Grupo de pessoas segurando símbolo da reciclagem.
Grupo de pessoas segurando símbolo da reciclagem.| Foto: Divulgação

O Brasil gera 82,5milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) por ano e a projeção é chegar a 120 milhões em 2050, segundo dados de 2020 do Panorama Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Estima-se que uma parcela mínima desse montante – cerca de 2% a 4% – seja reciclada ou recuperada.

“O baixo percentual atual de recuperação de resíduos é um problema porque sobrecarrega os aterros sanitários, aumenta as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e exige que mais matéria-prima seja retirada da natureza – por exemplo, 1 tonelada de alumínio reciclado evita a extração de 5 toneladas de minério”, alerta Gabriel Barros, diretor do Grupo Ambiensys, empresa especializada na gestão global de resíduos e projetos técnicos ambientais ligados aos princípios ESG (práticas Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês).

O principal componente dos RSU no Brasil são os orgânicos (sobras e perdas de alimentos, resíduos verdes e madeiras), com 45,3%; mas apenas 0,2% dessa parcela é recuperada de alguma forma. Já os recicláveis secos somam 33,6% da massa total, incluindo plásticos, papel e papelão, vidros, metais e embalagens multicamadas; e somente 2% desses RSU secos têm algum tipo de reaproveitamento. No total, pouco mais de 2% do total de resíduos gerados são recicláveis, segundo dados de 2018 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

O montante de resíduos que não é reciclado ou recuperado tem como destino o solo: 60% seguem para disposição em aterros sanitários e quase 40% ainda são enviados para locais inadequados como lixões e aterros controlados.

Mudar a realidade nacional e valorizar cada vez mais os RSU são medidas previstas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), cujo decreto de regulamentação foi editado em abril de 2022 pelo Governo Federal. Esse plano era esperado desde 2010, quando foi instituída por lei a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Entre outros desafios para o país, o Planares define a meta de reciclar ou recuperar 48,1% da massa total de resíduos sólidos urbanos até 2040.

A previsão do Planares é que este resultado seja alcançado a partir da soma das seguintes contribuições: 20% por meio de recuperação de materiais recicláveis, 13,5% por meio da massa total destinada para tratamento biológico e 14,6% correspondente à recuperação energética.

O papel do setor privado na economia circular

Nesse cenário, o mínimo que se espera das empresas e indústrias é que cumpram as leis e implementem a gestão de resíduos, que é o processo operacional de logística de coleta, transporte, destinação e controle de resíduos.

“Quando os grandes geradores de resíduos assumem sua responsabilidade, diminui a pressão sobre o sistema público de tratamento dos resíduos sólidos urbanos”, afirma Barros.

Ele cita que o exemplo do Grupo Ambiensys, que gerenciou em 2021 mais de 60 mil toneladas de resíduos de seus clientes em todo o Brasil. “Na Ambiensys, buscamos constantemente por soluções de destinação de resíduos, garantindo que o que foi descartado por nossos clientes seja devidamente coletado e destinado”.

Contudo, Barros defende que a responsabilidade empresarial pode – e deve – ir além da gestão do resíduo: “O desafio é gerar a menor quantidade possível de resíduo, diminuindo ao máximo o descarte para aterro sanitário. Um caminho para isso é promover a economia circular, ou seja, fazer com que o resíduo volte para a cadeia produtiva”, pontua o diretor do Grupo Ambiensys.

Um exemplo de processo que faz parte do funcionamento de uma economia circular é a logística reversa. Neste caso, a indústria recicladora garante que o material pós-consumo foi destinado para a reciclagem. A reciclagem, por sua vez, é o processo dentro da economia circular que garante que um produto se transforme em outro a partir de um processo físico-químico.

Menos resíduos, menos emissão de gases-estufa

“Todas as ações de gestão e valorização de resíduos também têm potencial para mitigar a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para a agenda climática no Brasil”, lembra Barros.

Os resíduos sólidos são, por natureza, fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE) pela sua relação com a produção e o consumo. Além disso, quando dispostos em solo (seja em lixões ou mesmo em aterros sanitários), a sua decomposição gera gás metano, que é um potente GEE.

No total de 2019, o setor de resíduos respondeu por 4% do total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, o que corresponde a 96 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente emitidas – os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). O mesmo estudo indica que os meios de disposição final em solo são responsáveis por dois terços de emissões de todo o setor de resíduos.

A Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês) estima que a simples adoção de sistemas adequados de destinação de resíduos apresenta um potencial de mitigação de 5% a 10% do total.

Adicionalmente, ações de redução da geração de resíduos, a reciclagem e a recuperação de energia podem contribuir com uma redução de 5-10%.

Somando as duas frentes de atuação, há a um potencial total de mitigação de cerca de 20% das emissões globais de gases do efeito estufa.

“Atento a esse cenário, o Grupo Ambiensys oferece a seus clientes diversas soluções de valorização do resíduo, que ainda reduzem as emissões de carbono e contribuem para outros aspectos da agenda ESG”, finaliza Barros.

Grupo AmbiensysO Grupo Ambiensys é especializado em gestão integrada de resíduos e tratamento de efluentes, e tem por objetivo diminuir os impactos ambientais de seus clientes para estarem de acordo com a legislação e com sua agenda ESG. Para saber mais sobre o Grupo Ambiensys e os serviços oferecidos, acesse https://www.ambiensys.com.br/pt