Um ambiente de trabalho saudável e resolutivo é capaz de ampliar a capacidade produtiva de uma empresa. Em outras palavras: colaborador feliz dá lucro. E isso já está provado cientificamente. Um estudo desenvolvido pela empresa de consultoria e auditoria PwC em parceria com a Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que um trabalhador feliz é 31% mais produtivo, sua capacidade criativa triplica e ele é capaz de vender até 37% a mais.
O levantamento, realizado entre 2018 e 2019 com 1.425 trabalhadores, tinha como objetivo mapear a relação entre as práticas de bem-estar e os impactos disso nos negócios. Graças a esse tipo de estudos, muitas empresas em todo o mundo estão estruturando suas áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas para dar mais atenção à saúde mental dos profissionais.
No Brasil, a estimativa é que somente as 500 maiores companhias do país deixem de ganhar R$ 230 milhões por ano com improdutividade em suas operações. Esse número é resultado de um levantamento feito pela empresa de tecnologia Levee. Entre os motivos para esse grande prejuízo estão a alta rotatividade dos colaboradores, o tempo e o investimento para repor esses profissionais, absenteísmo e atrasos.
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No mundo ocidental, as pessoas passam quase metade do seu dia no trabalho. Mesmo com a transformação digital, com o home office e as novidades que foram impulsionadas com a pandemia de Covid-19, ainda assim são várias horas dedicadas ao ambiente corporativo – inclusive quando ele é realizado da sala de casa. Daí a importância de um local de trabalho agradável e acolhedor.
E isso vai muito além de colaboradores bem entrosados e uma estrutura atrativa, ergonômica e acessível. Inclui uma cultura empresarial onde os profissionais possam expor suas opiniões sem riscos de retaliações e tenham perspectivas de crescimento na carreira.
Mas não foi apenas a configuração da estrutura física empresarial que a pandemia de Covid-19 mudou. O isolamento social e a necessidade de trabalhar remotamente, estabelecendo novas formas de conexão entre os profissionais, exigiram também um novo debate sobre a saúde mental nas organizações. Além de focar nas questões referentes às sequelas das pessoas atingidas – direta ou indiretamente – pela doença, está sendo necessário discutir a nova forma de organização do trabalho.
Uma pesquisa da Vittude, plataforma de terapia online, em parceria com a Opinion Box, empresa de pesquisas de mercado, mostrou que 72% dos entrevistados optariam por trabalhar em uma organização com programas voltados para a saúde mental de seus colaboradores.
O estudo, que ouviu mais de 2 mil pessoas em todas as regiões do país, mostrou que 61% dos entrevistados afirmam que o estresse do trabalho já prejudicou a sua saúde mental.
Especialistas na área de gestão de pessoas e desenvolvimento humano enfatizam que as empresas que realmente querem se destacar nesse aspecto precisam implementar ações concretas e ir além das estratégias de marketing.
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A pesquisadora Daniela do Lago, que é mestre em Administração com foco em Comportamento Organizacional e uma das professoras dos cursos de especialização digital da PUCPR, ressalta que trabalho excessivo empurra o profissional para uma espiral de negatividade: “mais trabalho causa mais estresse, o aumento do estresse faz com que diminua a velocidade do cérebro, comprometendo a inteligência emocional. Menos criatividade e habilidades para lidar com pessoas prejudica a capacidade de realização”, pontua.
A professora salienta o fato de que muitas empresas ainda enaltecem o trabalho excessivo. “Funcionários sobrecarregados acham que trabalhar mais alivia o estresse. E, se terminarem o projeto ou relatório, a sensação de descontrole diminuirá. Mas, evidentemente, o trabalho nunca termina”, comenta.
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