Aos 61 anos de idade, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE caminha para ser o primeiro banco de fomentos verde do Brasil. De olho em um futuro que demanda flexibilidade, adaptação, novos negócios e aproximação com a sociedade, a instituição tem trabalhado em ações disruptivas que incluem projetos de inovação aberta, promoção de eventos e conversas com entidades.
Na última quinta, 15, o BRDE, em parceria com a Hotmilk – Ecossistema de Inovação da PUC/PR, promoveu o evento “Atmosfera: Conectando inovação e sustentabilidade a grandes negócios”. Além da participação de líderes empresariais que trabalham com ESG (práticas ambientais, sociais e de governança), a programação teve o encerramento do programa BRDE Labs 2022 e apresentação do Programa Dev the Devs, formação gratuita para estudantes do ensino médio público na área de TI, fruto de parceria entre BRDE, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e PUC/RS.
“Esse é o novo alinhamento que a sociedade exige, principalmente para o BRDE, que é um agente público”, conta Wilson Bley Lipski, presidente do banco. Ele conta que, apesar da forte entrada no agronegócio, existe um trabalho acontecendo para alcançar micro e medias empresas. “A aproximação com startups e a nova economia foi uma exigência do governador do Paraná. Para ele, era fundamental que o BRDE fosse um banco próximo da sociedade”, completa Bley. Para isso, o próprio presidente esteve com Associações Comerciais, Associações de Municípios, Conselho de Juventude, Conselhos de Mulheres. Entre algumas mudanças, estão:
- Interação completamente virtual – gestão de documentos remota
- Capital de giro isolado
- Ensinar a obter crédito por meio da plataforma BRDE Explica
Resultados
Os resultados vieram e, em três anos e meio, o BRDE saiu de 300 contratos diretos para mais de 10 mil. O banco alcançou os melhores resultados de sua história e 2022 terá o melhor resultado operacional desde a sua fundação. “Passamos de R$2,6 bilhões de contratações/ano para mais de R$4 bilhões. E hoje somos o maior repassador de linhas de inovação do Brasil, apesar de atuar apenas nos três estados do sul”, afirma o presidente.
Agora, a ideia é pulverizar ainda mais os recursos, ampliando o estímulo às iniciativas ESG e caminhar para se tornar o primeiro banco de fomentos verde do Brasil. “Essa é a oportunidade de sermos protagonistas em práticas sustentáveis com a criação de uma nova cultura interna, e em nossos clientes”, afirma Bley. Para ele, o primeiro passo precisava ser dado, mesmo que haja um caminho longo, de conscientização e mudanças culturais. “O importante é uma política estabelecida e um planejamento estratégico de continuidade. Isso nós temos”, valida.
BRDE Labs
Criado para conectar e fomentar o ecossistema de inovação, o BRDE Labs está hoje em sua terceira edição e aconteceu em parceria com a Hotmilk. Este ano o tema central foi ESG. “Nós damos a oportunidade para nossos clientes e parceiros terem acesso ao processo de inovação aberta e experimentar, na prática, a troca de saberes”, conta Lisiane Astarida, gerente de planejamento e novos negócios do BRDE. Ela explica que essas empresas são chamadas âncoras e elas se comprometem a acompanhar as startups selecionadas e colocarem uma equipe para dialogar ao longo do processo, que dura quase um ano.
Em 2022, foram inscritas no programa 163 startups, com 288 propostas de soluções para os desafios dispostos para solucionar. Com o processo de captação, 71 startups passaram para a fase de pitch ao vivo. Após o fim da segunda fase, foram selecionadas 19 empresas e 23 soluções, que prosseguiram para a fase de imersão.
Durante a última fase do BRDE Labs as empresas âncoras selecionaram as startups com as melhores resoluções dos problemas apresentados, para a aceleração. Entre elas está a Sustain, plataforma online de sistematização e gestão de indicadores de desempenho e resultado (qualitativos e quantitativos), com estabelecimento e monitoramento de programas, metas e planos de ação. Com sede em Curitiba, a empresa opera desde abril deste ano. A cofundadora da startup, Rafaela Francisco, aponta que, além do aprendizado ao longo do processo, foi possível estabelecer novas parcerias. “Ganhamos em autoconhecimento e na integração entre empresas. A validação do nosso negócio, saber que há demanda e que seremos bem aceitos no mercado também foi importante”, completa Rafaela.
Lisiane Astarida conta que, a cada edição aumenta o número de âncoras se conectando às startups. “Com a aproximação, tornamos as empresas paranaenses mais competitivas, já que a cultura da inovação tem esse papel”, completa a gerente que antecipa o tema de 2023: Inovação Verde e Equidade.