Rumos da companhia vão definir futuro dos investimentos que serão atraídos para o Estado nos próximos 30 anos, onde a oferta em escala da nova matriz energética se dê, principalmente para o interior
Preparando-se para um processo de privatização, enquanto trilha a etapa final de um ciclo vitorioso da concessão da distribuição de gás no Paraná, a Compagas (Companhia Paranaense de Gás Natural) tem em 2021 um ano decisivo para a própria história e para a nova era da participação do gás natural na matriz energética do Paraná. A companhia responde pela expansão da rede de gás natural, hoje com aproximadamente 842 km, que garantiu atração de investimentos ao Paraná, bem como competitividade aos produtos que contaram com esse tipo de energia mais barata e sustentável.
Como primeira distribuidora do Sul do país a fornecer o gás natural canalizado, feito alcançado em março de 2000 com a inauguração do ramal sul do gasoduto Bolívia – Brasil (Gasbol), a Compagas acumula realizações e resultados para uma carteira de 49,3 mil clientes dentre consumidores dos setores residencial, comercial, industrial, veicular e de geração de energia elétrica em 16 municípios do Paraná entre Curitiba e Castro. “A Compagas está num final de ciclo e o Governo sinaliza com a renovação da concessão, conforme a lei prevê. Nesse novo arranjo vemos como inevitável que uma das metas a serem estabelecidas seja a interiorização da nossa rede, como forma de apoiar e estimular o desenvolvimento industrial em outras regiões. Nossa rede hoje chega até Castro e temos testemunhado a importância estratégica que a disponibilidade do gás natural está desempenhando no crescimento industrial de Ponta Grossa, por exemplo. Por isso, certamente num plano estratégico de Governo, de política pública de desenvolvimento econômico, faz todo o sentido estender a rede da Compagas cada vez mais para o interior do Estado”, comenta Rafael Lamastra Jr, CEO da Compagas e também presidente do Conselho de Administração da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado).
Para ele, o novo ciclo da companhia deve ser norteado por investimentos que ampliem a interiorização da rede de gás até as cidades de Maringá e Londrina. “Ao acelerar o fornecimento de gás para o interior do estado, abre-se uma nova era de investimentos. A Copel fez um trabalho extraordinário nos últimos 35 anos no que se refere a energia. Também somos um estado privilegiado em água. As regiões norte e noroeste têm os rios Tibagi e Ivaí. Agora só falta o gás para impulsionar ainda mais o desenvolvimento de todo o Estado”, acredita.
O gás é insumo decisivo para muitos setores industriais como: químico, vidro, louças e metalurgia. “A importância estratégica que vemos é disponibilizar a melhor alternativa de geração térmica, que é o gás natural, para a indústria, principalmente, estimulando e sustentando o desenvolvimento. E nossa luta diária é buscar alternativas para levar esse gás nas melhores condições de competividade, a fim de propiciar que o que é produzido no Paraná não perca competitividade frente ao que é produzido em outros Estados”.
Como também presidente do Conselho de Administração da Abegás, Lamastra explica que o grande esforço da Associação é pelo aumento da participação do gás como matriz energética no país, aumentar a interiorização da rede de fornecimento e a diversificação de mercados, com mais setores tendo o gás disponível. Nesse sentido, ele acredita que o mercado de gás natural no Brasil evolui para um novo patamar a partir de 2022, com a recente regulamentação promovida pela nova Lei do Gás e o esforço contínuo que tem sido feito para aumentar o número de supridores, para criar alternativas ao monopólio no suprimento exercido há décadas pela Petrobras. “Nosso acordo com a atual supridora nos permitem a celebração de contratos com novos supridores, na busca por gás mais barato. E como nossa operação não prevê ganhar com a comercialização – somos remunerados pela rede de distribuição que implantamos – comprar mais barato significa repassar para a sociedade um gás mais barato, mais competitivo. Essa é a nossa obsessão como empresa”.
Como agente dessa revolução, seja como presidente do Conselho de Administração da Abegás, seja como diretor-presidente da Compagas, Lamastra é categórico em reafirmar a importância estratégica do gás natural. “O país não pode prescindir de levar gás a fim de acompanhar os investimentos que visam o desenvolvimento industrial do país”.
Números e metas
A empresa de economia mista, tem como acionista majoritária a Copel (Companhia Paranaense de Energia), com 51% das ações, a Gaspetro, com 24,5% e a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%. A Compagas encerrou 2020 com uma redução de 35% no mercado não térmico, alcançando uma média anual de 881.745 m³/dia, impactado pela hibernação da Araucária Nitrogenados e pela redução das atividades comerciais devido à pandemia. No entanto, a distribuição para a UEGA (Usina Elétrica a Gás de Araucária) elevou o volume total distribuído para 1.557.858 m³ por dia, cravando uma alta de 8% em relação ao ano de 2019.
Para 2021, os planos de investimento da Companhia são de R$ 18,7 milhões e, até 2024, os recursos podem chegar a R$ 47,5 milhões que serão aplicados na ampliação da rede de distribuição de gás canalizado, de forma a diversificar o atendimento em sua área de atuação nos segmentos residencial, comercial, industrial e veicular.
No mesmo período, a Compagas pretende ampliar a rede de distribuição em 3,5%. Além disso, a Compagas vem atuando estrategicamente para elevar a base de clientes e alcançar a marca total de 58 mil consumidores no Paraná até 2024.
A Compagas é filiada ao LIDE Paraná. Semanalmente, nesta coluna, o LIDE Paraná trará exemplos de empresas e empreendedores paranaenses que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.