O Fórum de Equidade Frente aos Novos Paradigmas, realizado durante a 73ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (Soea), discutiu ações necessárias para promover a igualdade de gênero nessas áreas. Entre os 1,3 milhão de profissionais registrados Sistema Confea/Crea e Mútua em todo o Brasil, apenas 14% são mulheres. O percentual é mais expressivo até os 40 anos de idade, demonstrando que jovens estão ingressando nas carreiras.
“Não basta apenas aumentar a representatividade feminina em números totais, mas também buscar condições de igualdade e cargos de liderança”, defendeu a gerente de relacionamentos institucionais do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), engenheira civil Maria de Fátima Ribeiro Có. Para ajudar a reverter esse quadro, há alguns anos o Confea aderiu ao Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, ligado ao Governo Federal.
Acessibilidade
Outro tema relacionado a inclusão abordado na 73ª Soea foi a importância da engenharia para promover a acessibilidade. Uma das palestras sobre o assunto foi proferida pelo médico Baldur Oscar Schubert, que tem como foco de trabalho a saúde pública. “As sociedades modernas são inclusivas e os profissionais engenheiros têm um papel importante na inclusão”, afirmou.
Segundo Schubert, dados apontam que o percentual de idosos está crescendo, já que a expectativa de vida no Brasil passou de 43,3 anos em 1950 para 74,8 anos em 2015. Atualmente, já são 26,7 milhões de pessoas acima de 65 anos no país, o que corresponde a 13% da população. Outro grupo beneficiado pelas soluções em acessibilidade é o de pessoas com deficiência, que representa 24% dos brasileiros (45,6 milhões de pessoas).
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), anfitrião da 73ª Soea, também adota medidas afirmativas. “Um dos resultados é que 47% dos cargos de chefia do Crea-PR são ocupados por mulheres. Esse número deve avançar em todo o Brasil e precisamos sanar diferenças salariais. No Paraná, 30% dos engenheiros são mulheres, mas isso não se reflete no plenário do Conselho”, disse o presidente do Crea-PR, engenheiro civil Joel Krüger. Outra participante do fórum foi a 2ª vice-presidente do Crea-PR, engenheira civil Célia Rosa.
Um dos destaques do evento foi a palestra sobre o Prêmio “WEPs Brasil: empresas empoderando mulheres”, coordenado pela gerente da Divisão de Planejamento de Compras da Itaipu Binacional, Daniele Gemael. Realizada pela Itaipu, a premiação tem o apoio institucional da ONU Mulheres Brasil. Como reflexo das discussões sobre empoderamento feminino no mercado de trabalho, o prêmio teve um crescimento de 41% em suas inscrições, passando de 81 empresas em 2014 para 137 em 2016.
Durante a 73ª Soea, foi lançado, ainda, o vídeo de animação do projeto Engenheira Eugênia, criado em 2013 a partir de histórias em quadrinhos que discutem pautas atuais. A proposta é idealizada pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). “A personagem traz reflexões e discute medidas para buscarmos a igualdade de gêneros”, comentou a diretora da mulher da Fisenge, engenheira química Simone Baía.