A Melt&Co é a nova aposta dos jovens engenheiros que transformaram o mercado de sorvetes no Brasil
A Melt&Co é a nova aposta dos jovens engenheiros que transformaram o mercado de sorvetes no Brasil| Foto:

Sem derreter a vontade de empreender, Los Paleteros remodela negócio e cria outro, a rede Melt & Co., que chegará a 100 franquias em todo o país até o final do ano

Um veterano no mercado de sorvetes, com apenas 30 anos, o paranaense Gean Chu, prepara-se para um novo momento na história do empreendedorismo com a Melt & Co., rede selfie service especializada em sorvetes, açaí e fondue de chocolate, no qual ele é cofundador junto a holding de franquia 300 Franchising. A nova marca foi criada no final de 2020, já tem 30 unidades em implantação e deve completar 2021 com um total de 100 contratos de franquias.


Tamanha adesão tem a ver com a solidez do plano de expansão, mesmo durante a pandemia, que está respaldado no amplo know how acumulado por quem não deixa a verve empreendedora derreter. “O futuro é promissor e temos abundância de pessoas querendo estar junto. No modelo de franquias conseguimos ter mais cabeças pensando em prol do negócio e expandimos essa força para toda a rede de franqueados”, observa. O jovem veterano já superou alguns revezes, sempre usando a graduação em engenharia da computação para remodelar os negócios e criar processos conforme o mercado. “Quando o produto deixou de ser de destino para ser um produto de impulso, passamos a distribuir freezers da Los Paleteros. Ao remodelar o canal de venda para distribuição para o Los Paleteros, reduzindo a importância do ponto de venda, vi a complexidade da logística de ultracongelados, tanto que temos 1,5 mil pontos de distribuição entre Rio de Janeiro e Santa Catarina, porque a baixa temperatura limita”, explica. “Na Melt & Co., várias alterações, inclusive da fábrica estar na loja, vão permitir uma expansão sem limites e com um modelo de negócio mais flexível às mudanças de mercado, capaz de inserir novos itens ao mix, pois o Brasil é muito instável”, constata.

A solidez do modelo da Melt&Co., que exige baixo investimento, R$ 150 mil, além de R$ 30 de capital de giro, prevê uma taxa de retorno dentro de um período entre 12 e 24 meses de operação. Com apenas 23 anos, ele e seu sócio Gilberto José Verona Filho, até então colega do curso de Engenharia da Computação, tornaram-se lendas no mundo dos negócios e até hoje são citados em palestras sobre empreendedorismo por conta da revolução no mercado de sorvetes proporcionada pela marca Los Paleteros, criada por eles em 2012 com um crescimento meteórico. As chamadas paletas (picolé em espanhol) chegaram ao mercado brasileiro e romperam fronteiras com um novo produto, diferente das paletas mexicanas em formato quadrado e de baixo valor agregado. As paletas brasileiras, inclusive no México, viraram sinônimos de picolés cremosos, com alta qualidade nos insumos (frutas de verdade e doce de leite argentino), que preencheram uma lacuna existente no mercado de sorvetes muito bem captada pelos sócios recém-formados. “A engenharia habilita esse apetite pela inovação e nós, ainda na faculdade, resolvemos expandir a inovação para outros mercados. Na época, ou se encontrava sorvete muito bom e caro ou picolé barato e de baixo valor agregado, entramos nessa lacuna oferecendo qualidade com preços acessível”, recorda Chu.


A expansão foi tão impressionante quanto a velocidade com que partiram da fábrica piloto, em Curitiba, para a construção de uma fábrica de mais de 4 mil m², em Barracão, Sudoeste paranaense, que saiu do papel para a operação em quatro meses. “A primeira loja do Los Paleteros foi em Balneário Camboriú e trouxe uma visibilidade nacional para o produto, todo mundo queria as paletas. Metade de 2013 percebemos que a fábrica já não daria conta dessa expansão. Com isso, tivemos que rapidamente ampliar produção para dar conta das franquias”, recorda. A fábrica da Barracão permitiu um salto no número de franquias da marca de 30 para 71 unidades. Mais adiante, chegaram a 102 unidades. Em 2014, na comparação com os números do levantamento da empresa de pesquisa global Mintel, eles já eram a 5ª empresa em vendas ao consumidor final, chegaram a registrar um faturamento mensal de R$ 200 mil. “O crescimento por franquias sempre esteve no nosso planejamento. Reduzimos toda a complexidade da operação da loja para que o franqueado concentrasse em bom atendimento que não é algo fácil. O básico bem feito se torna avançado”, ensina. Junto ao sucesso meteórico vieram as cópias da marca que se multiplicaram em uma velocidade incontrolável. “A onda de cópias da Los Paleteros foi o maior desafio, pois tivemos que reconstruir a empresa, recriar o negócio por conta do estrago no mercado. Mesmo que os processos fossem mais rápidos no país, não daríamos conta de processar todo mundo e combater a informalidade”, admite Chu.


Na visão de Chu, seguir com a Los Paleteros que reserva novidades além da customização de paletas já em curso, e criar a Melt & Co. são dois dos principais cartões de visita de quem empreende e sabe trazer resultados para quem empreende junto com ele. “O Brasil tem suas dificuldades, mas é pensando no que pode ser feito diferente que encontramos as oportunidades. Trago a visão da engenharia de olhar o que estão fazendo de novo, o que tem oportunidades de inovação. Pouco a pouco vamos estruturando o processo de expansão”, assegura.

Los Paleteros é empresa filiada ao LIDE Paraná. Semanalmente, nesta coluna, o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.