Arquiteto de software foi uma das três funções com maior alta salarial no último ano, segundo o BNE.
Arquiteto de software foi uma das três funções com maior alta salarial no último ano, segundo o BNE. |Pixabay| Foto: Pixabay

Para os leigos ou aqueles que não são da área de Tecnologia da Informação – a “TI”, para os íntimos – todos os profissionais que “mexem com computador” têm a mesma função. E esse é um grande equívoco. Por trás dos códigos e telas, existem diversas carreiras que desempenham funções distintas. Muitas vezes, trabalham interconectadas para criar soluções, produtos, estruturas, sistemas e uma infinidade de ferramentas que são utilizadas no cotidiano das pessoas que acham estar alheias a esse mundo da tecnologia.

Nem todo mundo que constrói casa é arquiteto ou engenheiro. Existem diversas outras funções na indústria da construção civil que exigem papéis distintos e, nem por isso, menos importantes. Na área de tecnologia não é diferente. Inclusive, até algumas terminologias foram adequadas para o setor de TI na tentativa de esclarecer melhor cada um desses papéis.

Se na construção civil o arquiteto é quem deixa o ambiente mais harmônico e funcional, adequado ao gosto e ao estilo de vida de quem vai utilizá-lo, na TI o arquiteto de software é o profissional responsável por fazer com que um software seja apenas funcional e ainda tenha outros atributos indispensáveis para quem irá utilizá-lo, como segurança, performance, confiabilidade, entre outros quesitos. É ele quem vai garantir que o planejamento e as diretrizes do projeto estarão alinhados e o principal objetivo é potencializar os resultados da empresa, do cliente.

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É diferente do papel do engenheiro de software, que é responsável por realizar o projeto, o desenvolvimento e a implementação de soluções de um software, ao lado da equipe de desenvolvedores.

 <em>Engenheiro de software e arquiteto de software têm funções distintas dentro da área de TI, mas trabalham juntos. | Pixabay</em>
Engenheiro de software e arquiteto de software têm funções distintas dentro da área de TI, mas trabalham juntos. | Pixabay

Novamente o exemplo da construção civil: o engenheiro civil fez todo o projeto de um imóvel e acompanha a execução do projeto com a equipe da construtora. O arquiteto vai cuidar da parte visual, dos acabamentos, do relacionamento com o cliente, ouvir quais são as expectativas e colocá-las em prática na estrutura física. Em outras palavras, na TI o arquiteto de software modela o programa, enquanto o engenheiro controla os processos até a conclusão do projeto.

A demanda por arquitetos de software cresceu tanto nos dois últimos anos que, segundo um levantamento do site Banco Nacional de Empregos (BNE), essa foi a terceira função com maior variação salarial (+20,20%) entre 2020 e 2021, atrás apenas de coordenador de depósito (+25,30%) e gerente de marketing (+22,13%).

Cibersegurança

<em> Brasil ocupa o 12.º lugar no ranking dos países com maior número de casos de vazamento de dados. | Pixabay </em>
Brasil ocupa o 12.º lugar no ranking dos países com maior número de casos de vazamento de dados. | Pixabay

Em janeiro deste ano, o mundo estava perto de atingir a marca de 5 bilhões de pessoas “ativamente conectadas”, segundo o estudo Digital 2022: Global Overview Report. Ou seja, quase 63% da população mundial é usuária regular da internet e a projeção era de que, em 2022, os internautas ficassem mais de 12,5 trilhões de horas online globalmente ao longo do ano.

Quanto maior o tempo de conexão, mais tempo disponível para as vulnerabilidades on-line, seja para os cidadãos ou para as empresas. E esse é um ponto importante que precisa ser considerado por aqueles que “mexem com computador”. Ou seja, na hierarquia da TI, atuar de forma preventiva contra possíveis ataques hackers é obrigação de todos.

 <em>O especialista em segurança da informação e privacidade Izidio Rosa é um dos professores do curso de especialização em Arquitetura de Software, Ciência de Dados e Cybersecurity da PUCPR. | Divulgação</em>
O especialista em segurança da informação e privacidade Izidio Rosa é um dos professores do curso de especialização em Arquitetura de Software, Ciência de Dados e Cybersecurity da PUCPR. | Divulgação

O Brasil, por exemplo, aparece em 12.º lugar entre os países no ranking dos mais contabilizaram episódios de vazamento de dados no primeiro trimestre de 2022, segundo dados da empresa especializada em privacidade SurfShark – melhorou em relação a 2021, quando o país aparecia em 5.º lugar no ranking.

Nos primeiros três meses do ano, pelo menos 286 mil brasileiros tiveram seus dados expostos na internet. Os vazamentos revelaram endereços de e-mail, senhas, números telefônicos, documentos e outras informações sensíveis.

Para agravar esse cenário, uma outra pesquisa elaborada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) mostrou que apenas 40% das empresas sediadas no Brasil tomam medidas protetivas contra o vazamento de dados sigilosos e pessoais dos clientes. O levantamento foi realizado com base na resposta de mais de 4 mil empresários, coletadas entre agosto de 2021 e abril de 2022.

É importante lembrar que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está em vigor há dois anos e ainda é ignorada pela maioria (60%) das empresas, como aponta a pesquisa do Cetic. Por outro lado, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já está atuando e recebendo notificações de incidentes envolvendo empresas de todo o Brasil, que já estão começando a ser notificadas e multadas devido às falhas em seus processos.

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