Falar das corridas de rua em Curitiba traz à tona algumas figuras emblemáticas para quem costuma circular ou acompanhar as novidades do segmento. Sergio de Paula, 53 anos, e Lucas Ferreira, 28, são dois nomes que dão orgulho à capital paranaense. Além de levar o nome da cidade para as provas das quais participam, mostram que o amor é maior do que qualquer tipo de adversidade.
Em, 2015, Sergio foi incentivado pela esposa, Telma Ferreira, a participar de um grupo de corridas para pais com filhos com algum tipo de deficiência. Lucas, o mais velho do casal, nasceu com microcefalia, condição que impactou em suas condições motoras.
Mesmo em uma cadeira de rodas, Lucas participa ao lado do pai das corridas, que o conduz pelos circuitos. “Muitos perguntam que motivo me levou ao mundo da corrida e eu digo que foi o amor. Por meio da corrida consegui levar o Lucas ao encontro da alegria, da felicidade e da qualidade de vida”, conta Sergio orgulhoso, que também é pai da pequena Isabela, 9 anos.
Engajados na corrida, Sergio e Lucas já percorreram mais de 500 quilômetros em eventos, sem contar os treinos realizados na região da Avenida Victor Ferreira do Amaral, no trecho que corta bairros como o Tarumã, o Capão da Imbuia e segue até Pinhais. “Nós treinamos nos parques, na região do Capão da Imbuia. Dificuldade não tem. Só a dedicação de seguir firme no objetivo. O Lucas não me deixa parar e me incentiva a me manter bem, em forma, a cuidar de mim para poder cuidar dele”, revela.
A dupla tem números invejáveis: são cinco participações na competição Internacional da São Silvestre, em São Paulo (SP), além de inúmeras meias-maratonas de Curitiba. Passaram por cidades como Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), mas afirmam que a capital paranaense é realmente um dos melhores lugares para a prática da corrida de rua. “Curitiba é uma cidade maravilhosa. Temos estrutura, ciclovias, acesso fácil. Até mesmo as corridas são muito bem planejadas, é excelente correr por aqui”, pontua o pai e corredor, que acabou incentivando inclusive a filha caçula a se tornar corredora.
“A Isabela nos acompanha. Ela está crescendo e deve ser a minha sucessora. Sabe como é, a gente vai envelhecendo e vai chegar uma hora que alguém terá de assumir. Só não sei se ela vai carregar a mim ou ao Lucas na cadeira de rodas”, brinca Sergio.
