Luiz Gustavo Vidal, Dr. Vidal, Vidal. Advogado, artista, professor, pesquisador. Casado com Bianca Glaser, pai de Mariella e Isabella. Coxa-branca fanático. Não, ele não aprova a palavra “fanático” – associada ao time rival.
Qual a importância de Vidal na cidade de Curitiba? Muita. Ele é um entusiasta da arte e da cultura. Preside a Associação de Artistas Plásticos do Paraná, é membro da área de cultura da Associação Comercial do Paraná (ACP), integra a Comissão de Cultura da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional. Além disso, é diretor do Museu Casa Alfredo Andersen e também do Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP).
Um desavisado diria: e na prática? O que faz Vidal? Apenas para falar de sua atividade nos últimos cinco anos, Vidal fez muito e, em particular, pela cidade de Curitiba.
A começar, o mural Mobilidade Urbana, que assina como artista, localizado à esquerda da saída do viaduto da Rua Treze de Maio. E como um trabalho puxa outro, Locomotiva, também da série Mobilidade Urbana, mural que está na fachada de um prédio na Rua 24 de Maio, 1087, inaugurado durante a pandemia.
Por último, como atual diretor do Museu Casa Alfredo Andersen, imbuído de sua missão de democratizar a arte e promover o acesso à população, incrementou as disciplinas artísticas ofertadas, passando de três para quase 15, incluindo Arte Urbana, Objetos Concretos, Serigrafia Artística, Ilustração Botânica, Croquis Urbanos, Roda de Leitura, Fotografia e, inclusive, Fotografia para pessoas com deficiência visual.
O resultado é estrondoso: dos antigos 60 a 80 alunos, o Museu Alfredo Andersen passou a quase 500 alunos/mês. Multiplicador da arte. É dessa forma que Vidal pode ser definido.
MULTIPLICADOR DA ARTE, POR ELE MESMO
“Meu primeiro estágio como estudante de Direito (por três anos e meio) foi diretamente com o advogado Dr. Eduardo Rocha Virmond – foi ele quem me apresentou a vários artistas como o ator Paulo Autran - também advogado -, Poty Lazzarotto, Denise Stoklos, entre outros. Dr. Virmond mostrava-me as cartas trocadas com importantes escritores e os finais de tarde em seu escritório eram celebrados com maravilhosas sessões de jazz, ópera, literatura e discussões sobre as colunas de Paulo Francis no Estadão.
Naturalmente, meu interesse pelo universo artístico encontrou neste rico ambiente de advocacia moldagem definitiva e correlação, e assim, já ao término da faculdade, comecei a estudar direitos autorais, incentivado pelo meu padrinho, o professor Luiz Edson Fachin, hoje Ministro do STF, que me confiou o primeiro caso na matéria e incentivou a encarar a cultura de uma forma diferenciada.
Curitiba se mantém no foco das atenções de gestores públicos, urbanistas e formadores de opinião para o que acontece em termos de soluções inteligentes na gestão de grandes cidades. Na extensão de sua malha viária, é grande a busca de soluções para tornar a cidade mais fluida e, dado o vácuo na produção de obras de arte urbanas coerentes com a vocação dos murais de Curitiba, surgiu o Projeto Mobilidade com Arte Urbana.
Precisamos estabelecer um «marco sustentável» para melhor compreender o âmbito da mobilidade urbana e da responsabilidade individual. (O projeto celebra Curitiba como uma das cidades com a maior extensão cicloviária do país. Reflete e abre diálogo com a comunidade, governantes e mídia a respeito do futuro das cidades e o papel das escolhas individuais na responsabilidade por cidades e ambientes mais verdes e amistosos à população.)
A mobilização é multifacetada. Envolve educação no trânsito, conscientização sobre os impactos no meio ambiente e a divulgação de melhorias nos serviços prestados para os usuários do transporte público.
Não importam as diferenças ou circunstâncias dos indivíduos, a arte é uma língua universal, atemporal. Percebi a importância da cidade e a força de sua conexão com todas as pessoas. Passamos alheios aos cenários da cidade - quando muito valorizamos ou sentimos saudade quando não estamos aqui. Assim, senti vontade de retribuir estas emoções e demonstrar meu amor por Curitiba fazendo de suas paredes cegas, minha galeria.”