Com a web 3.0 em andamento, o Metaverso, as informações armazenadas nas nuvens e tantas outras inovações tecnológicas que mudaram o cotidiano das pessoas, muitas profissões precisaram se reinventar e outras absorver essas novidades. Para os profissionais da área do Direito, a revolução digital trouxe grandes transformações. Os escritórios de advocacia também precisaram se modernizar e implantar uma nova cultura dentro de suas estruturas para manter a competitividade.
Quem achava que encarar cinco anos de graduação e enfrentar a tensão que envolve passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) era o suficiente para se considerar advogado, hoje percebe que o trabalho jurídico envolve uma série de outros conhecimentos que impactam na performance profissional e no resultado final do escritório e dos clientes.
Para isso, a estratégia que vem sendo adotada por escritórios e organizações em todo o mundo é potencializar o conhecimento da equipe com a estrutura e as ferramentas que a tecnologia proporciona.
Assim surgiu o Legal Department Operation (LDO). É o setor que precisa contar com profissionais que atuam no alinhamento da estrutura do escritório, em áreas como RH, análise de dados, comunicação, vendas, planejamento estratégico, tecnologia da informação, entre outras.
Ou seja, são estruturas que precisam estar preparadas para ir além do conhecimento legal. Os integrantes precisam saber sobre gestão, planejamento estratégico e conhecimento tecnológico, quesitos essenciais para otimizar o trabalho jurídico e aumentar a produtividade da equipe jurídica, utilizando as ferramentas adequadas para isso.
A edição de 2021 do Legal Department Operations (LDO) Index, da Thomson Reuters, mostrou que 80% dos departamentos jurídicos que participaram da pesquisa contavam com um time de Legal Operations exclusivo – em 2017, eram 56%. Foram entrevistados 1,5 mil representantes de departamentos jurídicos de empresas de pequeno, moderado, médio e grande porte.
O advogado Paulo José da Silva, controller jurídico e membro da Corporate Legal Operations Consortium (CLOC) e professor do curso Legal Operation, dados, inteligência artificial e alta performance da pós-digital da PUCPR classifica Legal Operations como “um modelo de gestão de departamentos jurídicos ou de escritórios”.
Silva explica que não é prerrogativa ser formado em Direito para atuar como Legal Operation, “Lá fora (do Brasil), os heads de Legal Ops não são advogados. Têm um perfil de Engenharia ou Projetos”, pontua, referindo-se a empresas como Google, Facebook e Salesforce. Porém, na opinião dele, é adequado que seja um advogado ou, pelo menos, um profissional com formação jurídica. Segundo ele, no Brasil, os profissionais que estão assumindo essas funções são, em sua maioria, advogados que já vinham de áreas de controladoria jurídica. Ou seja, já tinham experiência na área de gestão.
Head x Doutor
Por tradição, um advogado é sempre anunciado como “doutor”, independentemente de ter feito doutorado. No entanto, recentemente, termos comuns em segmentos considerados “mais descolados” ganharam espaço também nos escritórios de advocacia, graças à transformação digital.
Hoje, muitos desses locais contam com “heads de inovação”, onde são os responsáveis por adaptar os escritórios ao novo momento do Direito 4.0. É esse profissional que deve promover a cultura data driven no local, além de pensar em novos serviços e formas de captar clientes. Em resumo, é o visionário, aquele que conhece fundamentos do legal design, futurismo, marketing, growth hacking e modelos educacionais, sabe como utilizar a inteligência artificial e usa a realidade virtual para argumentar com os clientes.
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