Serviço militar pode significar carreira estável com emprego garantido até a aposentadoria, além de salários acima da média nacional.| Foto: Bigstock

Muito mais do que formar oficiais combatentes para a guerra, as Forças Armadas Brasileiras preparam jovens para atuar em diversas áreas na vida militar. A carreira militar forma médicos, engenheiros, aviadores, especialistas em ciências náuticas, dentistas, entre outros profissionais, que têm como foco servir ao país ou mesmo conseguir uma carreira estável com emprego garantido até a aposentadoria, além de salários acima da média nacional. 

E é por meio das instituições de ensino militar que as Forças Armadas promovem a formação de quadros especializados para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. São diversos cursos de graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação.  

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Instituições como o Instituto Militar de Engenharia (IME), Escola Naval, Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) são apenas alguns dos exemplos. 

Há ainda profissionais formados em faculdades civis que, depois de serem aprovados em concurso, ingressam em instituições de ensino militar para serem inseridos na rotina militar. 

Quadro 

Para integrar o quadro de militares da Aeronáutica, do Exército ou da Marinha, os candidatos devem participar de processos de seleção ou concursos públicos e os cargos e patentes oferecidos variam de acordo com o nível de escolaridade. 

Para quem é formado no ensino superior, o concurso para ingressar como um militar de carreira das Forças Armadas é uma alternativa. Cada batalhão dispõe de setores importantes para o funcionamento do aquartelamento, como os de administração, engenharia, saúde, entre outros, e estas vagas devem ser ocupadas por profissionais graduados em cada uma dessas áreas. 

A capitão do Exército Aline Batista de Castro, 41 anos, é médica e tem residência nas áreas de Ginecologia e Obstetrícia. Ela ingressou no Exército por meio de concurso, na Escola de Saúde do Exército (EsSEx), no Rio de Janeiro, e hoje atua na Subseção de Perícias Médicas da 5.ª Região Militar – que abrange o Paraná e Santa Catarina –, com sede em Curitiba. 

Aline optou pelas Forças Armadas por gostar da rotina militar. Mas ela destaca que a estabilidade financeira que a carreira oferece é importante. Desde 2002 servindo ao Exército, Aline ingressou para o quadro de oficias em 2009. Desde então, atua na área da saúde e já participou inclusive de missões de paz internacional, como no Haiti. 

Oficiais de carreira e temporários 

As Forças Armadas possuem duas classes militares – oficiais e praças. Mesmo os profissionais graduados aspiram a cargos de carreira ou temporários dentro destas classes. Os candidatos podem ingressar por concurso público ou análise de currículo. 

Os militares de carreira permanecem incorporados pelo tempo de serviço determinado e, quando se aposentam, ficam na lista de militares da reserva, amparados pela Previdência Militar. 

Já os militares temporários ingressam com os mesmo direitos e deveres durante o período, mas podem permanecer nas Forças Armadas por, no máximo, oito anos. Após este período, são dispensados e voltam às funções civis. 

É o caso da tenente Josiany Stromberg, 33 anos, que é jornalista e atua na área de Comunicação Social da 5.ª Região Militar. Questionada se há alguma distinção entre os profissionais de carreira e os temporários, Josiany diz que a única diferença é a patente. “Quando ingressamos no Exército, a carreira é a mesma. Existe igualdade no salário, no trabalho e nos auxílios de cada patente. Eu sou tenente temporária, mas tenho os mesmos direitos e deveres que um de carreira”, conta.  

Serviço militar obrigatório 

Os jovens que, ao completar 18 anos são convocados para o período obrigatório, ficam incorporados por aproximadamente um ano. Durante este tempo, os recrutas recebem um treinamento militar básico e depois se especializam em alguma área. Caso queiram continuar nas Forças Armadas, os candidatos passam por um novo processo seletivo e, se aprovados, podem permanecer por mais sete anos. 

Quem ingressa nas Forças Armadas através do serviço militar obrigatório pode ainda se candidatar à formação nos Centros de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) ou nos Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR). São estabelecimentos de ensino militar de formação de grau médio, da linha de ensino bélico, que têm como objetivo formar o aspirante a oficial da Reserva de 2.ª classe.  

Policial e bombeiro militar 

Policiais e bombeiros militares integram o corpo de segurança pública do Brasil, ao lado da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil. Para seguir carreira como oficial da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros, depois de concluir o ensino médio, o estudante passa por um concurso para ingressar no Curso de Formação de Oficiais (CFO), que tem duração de três anos aproximadamente. 

No Paraná, para ingressar no CFO é necessário passar em concurso público – realizado através de convênio firmado entre a Universidade Federal do Paraná e a Polícia Militar. 

Os cursos de Formação de Oficial Policial-Militar (CFO/PM) e de Formação de Oficial Bombeiro-Militar (CFO/BM) são de nível superior e realizados na Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, em regime de internato.  

Mulheres na linha de combate 

Neste ano, pela primeira vez em sua história, o Exército Brasileiro abriu vagas para mulheres na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Foram 40 vagas destinadas às candidatas que pretendem ingressar nas Forças Armadas e seguir carreira como oficial. A EsPCEx é a primeira unidade militar do Brasil a receber mulheres que poderão ir à linha de combate.  

R$ 12 mil 

É a média do soldo dos oficiais generais, os maiores postos dentro das Forças Armadas. Mas o a remuneração de um militar é composta do soldo e de diversas gratificações e adicionais que variam de acordo com a habilitação obtida ao longo da carreira, o exercício de atividades especiais e outras situações.