O registro da marca é uma operação imprescindível para as startups. Com o rápido crescimento do mercado da inovação, garantir essa proteção gera mais credibilidade e pode ser, também, um diferencial para atrair potenciais investidores.
A marca é basicamente o nome do empreendimento – aquilo que configura sua identidade e assegura seu uso exclusivo em todo território nacional. Para as startups, esse registro torna-se ainda mais importante.
O diretor da consultoria de propriedade intelectual Brasil Sul, Vasco Coelho, pontua que as startups acabam ficando conhecidas no mercado mais pelo nome da marca do que pelo produto propriamente dito. “É como se a empresa virasse sinônimo de seu produto”, resume. No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão público responsável pelas marcas e patentes das empresas.
No cenário da tecnologia e das novas invenções, proteger legalmente a empresa é fundamental para um futuro positivo nos negócios. Vasco comenta que, às vezes, os empresários investem muito no desenvolvimento do produto, mas esquecem de registrar a marca. Quando percebem, já existe algo igual no mercado e precisam reformular boa parte de seus esforços. Essa lógica também vale para softwares e aplicativos.
Registrar marca versus Registrar patente
Existem muitas confusões a respeito do registro de uma marca e de uma patente. Apesar de apresentarem alguns objetivos semelhantes – como a proteção e a garantia dos direitos de um empreendimento – , os dois conceitos são bem diferentes.
A marca tem mais relação com o nome da empresa e representa a sua identidade. A patente, por sua vez, consiste em um processo de grandeza mundial, mais complexo e demorado, com o objetivo de assegurar a exclusividade na criação e no desenvolvimento de determinado produto.
Ambos são procedimentos importantes para a garantia dos direitos de um negócio. “O registro da patente e da marca funcionam como ‘seguros’ que protegem a empresa", comenta Vasco.
O cenário das startups no Brasil
Dados do Inside Venture Capital, do hub de inovação Distrito, mostraram que o Brasil iniciou 2022 batendo o recorde de investimentos em startups – foram injetados US$ 1,36 bilhão em janeiro e fevereiro. Ao longo do ano, esse índice apresentou algumas quedas. Mesmo se houver queda, Vasco defende que é necessário o registro. “Se as porcentagens crescerem ou diminuírem, de qualquer forma, vai continuar sendo importante registrar sua marca".
O registro da marca no mercado da inovação é como o registro de uma propriedade. No universo das startups existem muitas invenções, e elas precisam estar legalmente amparadas para que o desenvolvimento seja contínuo.
Cidade modelo
Quando o assunto são startups e cidades inteligentes, Curitiba tem um bom histórico. A cidade desenvolve diferentes programas voltados à inovação e é sede de eventos da área, e se tornou uma referência nacional.
O Smart City Expo Curitiba (SCECWB), por exemplo, é o maior evento de cidades inteligentes do Brasil, e a capital paranaense foi novamente a anfitriã da feira, que aconteceu entre os dias 22 e 24 de março de 2023.
Para o diretor de relacionamento com o mercado do iCities (hub organizador do evento), Caio de Castro, eventos como esses trazem um protagonismo interessante à Curitiba. “Em vários sentidos e áreas, é de uma grandeza imensa o SCECWB acontecer aqui”.
O evento tem chancela internacional da Fira Barcelona e apoio da Prefeitura de Curitiba e do Vale do Pinhão. A presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Cris Alessi, também pontua a relevância da feira. “A cidade se transforma em um palco mundial.”
Exposições como o SmartCity conseguem aproximar o público do desenvolvimento tecnológico e das inovações da cidade, do país e do mundo. Essas novas tecnologias apresentadas na feira podem ser aplicadas, por exemplo, em áreas como educação, gestão, sustentabilidade e, também, no dia a dia dos visitantes.