Um dos temas abordados na 73ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (Soea) é o papel do agronegócio no desenvolvimento nacional, tendo como eixo de discussão as palestras dos engenheiros agrônomos Decio Luiz Gazzoni (Embrapa) e Xico Graziano. Promovido pelo Sistema Confea/Crea e Mútua, o evento aconteceu entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro em Foz do Iguaçu (PR), com mais de 3 mil participantes.
Gazzoni destacou a responsabilidade da agropecuária considerando o crescimento da população mundial nos próximos 30 anos. “O Brasil é protagonista na oferta de produtos agrícolas e alimentos e existe um grande mercado para se explorar. A utilização de grãos para a produção de proteína animal é um dos exemplos, considerando que o consumo de carne suína e de frango deve aumentar puxada por países em crescimento, como a China”.
Apesar da desaceleração populacional prevista para as décadas futuras, outros fatores devem impulsionar a demanda por alimentos, como observou o especialista. Entre as tendências estão o aumento da esperança de vida, a adoção de hábitos mais saudáveis e a urbanização acentuada no Brasil. “Além de alimentos, a expectativa para a área rural é atender também outros setores, como biocombustíveis e turismo”, ressaltou.
Para impulsionar o crescimento do agronegócio, Gazzoni acredita que um dos desafios é a sustentabilidade, considerada um passaporte para o mercado externo. “Existem três pilares necessários para atingirmos um avanço sustentável: econômico, social e ambiental. Para romper os paradigmas de produtividade, devemos investir em inovações tecnológicas que permitem produzir mais com a mesma área cultivada”, avaliou.
Tecnologia em campo
O engenheiro agrônomo Xico Graziano também falou sobre as oportunidades do segmento, apresentando um panorama da produção agrícola brasileira e a importância da inovação para superar as adversidades. “As respostas à crise estão nos avanços tecnológicos. Nosso desafio é levar tecnologia a todos os produtores do país”, defendeu.
De acordo com Graziano, é preciso apostar na educação tecnológica, no empreendedorismo e na emancipação política dos produtores rurais. “Devemos ir além da assistência técnica e extensão, do crédito e seguro rural. Não podemos depender somente de incentivos governamentais, porque não vamos superar a crise apenas com benefícios públicos”.