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Sede de um grande evento de inovação em tecnologia médica, braço do mais importante centro irradiador de novas soluções nessa área -- o projeto Biodesign da Universidade de Stanford, no Vale do Silício, nos Estados Unidos (que aqui recebeu o nome de hiPUC e começou nesta segunda-feira na própria universidade) --, a PUCPR já coleciona cases de sucesso e está na vanguarda em health innovation no país.

“Uma das maiores riquezas da PUCPR é o seu quadro de pesquisadores. Eles são os responsáveis pela alta qualidade da pesquisa realizada na instituição, reconhecida internacionalmente pelo ranking da Times Higher Education. Nossos pesquisadores são incentivados a realizar pesquisas e descobertas reconhecidas pela comunidade científica mundial”, conta Riccardo Lanzuolo, diretor de inovação da Agência de Inovação da PUCPR. “A universidade também estimula o seu corpo de pesquisadores a promoverem o estudo multidisciplinar, pois sabemos que essa iniciativa leva à inovação com mais chances de sucesso”, completa Lanzuolo. Confira abaixo alguns frutos dessa filosofia:

 

Válvula cardíaca descelularizada -- Inteiramente desenvolvida na PUCPR, é uma técnica pioneira de transplante de válvula cardíaca humana, que exclui a maior quantidade possível das células do doador sem danificar a estrutura, mantendo praticamente apenas a cartilagem. “Isso fez com que a rejeição nos transplantes caísse de 20 a 30% para menos de 1%”, conta o cardiologista Francisco Diniz Affonso da Costa, chefe da equipe que desenvolveu a técnica. Esses resultados levaram a PUCPR a licenciar a tecnologia para a empresa britânica Tissue Regenix, para que ela seja utilizada pelos bancos de tecidos europeus. “Esse processo está em fase de regulação, e a técnica deve ser implantada na Europa no primeiro semestre de 2017”, adianta o médico.

 

Próteses ósseas de material cerâmico biocompatível (Biovit) -- Outra técnica revolucionária foi desenvolvida pela PUCPR na ortopedia: a utilização do vitrocerâmico Biovit nos enxertos ósseos, em substituição às estruturas metálicas atualmente utilizadas. “Em contato com os fluidos corpóreos, o metal sofre corrosão e íons metálicos são liberados no organismo, causando problemas sistêmicos como hipersensibilidade, metalose, erisipela e falência de órgãos, por exemplo,” conta a engenheira biomédica Beatriz Luci Fernandes, professora da PUCPR no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde. “Pela facilidade de fabricação em formas complexas, por ser degradável e gerar produtos biocompatíveis dessa degradação, nos testes realizados em animais o Biovit eliminou esses problemas.”

 

Órtese multiarticulada universal para membros inferiores -- “As órteses costumam ser utilizadas em pacientes que sofreram cirurgias de alongamento ósseo, para evitar complicações como disfunção temporárias de partes moles, contraturas musculares, hipotrofias musculares, lesões nervosas e outras, que podem se tornar permanentes”, explica Beatriz. “Porém, as disponíveis atualmente no mercado foram projetadas para a adaptação em pés sem deformidades complexas, portando inadequadas para vários pacientes.” O modelo criado na PUCPR é multiarticulado universal ajustável, que adota os parâmetros biomecânicos das articulações do pé e supre as necessidades de reabilitação de pacientes com qualquer deformidade – mesmo as mais complexas.

 

Aplicativo ROI Finder – O laboratório que a PUCPR mantém em parceria com uma gigante mundial da tecnologia criou um aplicativo de realidade aumentada para tablet que sobrepõe uma imagem de ressonância em 3D à imagem do rosto do paciente feita pela câmera do dispositivo. “Quando as imagens são ajustadas, eu filmo a cabeça do paciente pelo tablet e enxergo o crânio por dentro, como se estivesse olhando para o cérebro”, resume o neurologista Luiz Roberto Aguiar, professor da PUCPR e coordenador do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Santa Cruz. “É uma mão na roda para localizar lesões dentro do crânio, escolher o melhor acesso cirúrgico e o local mais indicado para a incisão, evitando estruturas que não possam ser lesadas e a possibilidade de sequelas.”

 

Fundoscopy -- A prova de que a PUCPR já está comprometida com a inovação é ter bancado a ideia de um estudante do sétimo período de Engenharia de Controle e Automação, de apenas 23 anos. André Bortoli criou um exame portátil de fundo de olho, utilizando um par de lentes de contato rígidas acopladas à câmera de um celular para observar o fundo do olho. “Com a foto do fundo de olho tirada pelo celular, processada pelo aplicativo e associada a um exame oftalmológico, é possível determinar com mais precisão eventuais doenças”, conta André. “É uma ferramenta auxiliar para o exame oftalmológico, que aumenta a sua precisão. Permite que seja feita uma triagem dos pacientes à distância, o que pode ser muito útil na assistência a comunidades isoladas.”