Sede do BRDE em Curitiba
Sede do BRDE em Curitiba| Foto: RODOLFO BUHRER

No Paraná, o banco incluiu no seu histórico de respaldar as políticas públicas e o agro, a prontidão em socorrer empresários na pandemia disponibilizando crédito para capital de giro isolado

Financiar o desenvolvimento do sul do país, com prioridade em projetos de geração de emprego e renda. A missão do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), em 2021, crava 60 anos operacionalizando crédito que está materializado no presente, com o que foi fomentado no passado, e alicerça o futuro com as decisões tomadas no atual momento.

Se com o ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner, o BRDE participou financiando os operadores que desenvolveram o Sistema de Transporte de Curitiba e o Anel de Integração do Estado do Paraná, atualmente, a instituição participa da nova modelagem de pedágio e algumas concessões, bem como a formatação dos pátios veiculares para o Detran e a construção do Plano de 2030 junto a Secretaria do Planejamento. “Dentro da sua atribuição e competência, o BRDE deve estar partícipe desses movimentos das políticas públicas”, reconhece Wilson Bley Lipski, vice-presidente e diretor de Operações do BRDE no Paraná.

No entendimento de Lipski, o legado do banco ao longo das décadas é respaldar políticas públicas e projetos capazes de alavancar a vocação de cada um dos três estados contemplando os pilares da missão da instituição e indo além. “Sendo um banco público, um banco dos três estados, o BRDE precisa estar alinhado com as estratégias de Estado. Em todas as políticas públicas com a participação do crédito, o BRDE precisa participar da construção e execução. Foi essa a tarefa maior que o governador Ratinho Jr nos colocou”, esclarece. Contudo, a instituição superou as expectativas desde o início da pandemia, disponibilizando pela primeira vez na sua história recente e com recursos próprios, crédito no formato de capital de giro isolado. “No ano passado conseguimos segregar recursos próprios, na ordem de R$ 900 milhões, e lançamos, em fevereiro de 2020, um programa para dar apoio a algumas iniciativas que estavam movimentando o desenvolvimento do sul. Por sorte, no momento adequado, tínhamos recursos para fazer frente ao que ocorreu em março com os primeiros casos da pandemia, lockdown, medidas mais restritivas e a primeira investida por crédito dos empresários. Nesses 60 anos de história do BRDE, foi a primeira vez que fizemos capital de giro isolado com recursos próprios e em montante significativo”, constata.


Esse crédito foi desenhado a partir do Programa Promove Sul, voltado para investimentos fixos, o qual foi rapidamente realocado pelo BRDE para programa Recupera Sul com o objetivo de dar apoio emergencial de capital de giro àqueles empresários que estavam mais necessitados. “Mas não foi a única medida, conseguimos captar outros recursos e fazer frente às reivindicações. Conseguimos recursos do BNDES e outras instituições e desenvolvemos ainda duas grandes iniciativas: suspender as cobranças dos contratos ativos por seis meses e, agora, no mês de maio, conseguimos renovar essa medida, dando oportunidade aos empresários de dilatar os prazos de pagamento”, celebra.

Manutenção dos empregos


Lipski classifica o Recupera Sul como um bom investimento dos recursos próprios do banco que pôde e segue pulverizando o alcance da política de crédito da instituição, respeitando o papel institucional do BRDE. “Tivemos um parceiro no Paraná, a Fomento Paraná, e com isso complementamos o Sistema Paranaense de Fomento. Também colocamos recursos para fazer um segundo piso da Fomento. Em Santa Catarina, assim como no Rio Grande do Sul, tivemos outros parceiros. Essa pulverização de suporte foi responsável por uma boa parcela da manutenção dos empregos nos três estados”, destaca.

Adaptabilidade e critérios para a concessão de crédito

O movimento do BRDE é sempre em prol de entender o que ocorre com a sociedade. Tanto que o banco também apoiou a pesquisa sobre a Covid-19.  “Nossos esforços são para poder encontrar e contribuir com soluções que possam mitigar os efeitos da Covid-19. Seja no crédito, seja no apoio institucional aos órgãos de pesquisa que possam buscar e dinamizar essas ideias”, explica. Com R$ 14 bilhões em carteira, R$ 17 bilhões de ativos e aproximadamente 42 mil clientes, o BRDE tem 60% da carteira paranaense voltada ao agronegócio, vocação da Região Sul, e o restante pulverizado entre indústrias, serviços, negócios na área de inovação, hotéis e restaurantes. “Temos 90 funcionários no Paraná e todo o BRDE não passa de 500 funcionários. Precisamos de bons parceiros para ter capilaridade nas ações”, defende.

O BRDE está sujeito a acompanhamento e controle do Tribunal de Contas, bem como à fiscalização do Banco Central do Brasil. Ao final de 2020, contava com 468 colaboradores nos três Estados. Sua estrutura administrativo-organizacional é determinada por Regimento Interno estabelecido pelo Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul – CODESUL e fundamentada por Atos Constitutivos aprovados pelas Assembleias Legislativas dos Estados-Membros.

Energia renovável e sustentabilidade

Com o dever institucional de fomentar projetos de geração de emprego e renda, esse se constitui no principal critério e resultado na concessão de crédito. “O diferencial do nosso banco é vender soluções de crédito. Nossas linhas são todas de longo prazo (entre 8 a 25 anos de carência), para que o projeto possa performar. Quando realizamos uma análise, acaba que nos tornamos um bom padrinho do projeto”, afirma. “Temos esse relacionamento próximo a fim de estressar o projeto e entender a melhor necessidade. Fazemos um blend de fundings em algumas questões que se traduzem no melhor resultado, a fim de conseguir que aquele objetivo final seja cumprido”, revela.

A distribuição de créditos se adapta a uma divisão e a capacidade que o banco reúne de resposta em captar recursos. “Captamos recursos, desenvolvemos alguns programas, fazemos planejamentos internos, motivamos a sociedade e nos colocamos à disposição para aqueles que queiram tomar o crédito”, descreve o vice-presidente. “O banco sempre teve o agro como uma grande carteira. Mas está muito atento ao que está acontecendo na sociedade, como a forte demanda por energias renováveis e a sustentabilidade”, aponta. Linhas de crédito para inovação também fazem parte do portfólio do BRDE.

O BRDE é filiado ao LIDE Paraná. Semanalmente nesta coluna o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.