André Caldeira, fundador do Grupo Pró defende que cultura organizacional é a liga entre as pessoas no momento atual.| Foto:
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O Headhunter André Caldeira revela como a cultura organizacional vai muito além da missão, visão e valores e passa, inclusive, pelo estilo de comunicação.

Cultura organizacional, adaptabilidade e resiliência formam o tripé de força no mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), que sustenta a permanência e crescimento do Grupo PRO, formado a partir da Propósito/Transearch, e que ao longo de uma década passou a ser constituído por mais duas empresas (Ágil Recrutamento e PRO Talent Solutions). O Grupo tem como fio condutor a missão de ajudar as organizações no recrutamento e desenvolvimento de lideranças estratégicas para o alcance dos resultados projetados. Visionário no sentido de praticar a diversidade internamente e influenciar na transformação das organizações, o business empresta o melhor do DNA paranaense para avançar em todo o território nacional com uma prestação de serviços robusta e que consolida a cada entrega o chamado posicionamento boutique, no qual os quatro sócios participam do começo ao fim, do briefing à entrega, incluindo o on boarding (integração) do profissional após a contratação.

“Colocamos nossa experiência prévia como executivos a serviço do cliente e acredito que isso esteja alimentando essa nossa reputação, que junto às boas entregas, têm aberto portas em diferentes lugares do Brasil”, explica André Caldeira, CEO da Proposito Transearch e fundador do Grupo PRO. O portfólio de serviços abrange: o executive search para posições de média e alta gestão, mapeamentos de mercado, serviços de assessment (avaliação de potencial) de perfis executivos, bem como projetos de desenvolvimento de lideranças.

O Grupo ainda reúne extensa experiência no atendimento a empresas familiares com programas de desenvolvimento e planos de sucessão. Já a PRO Talents Solutions é 100% voltada para gestão de talentos digitais. “A pandemia nos levou da teoria à prática. Todos nós enfrentamos um desafio muito grande desde março de 2020, quando fomos arremessados dentro do olho do furacão e fomos entender na prática esse mundo de gestão remota de líderes e de autoliderança. Costumo dizer que isso não é uma corrida de 100 metros e nem mesmo uma maratona. É um caminho de Santiago de Compostela. Estamos a mais de um ano nesta pandemia, dentro de um cenário de muita imprevisibilidade, em que as empresas se amparam muito nas lideranças para a gestão das pessoas. É tempo de muita provação, pois fazer a gestão remota de times procurando manter as pessoas seguras, saudáveis, produtivas e engajadas é um trabalho bastante complexo”, observa.

Com a vivência de quem acumulou 20 anos de carreira como executivo antes de fundar a própria empresa, ele considera que o atual momento valoriza o propósito do seu negócio e que é uma das suas principais convicções: a importância das lideranças e as pessoas nas organizações. “Tive uma vivência muito forte como líder antes de fundar a minha própria empresa e, hoje, as pessoas são o meu foco em termos de missão para fazer um match entre os talentos certos para as necessidades das organizações e ajudar na avaliação desses talentos que estão dentro das empresas em prol do desenvolvimento e da busca de resultado para a carreira de executivos e executivas”, esclarece.

Caldeira é também o Coordenador-geral do Capítulo Paraná do IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. “A pandemia auxiliou no amadurecimento sobre a importância vital dos Conselhos para as organizações, sejam eles Consultivos ou de Administração. E as discussões sobre talentos e lideranças se tornaram prioritárias por tudo o que estamos vivendo”, avalia.

Recrutamento e liderança são os serviços mais demandados no momento

O momento atual, segundo Caldeira, ampliou a demanda de recrutamento para setores específicos como Tecnologia e Agronegócio, que vivem uma dança das cadeiras em busca de novos perfis e, por governança, a fim de sustentar a vertente estratégica. Ao mesmo tempo, diversos outros segmentos buscam maior eficiência pelo momento atual, gerando a necessidade de novos perfis de profissionais. “As organizações entenderam a importância real do tema lideranças para sustentar as ações”, explica.

Ele admite que embora os clientes sejam as empresas, o Grupo PRO é muito procurado por empresas e profissionais. “Vemos que muitas empresas chegam tendo uma conclusão absoluta sobre o tipo de profissional que precisam. É aí que trazemos nosso senso crítico, imparcialidade e visão sistêmica de mercado. Apresentamos alternativas estratégicas que funcionam como um bom comparativo para ver se prevalece aquela premissa inicial”, conta. Caldeira defende que jamais se pode pensar em recrutamento estratégico somente com competências técnicas ou repertório, pois é o comportamental que determina o sucesso de um ciclo quando um novo profissional chega. “Um super executivo de multinacional acostumado com mega estrutura, processos mais robustos, não consegue entregar o seu valor se a empresa estiver menos madura em termos de processos. A palavra de ordem é adaptabilidade, para adequar o fit desse perfil com a cultura dessa organização”, aponta.


Disciplina, resiliência e cultura organizacional

Caldeira reconhece que o trabalho aumentou muito com a pandemia, mas avalia que isso torna ainda mais fundamental a autogestão. “Requer muita disciplina. Pratico esporte no início do dia e meditação no final, pois entre estes dois momentos tem muita demanda dos clientes, das empresas e dos profissionais que querem se colocar na vitrine. Para ele, o momento pede resiliência no sentido de preservar a saúde mental e a saúde integral. “O medo cria muita instabilidade interna, que precisa ser suportada por muita estrutura. Isso é muito individual, mas vejo que precisamos incluir gestão do tempo, produtividade, exercícios físicos e também a atenção aos aspectos espirituais”, acrescenta.

Na visão dele, a cultura organizacional é a liga entre as pessoas no momento atual, mas também pode ser o grande elemento de descolamento, de estratificação e ruptura, pondera. Ele se refere à cultura traduzida em ações no dia a dia, que vai além da missão, visão e valores. “O quanto de relacionamento de fato existe entre a alta liderança e o pessoal do chão de fábrica, como é o estilo de comunicação? Tudo isso define a cultura real das organizações e impacta diretamente no engajamento dos talentos”, sentencia.

O Grupo Pró é filiado ao LIDE Paraná. Semanalmente nesta coluna o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.