Um acordo de cooperação técnica entre o Confea, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e o Ministério da Saúde vai incentivar a atuação profissional no combate à pandemia . O acordo deve promover parcerias com outros órgãos e entidades da iniciativa pública e privada na recuperação de respiradores e construção de hospitais, viabilização da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) Social e treinamento e capacitação dos profissionais para dar suporte ao Estado em casos de saúde pública. A ART Social será disponibilizada para órgãos públicos, empresas e profissionais que atuem sem finalidade lucrativa. Isso será possível a partir da adesão de cada Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) ao acordo de cooperação.
A parceria é celebrada em um contexto onde a pandemia do coronavírus coloca os profissionais da saúde e a sociedade em um campo de batalha contra a doença. Sob a perspectiva do Confea, a considerar as competências e habilidades profissionais representadas, o conselho entende que pode colaborar em serviços e atividades que direta ou indiretamente podem contribuir na recuperação de pacientes do Covid-19.
Para o presidente em exercício do Confea, engenheiro civil Osmar Barros Júnior, a atuação do sistema na pandemia deve ser encarada como responsabilidade social da entidade na promoção da cidadania. “O engajamento do Confea e dos Creas em iniciativas governamentais é reflexo do trabalho realizado nos últimos anos, focado na qualidade de vida das pessoas”, destaca o dirigente. O engenheiro civil Carlos Vilhena, conselheiro federal por São Paulo, acrescenta que a atuação do sistema mostra a capilaridade do exercício profissional em demandas de interesse e utilidade pública. O engenheiro civil João Pimenta, coordenador da Comissão de Articulação Institucional do Sistema (Cais), entende que “a engenharia deve, naturalmente, contribuir para a construção dessas soluções pelo seu conhecimento científico e a serviço do conforto e desenvolvimento da humanidade”.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, destacou a iniciativa do Confea e convidou outras instituições de classe, empresas e organizações não governamentais a contribuírem com o Ministério nas ações contra a pandemia da Covid-19. “As parcerias público-privadas têm se apresentado como uma das muitas soluções para o combate ao enfrentamento da Covid-19 no Brasil. Essas parcerias têm ajudado a evitar um colapso maior no Sistema Único de Saúde (SUS). A colaboração da iniciativa público-privadas tem fortalecido o Sistema, também, com Equipamentos de Proteção Individual (EPI), respiradores, medicamentos, construção de hospital de Campanha, leitos de Unidade de Terapia Intensivo (UTI), entre outras demandas da pasta para que as ações de enfrentamento a Covid-19 sejam acessíveis a todos os brasileiros em tempo hábil e possam salvar vidas”, pontuou Pazuello.
“As parcerias público-privadas têm se apresentado como uma das muitas soluções para o combate ao enfrentamento da Covid-19 no Brasil. Essas parcerias têm ajudado a evitar um colapso maior no Sistema Único de Saúde (SUS)."
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde.
Protocolos oficiais
O Departamento de Gestão do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde disponibilizou aos profissionais do sistema um curso de capacitação nos protocolos oficiais de enfrentamento à covid-19. Aprovados pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública, o curso sobre Protocolos de Manejo Clínico do Coronavírus se constituí em um manual de procedimentos. Conforme informou o Ministério da Saúde, o objetivo é apresentar em três cenários distintos (unidades básicas de saúde, de urgência e emergência e de terapia intensiva) orientações sobre manejo clínico, protocolos e processos de trabalho para atuar no atendimento à pandemia.
O diálogo com o Ministério da Saúde é coordenado pelo Comitê do Sistema Confea/Crea e Mútua de Gestão da Crise decorrente da Covid-19. A aproximação foi realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin), parceira do Ministério na iniciativa ‘+Manutenção de Respiradores’, que consiste em restaurar respiradores mecânicos. A ART Social foi uma sugestão da Abeclin para projetos de atividades vinculadas à luta contra pandemia como recuperação de respiradores e construções de hospitais de campanha.
O engenheiro civil Fernando Dacal, presidente do Crea-AL, destaca a pertinência da parceria com o Ministério da Saúde: “a engenharia está no cotidiano da sociedade. Os respiradores, por exemplo, são equipamentos que foram pensados pela engenharia”. Nesse contexto, Dacal, que é integrante do Comitê de Gestão da Crise, ressalta ainda a importância do curso disponibilizado pela Saúde, permitindo que os profissionais que trabalham na ponta sejam devidamente habilitados.