Empresas que estão preocupadas em preservar o meio ambiente são mais atrativas para os brasileiros. Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa realizada em 2019 pela Union + Webster. O levantamento mostrou que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados afirmaram não se importar em pagar um pouco a mais por isso. Esse foi um dos temas debatidos durante o Fórum Ambiensys de Sustentabilidade, realizado pela Gazeta do Povo e correalizado pela Ambiensys na segunda quinzena de julho no auditório da UniCuritiba. Tanto que o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciou que está se preparando para se tornar um Banco Verde, ofertando novas linhas de crédito para projetos sustentáveis.
O diretor-presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski, e o diretor de Desenvolvimento e Qualidade na STCP, Rômulo Lisboa, debateram o tema “Integrando políticas ambientais e sociais: a saúde do planeta ao centro; o homem no centro do planeta”, que foi mediado pelo jornalista e editor da Gazeta do Povo, Marcos Tosi.
À frente do BRDE, Wilson Bley disse que, somente em 2021, dos R$ 4 bilhões de recursos destinados para projetos, 48% foram destinados para iniciativas com foco em sustentabilidade. “Em um banco público, as políticas precisam estar bem alinhadas às necessidades da população e ESG é para todos”, destacou.
Bley salientou que a instituição vem adotando um novo posicionamento e caminha para se tornar um Banco Verde. Com isso, vai ofertar novas linhas de crédito para projetos sustentáveis, priorizando as áreas de atuação e projetos vinculados à sustentabilidade e proteção da água; prevenção e controle da poluição, proteção e restauração da biodiversidade; mitigações e adaptações às mudanças climáticas; transição para economia circular; agropecuária sustentável e equidade e inclusão econômica e cidadã. “O maior propósito do banco é a transformação desse novo comportamento, por meio do desenvolvimento econômico e social”, pontuou.
Esse novo direcionamento do BRDE, reforçou Bley, segue inclusive as diretrizes e exigências do Banco Central.
A iniciativa do BRDE se tornou oficial por meio de deliberação do Conselho Administrativo da instituição que, em breve, irá instituir o Banco Verde e estabelecerá alguns critérios para a concessão de crédito. Um deles trata a respeito da criação do Fundo Verde, recurso para apoiar iniciativas privadas e a sociedade organizada, pautada no desenvolvimento socioambiental, por meio de edital de credenciamento. Há também uma análise diferenciada, com precificação específica para projetos que assumam o compromisso do carbono zero, com possibilidade de ganho financeiro.
DEPENDÊNCIA DE RECURSOS NATURAIS
Rômulo Lisboa frisou sobre a necessidade de a sociedade concentrar sua economia no bem comum para que o ser humano consiga sobreviver harmonicamente, independentemente de ideologia ou partidarismo.
O diretor do STCP destacou a necessidade de se buscar uma convergência na sociedade que promova mais resultados para todos. “Que as empresas consigam ter retorno e resultados nos seus processos e que o bem mais precioso, que é o recurso ambiental, consiga se renovar. Isso é importante para que as gerações futuras consigam se apropriar desse bem, da mesma forma ou até melhor do que as gerações anteriores”, enfatizou.
Lisboa destacou ainda que as práticas ESG (Governança Ambiental e Social) precisam ser vistas muito além das ações de marketing e que, principalmente, são aplicáveis a qualquer tamanho e tipo de negócio, porém, precisam envolver toda a cadeia produtiva.
Também participaram dos debates do Fórum o presidente do GRPCOM, Guilherme Döring Cunha Pereira; a coordenadora de Responsabilidade Social do SESI, Aline Calefi Lima; o diretor presidente do Grupo RAC, Ricardo Cansian; o diretor técnico de Projetos da AMBIENSYS, William Padilha, e diretor de Sustentabilidade da ELECTROLUX, João Zeni.
O Fórum Ambiensys de Sustentabilidade aconteceu no dia 19 de julho, no auditório da UniCuritiba, em Curitiba. Cerca de 250 empresários e profissionais de diversos segmentos se reuniram para debater a visão contemporânea da sustentabilidade do Paraná durante o evento que foi realizado pela Gazeta do Povo e correalizado pela Ambiensys e também contou com o patrocínio de BRDE, RAC Engenharia, Sistema Fiep e Centro de Inovação Sesi, e apoio de Sebrae, Prefeitura de Curitiba, Grupo ABL, Klabin, Sistema Ocepar e UniCuritiba.
