A valorização dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua e um projeto de nação foram temas centrais discutidos durante a 73ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (Soea), realizada em Foz do Iguaçu (PR) entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro. Uma das palestras que abordaram o assunto foi proferida pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), engenheiro civil Joel Krüger, representando o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Francisco Nascimento Filho.
Intitulada “A engenharia, a agronomia e as geociências a serviço do desenvolvimento sustentável: uma nova visão”, a palestra apresentou indicadores que demonstram a importância do setor. “O grande salto da economia brasileira nos últimos anos é fruto de um trabalho conjunto, mas que sempre tem algo em comum: a forte presença dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua na força produtiva. Um contingente de 1,3 milhão de profissionais que participam decisivamente na composição do PIB brasileiro”, destacou.
Segundo Krüger, o fortalecimento da engenharia e da agronomia passa por questões como a defesa de grandes empresas estatais e o incentivo a educação, considerada um alicerce básico de qualquer país desenvolvido, em especial no ensino tecnológico. “Somos um dos mais importantes propulsores da economia brasileira. Por isso, estamos comprometidos com o desenvolvimento sustentável e temos muito a contribuir para o pleno crescimento do país, que deve ser retomado em breve. Também é essencial valorizar e incentivar os jovens profissionais, pois alguns acabam trabalhando em empresas ou universidades no exterior”.
Krüger destacou, ainda, a importância do desenvolvimento de um projeto de nação em longo prazo para que o Brasil se torne um país desenvolvido. “O projeto de desenvolvimento do Brasil é de décadas. Por isso, devemos olhar para 2050 e não somente para os próximos anos. E esse planejamento passa inteiramente pelo trabalho da engenharia”, assegurou.
Outra palestra correlata foi ministrada pelo presidente da Federação Nacional de Engenharia (FNE), engenheiro elétrico Murilo Celso de Campos Pinheiro. Com o tema “Engenharia unida”, Pinheiro destacou o engenheiro como agente transformador do futuro, vital para a retomada do crescimento e geração de renda. “Os engenheiros são protagonistas diante dos desafios impostos para a economia e a infraestrutura”, observou.
Salário mínimo profissional
Em 2016, a lei nº 4.950-A/66, que criou o salário mínimo profissional para trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), completa 50 anos. A sanção assegurou um salário proporcional à jornada de trabalho e à duração do curso de graduação, incluindo nesse contexto engenheiros e agrônomos. Para marcar a data, durante a 73ª Soea foi lançada uma cartilha sobre as cinco décadas da legislação. O material é de autoria da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).
De acordo com o presidente da Fisenge, engenheiro civil e sanitarista Clovis Nascimento, a lei é fundamental para valorizar os profissionais, mas precisa de manutenção. “Nosso objetivo é que a legislação seja mantida e, além disso, ampliada ao setor estatutário. A luta continua para conseguirmos abranger os engenheiros que ainda não estão enquadrados”, ressaltou.
O cumprimento da legislação é outro tópico que precisa ser discutido, como apontou o presidente do Crea-PR, engenheiro civil Joel Krüger. “A fiscalização a respeito do salário mínimo é um dos pontos centrais na gestão do Crea-PR. Entendo ser necessário garantir o cumprimento em todo o país para fortalecermos a engenharia e a agronomia no Brasil”.