Fachada da PUCPR: tecnologias estão evoluindo rapidamente e fazem parte do avanço no processo de formação| Foto: ARQUIVO/GAZETA DO POVO

O ensino baseado estritamente na teoria e extensão, passivo, em que o professor é o único detentor do conhecimento na sala de aula já está ultrapassado. As universidades do século XXI devem trazer novas dimensões aos seus estudantes. Com foco em empreendedorismo, tecnologia e internacionalização, é possível preparar os jovens engenheiros e agrônomos para atuarem em um mundo globalizado, com habilidade para conceber e operar sistemas complexos.

“A evolução tecnológica está mudando o perfil das profissões. Antigamente, tínhamos formações mais amplas, que atendiam a demanda de diversos setores empresariais. Já a geração digital que está chegando nas universidades precisa de algo além do tradicional, o que exige que as instituições evoluam, para serem a vanguarda”, explica o Decano da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Neri Santos.

No campo, por exemplo, a agricultura é uma atividade extremamente complexa, que necessita de um conhecimento altamente científico, para que isso seja equacionado em forma de soluções. “Os problemas são constantes, os agricultores estão ávidos para encontrar soluções para pragas, redução de custos. E quando os alunos são vocacionados e capacitados, eles tem esse perfil que busca empreendedorismo ou são contratados por empresas ou pelo governo com bastante sucesso”, afirma o coordenador do curso de Agronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Antonio Corrêa Lucchesi.

Lição de casa

Além da reformulação das metodologias de ensino, é preciso que o estudante também faça a sua parte. É importante que ele se preocupe com a formação e busque respostas para os problemas reais do setor, propondo ideias inovadoras. “Dessa forma ele vai ter espaço, mas se ele não tem esse preparo, tem apenas o documento, o diploma, vai ser difícil”, ressalta Lucchesi. Segundo o professor, os bons profissionais estão sendo procurados porque os problemas fazem parte do dia a dia da sociedade.

Para Santos, de todas as áreas de formação, a engenharia é a que mais dá oportunidade para quem quer ser empreendedor. “É nela que eu formulo ideias e crio espaço para a geração de empregos. Sendo, neste caso, essencial salientar as empresas juniores, que têm importância significativa para formar o futuro empreendedor, além da possibilidade de eu iniciar, dentro das universidades, as startups. Os estudantes têm a oportunidade de desenvolver as atividades empreendedoras já durante o seu período acadêmico, como por exemplo, iniciar um negócio junto com os seus próprios professores”, destaca.

Websérie

Luiz Antonio Corrêa Lucchesi e Neri Santos debateram esses e outros assuntos relacionados ao meio acadêmico no último episódio do projeto “Uma Nova Engenharia para um Novo Brasil”, uma iniciativa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) em parceria com a Gazeta do Povo. Com o tema “Ensino tecnológico de engenharia”, a web série com os dois especialistas foi transmitida ao vivo pelo Facebook da Gazeta do Povo. Para conferir a programação completa das webséries apresentadas, clique aqui.