Ao subir em um ônibus e validar a passagem, o usuário está na ponta final do serviço de transporte, que consiste em levá-lo de um local ao outro, conforme um itinerário previamente definido por meio de uma autorização do poder público para que as empresas realizem esse trabalho. Antes disso, no entanto, diversas áreas trabalham para que isso se efetive, de fato, e acompanham cada veículo em tempo real.
PODCAST: Proprietário da Leblon Transporte de Passageiros, que opera 120 ônibus em diversas linhas da Região Metropolitana de Curitiba como Fazenda/Pinheirinho, Fazenda/CIC e o Ligeirinho Curitiba/Fazenda conta como é a operação por trás da catraca. Ouça agora:
Ao todo, são 18 empresas que atuam no transporte metropolitano, sendo responsáveis pelo transporte de mais de 400 mil passageiros por dia entre as cidades da Região Metropolitana de Curitiba. Cada uma das companhias responde por um determinado número de linhas, atendendo as especificações (horários e frequência) estabelecidas pela Coordenação da Região Metropolitana (Comec).
Cada vez mais, a tecnologia se torna uma aliada para oferecer um serviço de qualidade ao usuário. A Metrocard, que opera veículos de linhas intermunicipais de Curitiba e Região Metropolitana, responde por um sistema com 262 linhas, 100% delas monitoradas em tempo real, com mais de 70% de pontualidade nas partidas e chegadas. Por mês, são 5 milhões de quilômetros produtivos (transportando passageiros) com uma velocidade média de 25,7 km/h. Ao todo, são mais de 505 mil clientes cadastrados.
As 7 coordenadorias de uma empresa
Proprietário da Leblon Transporte de Passageiros, que opera 120 ônibus em diversas linhas como Fazenda/Pinheirinho, Fazenda/CIC e o Ligeirinho Curitiba/Fazenda, Haroldo Isaak conta que opera sem uma margem de lucro definida. “A margem das empresas é a busca da redução de custos da planilha homologada pelo poder público”, explica. Por isso, quanto mais eficiente for uma empresa, melhores serão os seus resultados.
Nesse contexto, cada companhia se organiza em prol da redução de custos e da melhor maneira de atender as obrigações de cada linha – além de tentar superar as adversidades, como a falta de infraestrutura de rodovias entre as cidades, a falta de infraestrutura viária em muitos pontos e a violência urbana.
Segundo Isaak, a Leblon se divide em sete diferentes coordenadorias em prol dos melhores resultados: (1) Operação; (2) Manutenção; (3) Suprimentos; (4) Administração; (5) Recursos Humanos; (6) Tecnologia e Informação; e, por fim, (7) Qualidade e Gestão Ambiental (confira o infográfico).
Enquanto a manutenção responde pela prevenção de ocorrências mecânicas, elétricas e inspeciona os veículos, a área de suprimentos é responsável pelas compras, armazenamento e distribuição das peças, entre outras funções, o coração da empresa está na operação. “É a área cuida do planejamento de cada linha, as escalas dos operadores, administra as ocorrências, como congestionamento e acidentes e responde às reclamações dos passageiros. É a base para otimizar os custos de operação e de pessoal, orientar quanto à direção segura e econômica”, explica Isaak.
Suporte à operação
Além das estruturas próprias, as empresas contam com o monitoramento do Centro de Controle Operacional (CCO) da Metrocard. O CCO permite configurar todos os parâmetros da operação e monitorar como está o andamento de cada carro em tempo real (já que todos os ônibus são equipados com GPS e conexões 3G/4G), por meio de uma equipe de analistas e de controladores.
“O CCO é responsável por gerar dados estatísticos que serão utilizados para indicar quais linhas e horários necessitam de ajustes para garantir melhorias no sistema de transporte e o cumprimento das grades programadas para as linhas”, esclarece Guilherme Artur Zippin, coordenador de CCO da Metrocard. A partir dessas informações, o sistema fornece um volume de dados, que são analisados por ferramentas de Business Intelligence (a coleta, organização, análise das informações que dão suporte a um negócio).
Embora seja possível identificar gargalos do sistema, os empresários e operadores não podem fazer alterações por conta própria – como aumentar o número de veículos em um itinerário – sem a autorização do poder público. “Essas informações são usadas para orientar os gestores do sistema, a Comec [Coordenação da Região Metropolitana], e as empresas operadoras quanto à necessidade de ajustes nas programações, visando o conforto e a segurança dos passageiros”, ressalta Zippin.
Parte do trabalho do CCO está em tentar minimizar problemas que fogem do escopo de atuação dos empresários, caso de congestionamentos, estradas em má conservação ou interditadas, entre outros pontos. Esse é um dos fatores para acompanhar cada veículo pelo CCO e estabelecer parâmetros específicos: permitir rodar acima de 60 km/h em estradas e reduzir na Área Calma do Centro de Curitiba, cujo limite é de 40 km/h.