O presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), Edson Vismona e o jornalista Alexandre Garcia, colunista da Gazeta do Povo, participaram nesta quarta-feira (29), direto de Brasília, de um bate-papo sobre políticas de combate ao contrabando. A conversa, que faz parte da campanha #dentrodalei – fruto de uma parceria entre o Etco e a Gazeta do Povo – foi mediada a partir de Curitiba pela jornalista Mira Graçano e transmitida ao vivo pelo YouTube e pelo Facebook. Assista abaixo:
Como foi
No bate-papo, Vismona e Garcia falaram sobre a tributação no Brasil, crime organizado e sua relação com o contrabando, ética e comportamento dos cidadãos e sobre o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Ao falar sobre impostos, Vismona lembrou da sua relação com os gastos públicos. “O preço dos produtos embute uma alta tributação. E é evidente que a tributação é alta porque nenhum governo ainda acertou a conta das despesas”, avaliou. “Além de pagar muito imposto, estamos entregando nosso mercado para quem não paga nada”.
Para Garcia, quem paga imposto não está recebendo bons serviços públicos justamente porque há fuga de recursos públicos no mercado irregular. “Essa relação de prestação de serviço público e arrecadação de impostos tem que se afinar”, cobrou.
Já Vismona lembrou que apenas a repressão não consegue reduzir o contrabando. “Só se quadruplicarmos a apreensão é que vai ter algum efeito no lucro do contrabandista, mas fazer isso é um esforço imenso”, afirmou.
“Precisamos agir rapidamente. Temos que ter outra abordagem, inovar, sair da caixinha, senão vamos entregar o mercado para o contrabandista”, continuou Vismona. “Amanhã (30 de maio) é o Dia Livre de Impostos, mas para o contrabandista é todo dia.”
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Crime
Sobre o crime organizado, Garcia ironizou: "Em um país que tem pouca coisa organizada, chamar o crime de organizado chega a ser um elogio".
Mas o jornalista também foi otimista em relação à cultura dos cidadãos em relação ao contrabando. “Com a implementação do Plano Real e a estabilização da inflação, passamos a nos preocupar com outras coisas, como a ética.”
Segundo Garcia, o caminho também passa por mais rigor da lei, para dissuadir quem está mal-intencionado e, ao mesmo tempo, atrair investimentos ao País. “Temos que oferecer para o investidor uma legislação e uma justiça que façam o país crescer e gerar emprego”, analisou.
Mas o jornalista também apontou para a responsabilidade da população. “O cidadão tem que ser ativo, não passivo. Não pode só esperar que o Estado aja”.
Vismona também falou sobre a ética. “É o fundamento da convivência humana e precisa ser o fundamento da convivência institucional, entre empresas”, concluiu, ao falar sobre o combate aos devedores contumazes, que ao sonegar impostos investem na morosidade da justiça.
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Sobre a campanha
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* Esta matéria foi atualizada às 16h do dia 29/05/2019 para incluir detalhes sobre o bate-papo