Uma abordagem estratégica e bem planejada permite que a empresa continue a prosperar e preserve seus valores
Uma abordagem estratégica e bem planejada permite que a empresa continue a prosperar e preserve seus valores| Foto: Shutterstock

A transição geracional de empresas familiares é um desafio que demanda um processo complexo que pode resultar no sucesso ou no fracasso da empresa. Quando falamos de transição geracional não podemos nos limitar à transferência da liderança, é necessário considerarmos a importância da preservação dos valores e da cultura construídos ao longo dos anos. 

Nesse sentido, a governança corporativa e o planejamento sucessório são ferramentas imprescindíveis para tornar essa transição leve e eficaz.

Governança Corporativa

É por meio da governança corporativa que se estabelecerão as práticas e políticas que garantirão a responsabilidade, a transparência e a equidade na gestão da empresa. A implementação de uma estrutura de governança robusta permite que os interesses pessoais sejam distanciados dos interesses da organização, garantindo que as decisões sejam baseadas em critérios profissionais adequados.

Outro ponto importante é a facilitação da comunicação entre gestores e família, permitindo que haja uma relação de colaboração e confiança.

A advogada Juliana Joppert Lopes, especialista em direito empresarial e societário, sócia do Gaia, Silva, Gaede Advogados, diz que uma comunicação aberta e transparente é essencial para garantir que todas as partes estejam alinhadas e trabalhando em conjunto. “Isso ajuda a reforçar a ideia de que a comunicação eficaz é fundamental para o sucesso da empresa”, analisa a profissional.

Planejamento Sucessório

O planejamento sucessório, por sua vez, além de servir como instrumento para a transmissão do patrimônio familiar, é a ferramenta que permitirá identificar e preparar possíveis líderes para assumir, no futuro, posições na gestão da empresa. 

Ao tratarmos de transição geracional em empresas familiares, pode haver a necessidade de formação e desenvolvimento de membros da família que atuarão em conjunto com eventuais talentos identificados no mercado, sempre visando contribuir para o crescimento e sustentabilidade da empresa.

Juliana Joppert Lopes enfatiza que o planejamento sucessório poderá separar os herdeiros dos sucessores, tornando mais eficaz a transmissão da administração. “Nem todos os herdeiros possuem aptidão ou interesse em fazer parte da gestão da empresa. É por isso que identificar e preparar os sucessores pode ser o fator que levará a continuidade da empresa ao sucesso”.

Portanto, embora a transição apresente desafios, uma abordagem estratégica e bem planejada, utilizando-se da governança corporativa e de um bom planejamento sucessório, permitirão que a empresa continue a prosperar, preservando seus valores e sua identidade pelas gerações futuras.