Todos os caminhos levam à tecnologia

Afinidade com a área de tecnologia e empregabilidade foram fatores decisivos para Matheus Silva escolher o curso de Sistemas de Informação.| Foto: Arquivo Pessoal

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Matheus Estevan de Campos Silva, 23 anos, está no oitavo período do curso de bacharelado de Sistemas de Informação em uma grande universidade de Curitiba. O interesse do estudante por tecnologia, fórmulas e desenvolvimento de sistemas de armazenamento e recuperação de dados surgiu ainda no Ensino Médio e acabou mostrando o caminho para uma carreira potencial.

O fator “empregabilidade” foi determinante para a escolha de Matheus, mas ele diz que foi só na faculdade que “caiu a ficha” de todas as possibilidades na área: “Para quem escolhe seguir uma carreira na área de Tecnologia da Informação existem muitas oportunidades. A tecnologia evoluiu muito e, dentro da TI, existem muitas profissões diferentes”, analisa o acadêmico, que ainda no terceiro período do curso começou a trabalhar como estagiário na InfoWorker Tecnologia e hoje é um dos contratados da empresa como desenvolvedor de sistemas – o famoso “programador”.

As suspeitas de Matheus se confirmam nas pesquisas de mercado. O relatório Profissões Emergentes 2020 do LinkedIn mostra que das 15 carreiras em alta para este ano, nove estão diretamente relacionadas à Tecnologia da Informação.

O LinkedIn também aponta outras profissões que envolvem a internet e o uso de canais virtuais como é o caso do gestor de mídias sociais, que aparece como o profissional com demanda mais aquecida no mercado. Segundo a pesquisa, o mercado para quem quer atuar nessa função cresceu uma média de 122% por ano no Brasil entre 2015 e 2019. E uma das vantagens é que existem vários cursos de graduação disponíveis para ingressar nessa área, como Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Marketing, Relações Públicas, entre outros.

E um detalhe: o ranking do LinkedIn foi divulgado antes da pandemia de Covid-19. De acordo com Thaís Mendes, head de RH da GTO RH, o mundo do trabalho vai mudar significativamente no pós-pandemia. “É fato que o mercado evoluiu para as atividades home office e com mais tecnologia e, devido a isso, as profissões de digital e o mundo virtual terão alta”, observa.

Thais explica que existirá um novo cenário profissional, no qual a tecnologia estará presente em praticamente todos os segmentos. “O que aconteceu é que a pandemia acelerou essa demanda e o mundo se voltou para esse preparo, essa atenção e valorização. Agora, muitos precisarão se capacitar e preparar seus negócios para esse novo cenário, enquanto outras profissões não serão destaque de investimento, mas a valorização de todas elas continuará”, comenta.

PROTEÇÃO DE DADOS

Com o crescimento no número de casos de invasões hackers, vazamento de dados e outros tipos de crimes eletrônicos, surgem também novas demandas para os profissionais que trabalham com proteção de dados. Na lista do LinkedIn eles aparecem como “engenheiro de cibersegurança”, “engenheiro de dados”, “cientista de dados”, mas há outras terminologias para os profissionais que trabalham com isso. Uma delas é o DPO (Data Protection Officer) – ou “encarregado de dados”.

Mario Toews, que é DPO e especialista em Segurança da Informação na Datalege Consultoria Empresarial, explica que se trata de uma nova profissão que está surgindo com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nos próximos meses. “O DPO é a pessoa que será o canal de conexão entre a empresa, os clientes ou colaboradores e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)”, afirma, referindo-se ao órgão responsável por editar normas e procedimentos sobre a proteção de dados pessoais e a aplicação das sanções administrativas às empresas que não estiverem tomando os cuidados necessários com os dados pessoais.

Toews explica que profissionais que fizeram um curso superior da área de tecnologia têm maior aptidão para seguir a carreira de DPO, mas isso não exclui pessoas de outras áreas. “Nos cursos que ministramos, a maioria dos participantes são pessoas que atuam na área de TI e de Engenharia, mas há profissionais de Direito e de Recursos Humanos”, comenta.

VERSATILIDADE PROFISSIONAL

A professora Melania Carnhelutti, coordenadora dos cursos da área de Negócios e Comunicação do UniBrasil Centro Universitário, ressalta que o mercado de trabalho mudou e a tecnologia hoje está presente em todas as áreas, o que exige um novo perfil profissional. “É aquele que estuda constantemente e tem capacidade de adaptação. Mesmo escolhendo áreas específicas, o profissional mais requisitado pelo mercado é aquele que consegue ser multitarefa em um cenário de frequente mudança”, observa.

Para o estudante que ainda está na dúvida sobre o curso ou a área que deve escolher, Melania propõe um exercício de autoconhecimento e de conhecimento do mundo do trabalho. Segundo ela, é fundamental analisar habilidades, dificuldades, motivações pessoais, como gostaria de trabalhar, além de carreiras e assuntos que despertam o interesse do futuro acadêmico. “É importante imaginar como gostaria de estar daqui cinco ou dez anos. Se não se sentir seguro para escolher, o ideal é buscar ajuda e orientação de professores e profissionais capacitados”, orienta.

15 profissões emergentes no Brasil em 2020, segundo o LinkedIn