Na história dos países que conseguiram subir no ranking da educação nos últimos 50 anos, uma variável que aparece em todos os casos é a mudança de percepção que a sociedade tem sobre a profissão de professor.
“O caso mais emblemático é o de Cingapura. Eles investiram fortemente em educação, focada nos problemas reais e contemporâneos, mas não foi só isso. Eles também investiram fortemente na imagem do professor na sociedade”, diz o Kleber Candiotto, Decano da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR.
A percepção é importante para atrair os melhores estudantes para o magistério. Na Finlândia, os alunos que estão entre os 10% com melhor desempenho durante o Ensino Médio são os que mais procuram os cursos de Licenciatura.
Uma pesquisa feita em 2013 pela Fundação Varkey GEMS, chamada “Índice Global de Status de Professores”, mostra que o Brasil está na rabeira do ranking da valorização do professor, com o segundo pior resultado entre 31 países, à frente apenas de Israel.
O estudo mostra que um dos fatores mais importantes de como a profissão é valorizada é a remuneração. O status dos professores dentro da sociedade depende de quanto as pessoas acreditam que eles recebem. Em vários países, a percepção é condizente com a realidade local. No Brasil e em países como Espanha e Israel, porém, os professores ganham até 20% menos do que as pessoas acham que eles ganham.
O salário de professores sem ensino superior, no entanto, puxa a média brasileira para baixo. Para profissionais com licenciatura, a remuneração hoje na rede pública do Paraná começa em R$ 3,6 mil, maior que a média dos recém-formados em outras profissões.
O país também tem a seu favor duas persepctivas importantes sobre a profissão. Primeiro, a cada vez maior exigência por mudanças sociais necessariamente passa por um olhar mais atento à educação e, segundo, o número de professores que vai se aposentar nos próximos anos é de até 40% do total de profissionais da área, tornando uma das profissões que o país mais vai demandar no futuro.