Cidades inteligentes
Cidades mais resilientes: empresas abrem chamada para projetos de digitalização
O Brasil é um dos países que podem ser contemplados com um novo programa piloto para digitalização de cidades resilientes, fruto da parceria recém-lançada entre Visa e Global Resilient Cities Network (GRCN) - instituição que ajuda cidades a implementar projetos que protejam populações vulneráveis. O programa "Resilient Cities Shaping a Digital World" (cidades inteligentes dando forma a um mundo digital, em tradução livre) vai selecionar três cidades da América Latina para implementar soluções que visem a inclusão e a transformação digital.
Podem se inscrever com projetos as cidades-membro do GRCN, que no Brasil são Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. No total, a empresa tem ações em 17 cidades da região da América Latina e Caribe.
As inscrições para o programa estão abertas até o fim de agosto. As três cidades finalistas serão anunciadas no dia 7 de setembro. A partir daí, o programa deve durar um ano para o desenvolvimento e implementação de soluções. Mais informações estão disponíveis do site da empresa.
Eugene Zapata, diretor geral da GRCN para América Latina e Caribe, explica que o foco do programa é ajudar as cidades a se digitalizarem de forma mais igualitária. Se a ideia do projeto já estava consolidada antes da pandemia de Covid-19, durante a crise as empresas viram o objetivo da iniciativa aumentar sua importância.
"A transformação digital, se não for bem administrada pelas autoridades de uma cidade, pode se transformar em um grande problema de exclusão digital. Na América Latina - um dos continentes mais desiguais do mundo, onde os mais ricos vivem ao lado dos mais pobres -, existe um perigo ainda maior de exclusão se não anteciparmos isso", defende Zapata. "Para se tornar mais digital, a cidade deve buscar uma inclusão mais ampla das populações vulneráveis. Precisamos melhorar a vida das pessoas, especialmente dos mais necessitados. Queremos que o programa traga uma vida melhor para as pessoas, e não apenas trazer soluções técnicas".
Marcelo Sarralha, diretor executivo de Soluções da Visa do Brasil, complementa que a pandemia do coronavírus contribuiu para acelerar as atividades de inclusão digitais, como através pagamentos sem contato. "Temos muitas maneiras de fazer com que o programa incentive as cidades a desenvolver soluções interessantes para contribuir concretamente para que sejam mais resilientes", complementa.
Seleção e fases do projeto
Para se inscreverem, as equipes criadas em cada cidade podem trabalhar com um amplo espectro de temas dentro da digitalização. No entanto, Zapata indicou alguns dos tópicos emergentes possíveis de serem trabalhados.
Serão utilizados cinco critérios para selecionar os três projetos vencedores.
- O tempo para execução do projeto: se ele já traz impacto em curto e médio prazo;
- O tamanho do desafio, se é realizável;
- A relevância do tema, se ele está alinhado com as estratégias de resiliência da cidade (já publicadas para cada uma das cidades-membros do GRCN);
- O apoio político das autoridades locais, como as prefeituras;
- Quais são os resultados específicos esperados e a resiliência das soluções: se elas podem ser adaptadas a desafios de diferentes áreas. "Quanto mais o desafio puder trazer um efeito multiplicador nos diferentes setores das cidades, melhor", endossa o diretor geral.
As inscrições estão abertas no site do programa (em inglês. Em breve, será disponibilizada uma versão em português).
