O Tecnoparque é um programa municipal para fomentar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica.
Na imagem Tecnoparque. Foto: Divulgação| Foto: Divulgação

Investir em uma startup pode ser uma experiência profissional significativa ou, ainda, virar um negócio bastante rentável financeiramente. Algumas chegam a se transformar nos tão sonhados “unicórnios” – empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. Pequenas organizações em estágio inicial que têm a inovação como mola propulsora, as startups também são influenciadas pelo ambiente onde estão inseridas. E, ao que tudo indica, Curitiba parece ser um bom lugar para esse tipo de “criação”. Dos 21 unicórnios brasileiros, três estão sediados e se consolidaram na capital paranaense: Ebanx, MadeiraMadeira e Olist.

Iniciativas como o programa Tecnoparque, da Prefeitura de Curitiba, que oferece incentivos e recursos para empresas com esse perfil são fatores que acabam contribuindo para esse cenário. Em 2021, a capital paranaense conquistou o título de cidade mais inteligente da América Latina com o Vale do Pinhão, o ecossistema de empreendedorismo e inovação.

De acordo com estimativas da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, a cidade conta com pelo menos 15 aceleradoras e incubadoras, 14 Centros de Pesquisa e Inovação e cinco universidades tecnológicas.

O Ebanx, primeiro unicórnio da Região Sul, é uma fintech criada em Curitiba e que hoje tem projeção internacional. Porém, tudo começou como uma ideia no modelo aplicável de startup, que foi escalonado.

Em Curitiba e Região Metropolitana existem mais de 1,4 mil startups, segundo o Mapeamento das Startups Paranaenses 2020/2021. Além dos unicórnios, estão nomes conhecidos como Contabilizei, Checkmob, Bcredi, Beetools, James Delivery, entre outros. O professor Tiago Gutierres, do UniCuritiba, explica que existem alguns fatores que contribuem para a criação desse tipo de negócio. A burocracia é um deles, porém o próprio fluxo dos processos adotados pelas grandes corporações contribui para o surgimento e a inserção de startups com soluções inovadoras. “Os setores de projetos das grandes empresas estão sobrecarregados. É aí que elas buscam as startups para resolver seus problemas, por terem um setor ocupado com demandas internas”, analisa.

Além do reconhecimento internacional, empreendimentos que surgiram nos últimos anos ajudaram a cidade a garantir o status de “ambiente favorável à inovação”. Em 2021, Curitiba foi escolhida como a cidade Mais Inteligente da América Latina (Latan Smart City Award), a Mais Empreendedora do País (Ranking Connected Cities) e seu Plano de Retomada Econômica foi eleito um dos seis mais inovadores do mundo (World Smart City Awards).

Entre as iniciativas que contribuíram para esse reconhecimento estão os espaços públicos de coworking e o Vale do Pinhão, com estrutura física disponível para os empreendedores, além de profissionais dos principais serviços para auxiliar e orientar nos processos.

SOLUÇÃO PRÁTICA

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As diversas tribos que presenteiam Curitiba em seus 329 anos.

O conceito de startup acaba ganhando corpo quando os empreendedores descobrem uma maneira de produzir e escalonar o serviço. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a PontoMais, startup que otimizou a folha ponto, integrando recursos do setor de recursos humanos e financeiro. A solução simples ajudou muitos empresários que sofreram impactos durante a pandemia com a alteração da rotina de seus colaboradores, que passaram a trabalhar home office, e também para aqueles que adotaram contratos intermitentes, previstos com a reforma trabalhista.

O estudante Thiago Ribas, que cursou Engenharia de Automação no UniCuritiba, conta que da “dor” de não poder estar em sala de aula, surgiu a ideia de proporcionar o ambiente de laboratório para quem estava em casa. Segundo ele, a universidade tinha um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que ajudou ele e sua equipe a colocarem a ideia em prática. “Com isso, nosso produto acabou sendo escolhido pelo gruepo Ânima, que estava buscando este tipo de tecnologia. Em vez de comprar um produto que viria de fora, optaram por investir nos micro laboratórios criados pelos alunos no Brasil”, relata Thiago um dos fundadores da startup Peri Educacional.