Fazer um intercâmbio para conquistar proficiência na língua inglesa associado ao diploma de uma escola norte-americana é o desejo de muitos estudantes que começam a planejar o futuro profissional ainda na adolescência. Levantamento da Brazilian Educational & Travel Association (Belta) – que reúne agências de programas educacionais no exterior – 246,4 mil estudantes deixaram o país para fazer cursos no exterior em 2016. Desse total, 25,5% (62.832) ingressaram em uma instituição de ensino superior.
O número de brasileiros fazendo a graduação fora do país aumentou 50% em comparação com 2015, quando 41,8 estudantes deixaram o Brasil para cursar uma faculdade no exterior.
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O estudante curitibano Raphael Johnson, 18 anos, faz parte dessas estatísticas. Há menos de um mês ele se mudou para York, no norte da Inglaterra, onde está cursando Ciências Naturais, na Universidade de York.
O objetivo de estudar no exterior começou a ser consolidado ainda no final do Ensino Fundamental. Ciente das exigências das universidades estrangeiras para aceitar estudantes em seus cursos, Johnson optou por fazer o Ensino Médio no padrão internacional ainda no Brasil – o High School.
Inscrito no Programa High School do Colégio Bom Jesus – resultado de uma parceria do colégio com a Universidade do Missouri, nos Estados Unidos –, ainda no 9.º ano do Ensino Fundamental o estudante passou a ter conteúdos como oratória, literatura americana e mundial, produção escrita, entre outras matérias ministradas em inglês, por professores originários de países de língua inglesa, como EUA, Inglaterra, Austrália e Canadá. “A experiência adquirida nos três anos de High School no Brasil e o formato do currículo da escola ajudou muito para que eu fosse aceito em universidades estrangeiras. Eu desenvolvi habilidades acadêmicas importantes, como a produção de textos, entrei em contato com áreas que eu desconhecia e aumentei minha proficiência em inglês”, analisa o estudante.
Além da Universidade de York, Johnson foi aprovado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) – onde cursou o primeiro semestre do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, até se mudar para a Inglaterra –, na Universidade de São Paulo (USP) e também em várias outras universidades estrangeiras, entre elas as universidades Durham e Bath, também no Reino Unido, e de Cornell e Minnesota, nos Estados Unidos.
Benefícios
Oferecer o High School no Brasil é uma facilidade para o aluno. O estudante pode conquistar os diplomas brasileiro e americano, cursando o Ensino Médio regular e, também, frequentando, duas vezes por semana, aulas no contraturno de disciplinas obrigatórias, exigidas pelo calendário americano. “Além da possibilidade de ingressar em uma universidade estrangeira, o High School proporciona um preparo acadêmico e cultural que amplia sua visão e sua colocação no mundo. O curso de oratória prepara o aluno para a comunicação fluente nesta imersão internacional/internacionalizada. O programa automaticamente abre portas importantes nas universidades, no mercado de trabalho e na vida, além do enriquecimento sociocultural e esse não há como medir”, descreve Anne Martins, a coordenadora da área internacional do Bom Jesus.
A estudante Maria Luiza Lacerda Pegorini, 13 anos, que está no 9.º ano, também optou pelo Programa High School do Bom Jesus justamente porque planeja estudar em uma faculdade fora do Brasil. A adolescente pretende cursar Medicina nos Estados Unidos ou na Europa. “Além de todas as aulas serem em inglês, estou desenvolvendo habilidades como falar em público de forma clara e objetiva, o que é muito importante”, comenta Maria Luiza, que destaca a vantagem de ter acesso a tudo ainda no Ensino Médio.
Para o consultor de Recursos Humanos e fundador da De Bernt, Bernt Entschev, um programa de intercâmbio oferece vários benefícios aos estudantes. O primeiro, segundo ele, é ampliar o horizonte, independentemente da idade. Depois o contato direto com a cultura de outro país. “Trata-se de um enriquecimento profundo. Além do que, depois, como profissional, ele terá mais facilidade para atuar em empresas com uma cultura organizacional de outro país e até fazer sugestões para este processo”, ressalta.
Entschev destaca ainda outros dois pontos importantes: o idioma aprendido de forma prática e os amigos conquistados no período do intercâmbio. “No futuro, podem até se transformar em parceiros comerciais”, pontua.