Uma das principais estratégias de melhoria na rede de distribuição de energia da Copel chegou à Ilha do Mel, icônico ponto turístico do litoral do Paraná, pouco antes do início do verão de 2024/2025. As cerca de 800 unidades consumidoras da ilha, que fica na entrada da baía de Paranaguá, receberam a instalação de medidores inteligentes sem custos, o que deve não só melhorar o atendimento ao cliente como contribuir para a preservação da biodiversidade do local, que abriga uma unidade de conservação (parque estadual), para além das belas praias.
A troca dos medidores está em um conjunto de ações de digitalização e automação da companhia na rede de distribuição paranaense. Os novos equipamentos oferecem leitura em tempo real do consumo de energia, religamento à distância e a detecção automática de eventuais falhas, tornando o restabelecimento da energia mais rápido.
O diretor de Operação e Manutenção da Copel, Julio Omori, resume como os medidores impactam na operação da empresa e os benefícios para os clientes. “Para nós primordialmente o equipamento coleta as medições para faturamento [mensais] e faz o liga/desliga remotamente, esses são os casos mais frequentes e que evitam deslocamentos para execução manual dos serviços. Mas ele também funciona como uma ferramenta de autogestão do consumo ao cliente e um sensor da companhia lá na ponta, automatizando a informação de quedas de energia e proporcionando um restabelecimento mais ágil”, diz.
Na prática, a Copel consegue saber imediatamente a situação do consumidor: se ele está com ou sem energia. “Em casos de grandes temporais, por exemplo, o medidor já nos informa da queda antes mesmo de ser aberto um chamado. Da mesma forma em que consumidores que ficaram sem luz por algum tempo e na qual a energia já foi restabelecida remotamente com nossas reconfigurações no sistema pelas chaves automáticas, também já sabemos que a energia voltou e não precisamos mais ir lá”, explica. Ou seja, não se perde tempo com algo já resolvido e as equipes de campo podem ir diretamente para locais que necessitam do serviço, fazendo a diferença em momentos de grande contingência.
Os novos medidores fazem parte da Rede Elétrica Inteligente, programa que a companhia iniciou em 2021 e nesses mais de três anos já ultrapassou a marca de um milhão de unidades consumidoras beneficiadas em 105 municípios nas regiões Centro-Sul, Oeste e Sudoeste do Paraná, além de parte das cidades da Região Metropolitana de Curitiba e a Ilha do Mel.
“Nosso ritmo atual é de três Ilha do Mel por dia [perto de 3 mil instalações], ou quase 90 mil equipamentos instalados por mês. A gente pretende finalizar [2025] com 1,7 milhão de consumidores [cerca de um terço do total no Paraná]. Ano que vem é o pico da fase 2 [municípios do Centro-Sul e parte da RMC] e essencialmente da fase 3 [Oeste], com bastante ativação de medidores inteligentes, mais intenso que nos últimos anos”, diz Omori.
O ano de 2025 marca o fim do planejamento inicial do programa que teve o início de sua execução há três anos e somará R$ 820 milhões em investimento, mas essa não será a linha de chegada. “Estamos fazendo estudos, a intenção é ter a cobertura dos medidores inteligentes em 100% do Paraná. É uma tecnologia muito avançada, mas a tecnologia a cada dia traz novas alternativas, então não necessariamente vamos terminar o projeto com a que começamos em 2021. Estamos atentos a isso e vamos reavaliar para ver se não é interessante testar uma nova tecnologia antes de massificar o término das instalações”, diz Omori.
Entre as prioridades do novo planejamento estão os municípios do Litoral, que têm essa característica de aumentar muito a demanda por serviços e sua carga elétrica em curto espaço de tempo à medida que a temporada de verão se aproxima.
Novos equipamentos impactam na sustentabilidade e nos investimentos
Ao evitar o deslocamento de veículos a combustão para a realização de serviços agora feitos remotamente, que vem crescendo ano a ano, a Companhia Paranaense de Energia já deixou de emitir mais de 400 toneladas de CO₂ (dióxido de carbono) na atmosfera. “O deslocamento na área rural é bastante expressivo, às vezes são necessários veículos pesados como caminhonetes e caminhões. Fazemos o cálculo modelo a modelo, das distâncias, e chegamos na quantidade de CO₂ que deixamos de emitir”, relata Omori.
Na Ilha do Mel, por sua vez, o cálculo corresponde à travessia do continente até lá por barco – movido a diesel – uma vez que na ilha em si não são permitidos veículos e o deslocamento é feito a pé. Na temporada, o movimento de pessoas dispara e a carga aumenta até 10 vezes nas semanas de pico, tanto que a Copel precisava de equipes fixas no local para dar celeridade ao atendimento.
O diretor da Copel explica que os medidores inteligentes também servem como norte para futuros investimentos da empresa, ao darem a condição de olhar com detalhes a evolução do consumo e quais lugares estão utilizando mais energia. “A gente usa para planejar a expansão da infraestrutura na ilha [e também outras localidades] com mais qualidade. É bom lembrar que foi só no final da década de 90, há cerca de 25 anos, que a ilha passou a ter energia de forma integral com a instalação de cabos subaquáticos pela Copel – antes disso era atendida por geradores a diesel que não operavam 24h”, ressalta.
Controle na palma da mão em tempo real
Outro benefício importante como o novo medidor é o monitoramento do consumo pelo aplicativo da Copel em tempo real, que permite ao cliente fazer a gestão do seu próprio consumo, como ter a previsão do valor da conta no fim do mês (pelo padrão observado até então) e a opção do envio de alertas personalizáveis em caso de variações no consumo diário.
Dessa forma, o consumidor tem uma visão completa de seus hábitos de utilização de energia, como eles impactam na conta e, claro, um poder maior para controlar seus gastos e economizar, ajudando na eficiência energética e sustentabilidade. Um dos outros reflexos positivos da utilização do aplicativo observado pela Copel, é a maior adoção de fatura digital (possível também sem o novo medidor), que continua a valer como comprovante de endereço, mas dispensa a impressão no papel e é mais prática.