Promover a educação, pesquisa e extensão acadêmica voltada à população em condição de refúgio é um dos objetivos da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Desde 2021, a ACNUR tem uma parceria com a UniCuritiba para o desenvolvimento de atividades voltadas ao público imigrante por meio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, criada para aumentar a conexão entre a agência e as universidades.
"A parceria surgiu porque já desenvolvíamos atividades pelo núcleo de imigrações da universidade. Naquela época, era curso de português para a população imigrante, realizado de forma remota", explica Natali Hoff, professora de Relações Internacionais e coordenadora da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da UniCuritiba.
Além de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao refúgio, a Cátedra também capacita professores e estudantes para lidar com o tema e atua em projetos comunitários. “É essencial que a universidade não fique fechada em si mesma. Ver o conhecimento que é produzido aqui sendo levado até a comunidade refugiada, com o objetivo de acolher e auxiliar eles nesse processo de adaptação é incrível”, pontua Natali.
Além dos professores, cerca de 50 alunos são voluntários e auxiliam em várias atividades. “Esse é um projeto muito importante por possibilitar o ‘intercâmbio’ entre o acadêmico e a comunidade, e fazendo a diferença na vida das pessoas”, avalia Natali. "Acho gratificante ver os alunos envolvidos e fico muito feliz de poder presenciar esse processo. Afinal, eles crescem como profissionais e como seres humanos. Por mais que seja um projeto de extensão da universidade, eles estão ali, lidando com pessoas que precisam desse acolhimento. É importante e gratificante ver que eles de fato estão se comprometendo em tornar esse processo de adaptação um pouco mais simples. Assim, colaboramos, nem que seja um pouquinho, para aumentar o acolhimento desse público em Curitiba”.
As ações junto às comunidades são pensadas com as lideranças de cada local e desenvolvidas para acolher e integrar o público imigrante de Curitiba. Confira algumas delas:
Aulas de português: ofertada para o público imigrante de um modo geral, mas principalmente para os refugiados, as aulas de português básico foram gravadas pelos alunos e podem ser conferidas em um curso disponibilizado online. Além disso, discentes estão disponíveis para mentorias. “Essas aulas são pensadas para auxiliar esse grupo de pessoas a conseguirem se comunicar um pouco melhor, até irem se adaptando. É para facilitar um pouco o começo dessa jornada”, explica a professora.
Cartilhas: o material informa os imigrantes e refugiados de seus direitos com informações objetivas e instruções simples, que muitas vezes são difíceis de encontrar nos sites das instituições. Estão disponíveis em português, francês e inglês, mas podem ser adaptadas para outros idiomas.
Arrecadações: são feitas ações de arrecadações de alimentos e demais produtos de necessidade básica. “Também auxiliamos no repasse das doações do próprio ACNUR, como cobertores e outros itens, para a comunidade imigrante de Curitiba”, explica Natali.
Evento 'Acolhe UniCuritiba': a iniciativa oferece alguns serviços da universidade para o público imigrante da cidade. Segundo a docente, o primeiro aconteceu no ano passado e deve ser repetido esse ano, mas ainda está sem data.
‘Conect’: programa ajuda o imigrante a entrar no mercado de trabalho, com elaboração de currículo e apoio na procura e preparação para as etapas seletivas.
