Cerca de 80 empresários se reuniram para debater o mercado de fusões e aquisições no Brasil.
Cerca de 80 empresários se reuniram para debater o mercado de fusões e aquisições no Brasil.| Foto: Valterci Santos/Divulgação

No cenário corporativo dinâmico e competitivo de hoje, a habilidade de tomar decisões estratégicas pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma organização. Para debater sobre os desafios e o atual cenário, a Grafin Partners, uma das principais empresas de assessoria em fusões e aquisições do país, em parceria com a Gazeta do Povo, convidou empresários executivos de diversas empresas brasileiras para participar do evento “Decisões estratégicas e criação de valor em venda de empresas, turnaround e sucessão”, realizado na sede da Gazeta do Povo, em Curitiba, na manhã da última sexta-feira (21).

O bate-papo, conduzido pelo empresário Leandro Muniz, sócio-fundador da Grafin Partners, trouxe como convidados André Fauth, partner e CEO da Catálise Investimentos; Ozeias Oliveira, acionista e CEO da Gold Food Service e Rodrigo Lucthenberg, sócio da Grafin Partners e presidente da SC Angels. O debate girou em tornou das três áreas cruciais em que as decisões precisam estar ainda mais alinhadas ao contexto econômico e ao momento do mercado, caso da venda de empresas, os processos de turnaround – as reviravoltas enfrentadas por algumas companhias – e o processo de sucessão.

Fusões e aquisições

Leandro Muniz pontuou que existem alguns desafios e incertezas no mercado de fusões e aquisições de empresas – M&A, na sigla em inglês – que precisam ser enfrentados de forma prática e madura. No caso de organizações familiares que pretendem passar por um processo de fusão e aquisição, o primeiro passo fundamental é a preparação da empresa e dos gestores, dos pontos de vista financeiro, contábil, tributário e de gestão. “Antes do processo de M&A, a companhia precisa se preparar para isso, fazer um planejamento. O empresário precisa olhar a longo prazo e não apenas o dia a dia”, comentou.

De acordo com ele, o mercado de M&A está bastante aquecido no Brasil, principalmente de empresas e fundos de investimentos estrangeiros interessados em investir no país. “Estamos finalizando uma transação com uma companhia americana que está vindo para o Brasil para fazer uma fusão. Essa é uma sinalização de que as empresas estrangeiras estão animadas com o Brasil”, analisou.

Hora certa

Leandro Muniz, da Grafin Partners, conduziu a conversa com os especialistas.
Leandro Muniz, da Grafin Partners, conduziu a conversa com os especialistas.| Valterci Santos/Divulgação

A venda de uma empresa é frequentemente uma das decisões mais importantes que os proprietários enfrentam. Vender no momento certo pode maximizar o valor e assegurar um futuro próspero para a empresa sob nova liderança. Rodrigo Lucthenberg destacou a importância de se observar atentamente a organização e o contexto do mercado para aproveitar a hora mais adequada para obter lucratividade. “O melhor momento de vender uma empresa é quando ela está crescendo”, afirmou.

André Fauth citou exemplos de negociações das quais participou, no Brasil e no exterior, e destacou a importância de se compreender os diferentes contextos culturais, seja das empresas ou mesmo da forma de negociar entre empresários de diferentes nacionalidades.

No mercado internacional, a venda do WhatsApp para o Facebook é um exemplo icônico de transição no momento certo. O Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por US$ 19 bilhões, quando a plataforma já contava com uma base sólida de usuários e estava em expansão, mas ainda não havia explorado seu potencial de monetização.

Sucessão

Leandro Muniz, da Grafin Partners, conduziu a conversa com os especialistas.
Leandro Muniz, da Grafin Partners, conduziu a conversa com os especialistas. | Valterci Santos/Divulgação

A sucessão é um desafio para garantir a continuidade dos negócios, especialmente em empresas familiares ou aquelas com líderes carismáticos de longa data. Nesses casos, Fauth alertou para a necessidade de se fazer um trabalho de governança corporativa para garantir uma transição suave e bem-sucedida. “O empresário não deve espere estar mal ou com a empresa quebrando para tomar decisões. A preparação da família vem desde muito cedo para garantir um modelo estruturado de governança”, comentou.

Ozeias Oliveira contou que, nos últimos seis anos, recebeu quatro propostas para negociar a Gold Food Service, fundada por ele e pela esposa. Entre a primeira e a última abordagem, o patrimônio aumentou 15 vezes. “É preciso avaliar o que é mais rentável economicamente. Hoje, a gente entende que o negócio ainda pode crescer mais”, argumenta.

A sucessão na liderança da Apple, é outro exemplo emblemático entre as big techs. Quando Steve Jobs renunciou, em 2011, havia muita incerteza sobre o futuro da empresa. Tim Cook assumiu como CEO e conduziu a Apple a novos patamares, mantendo o foco na inovação e expandindo o portfólio de produtos da empresa e serviços. Sob sua liderança, a Apple se tornou a primeira empresa a alcançar uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão, demonstrando como uma transição de liderança bem gerida pode criar valor significativo.