tê-lo agredido em uma partida em que o Timão perdeu de 3 a 2 para o São Paulo. Na ocasião, segundo depoimento do jogador argentino, o árbitro teria lhe chamado de "gringo de m...". Zveiter disse não ter dúvidas de que o caso tem relação com as denúncias de manipulação de resultados. Segundo este raciocínio, uma das estratégias de Edílson seria forçar o descontrole emocional dos atletas.

Caso sejam comprovadas as denúncias, o árbitro será banido do futebol. As investigações do STJD devem ser concluídas em um mês. Na primeira quinzena, explicou o presidente do tribunal, a comissão de ex-árbitros vai elaborar um laudo sobre a atuação de Edilson durante o campeonato.