A pós-graduação é importante justamente quando as pessoas precisam de mais qualificação para permanecerem empregadas ou terem mais condições de empreender em um negócio ou prestar serviços| Foto: Divulgação/UP

A consultora de negócios Fernanda Mendes tentou fazer uma pós-graduação por três vezes. Na primeira, as viagens a trabalho impediram a frequência necessária em sala de aula. Na segunda, o curso desejado não abriu turma. E na terceira, foi a agenda de eventos do trabalho que complicou a rotina. 

Desta vez, porém, nem uma gravidez no meio do caminho atrapalhou os planos. Ela acaba de concluir uma especialização em Desenvolvimento Gerencial. A modalidade escolhida foi a Pós-Flex da Universidade Positivo (UP), na qual parte das disciplinas a serem cursadas é selecionada pelo aluno, de acordo com o que ele considera relevante para sua formação, e o período de realização de todas elas pode ser definido e modificado conforme a disponibilidade na agenda. 

Fernanda chegou a interromper o curso durante seis meses com a chegada do bebê e, mesmo assim, terminou a especialização em menos de dois anos. “Optei por essa modalidade para poder montar a grade de aulas e também porque sabia que seria possível conciliar com o meu momento atual. Eu pude escolher disciplinas optativas com a orientação do coordenador do curso. Achei que o programa Pós-Flex favorece o networking, pois, como não tem uma turma fixa, possibilita grande troca de experiências”, conta.

Nem a gravidez atrapalhou os planos de Fernanda para conseguir um certificado de especialista 

A estratégia adotada por Fernanda vai ao encontro da visão do autor do livro “Vida Produtiva”, Guilherme Krauss. “A busca pela produtividade pessoal deve ser colocada a serviço de algo maior. Muitas pessoas têm vontade de continuar estudando, de qualificar o currículo, ampliar a rede de contatos, de abrir possibilidades de carreira. Mas ao mesmo tempo, numa vida tão corrida, parece difícil para a pessoa encaixar o horário da pós-graduação, dos estudos, e aí, por vezes, acaba adiando demais esse desejo ou não consegue aproveitar da melhor maneira. A partir do momento que a pessoa entende que isso é um objetivo para ela, organizar as tarefas fica muito mais fácil”.

Outra opção para quem tem uma rotina agitada, mas deseja um upgrade no currículo, é o curso de pós-graduação semipresencial. A Pós-Ágile, modalidade também oferecida na Universidade Positivo, combina a educação a distância com aulas presenciais, o que permite ao aluno gerenciar melhor sua agenda e ganhar tempo para terminar o curso em apenas um ano. 

“A gestão do tempo fica mais fácil porque a parte presencial tem dias fixos e a parte a distância pode ser feita em qualquer outro momento. O aluno assiste às aulas via internet, com vídeos, textos e professores que tiram dúvidas pelos canais on-line e, nas aulas presenciais, além de realizar toda a vivência prática, pode aproveitar para fazer networking”, explica o pró-reitor de Pós-Graduação de Planejamento e Operação da UP, Ronaldo Casagrande. 

O pró-reitor ressalta que em um período de crise, como o que o Brasil vive, ter uma especialização faz diferença. 

“As pessoas decidem postergar o curso porque o momento está difícil, mas é justamente quando elas precisam de mais qualificação para permanecerem empregadas ou terem mais condições de empreender em um negócio ou prestar serviços. No caso da Pós-Ágile, o fato das mensalidades serem acessíveis torna o produto ainda mais atrativo para quem não quer gastar muito”, esclarece Casagrande.  

Seja para quem tem pouco tempo livre, mas está com pressa de receber o diploma, para aqueles que precisam de mais flexibilidade para montar a própria grade, ou mesmo para as carreiras que pedem um curso mais tradicional, como um MBA, a especialização é um caminho para turbinar o currículo ou até para mudar de carreira. E se a falta de tempo ainda é um problema, seguem as dicas do especialista: 

Produtividade em três lições 

(Por Guilherme Krauss, autor do livro “Vida Produtiva”)

Saber priorizar atividades (escolher aquilo que eu vou fazer)

“Recomendo fazer uma categorização: matriz de urgência e importância. É uma matriz em cruz em que você categoriza as suas atividades do dia sob dois critérios: urgência (que tem a ver com se aquilo que eu preciso fazer vai dar problema) e importância (se aquilo vai me dar muito resultado ou não).

Uma coisa que a pessoa pode fazer é saber quais atividades (profissionais ou pessoais) pretende ou precisa fazer naquele dia e classificar essas atividades e realizar de acordo com a categorização: priorizar as que são urgentes e importantes. Muitas vezes, atividades pessoais que estão engavetadas vão vir à frente das profissionais. Como exemplo, marcar um médico. A pessoa que não conseguiu marcar o médico por causa da rotina do trabalho coloca na matriz como uma atividade urgente e importante, ela terá que ser a primeira tarefa do dia.

Para gerenciar as tarefas, a dica é o aplicativo Trello, que não é de priorização, mas de fluxo de tarefas. Faz a matriz, lança as atividades no aplicativo e na ordem de execução que a matriz apontou. ” 

Nos proteger daquilo nos tira do foco

“Tem a ver com eu me autoconhecer e entender o que me faz sair do eixo na vida. São os chamados buracos negros do tempo. Tem gente que é o Whatsapp, tem gente que é a rede social, tem gente que é o café ou o cigarro. É entender que hábitos que eu tenho, que faço repetidas vezes e que interrompem outras atividades. Pode ser um vício ou simplesmente um desvio.

Não é que essas atividades sejam erradas, mas a questão é que não é positivo quando eu realizo quase que de maneira involuntária. Eu preciso entender que eu estou fazendo isso, eu tenho esse objetivo e é isso que eu quero fazer. Se não, elas (atividades involuntárias) vão drenando o tempo aos poucos. 

Existem aplicativos que ajudam a ver, por exemplo, quantas vezes por dia você desbloqueia a tela do celular. Às vezes a pessoa gastou quatro horas olhando o Whatsapp, e não é que isto é errado, mas se não faz de maneira intencional, isso não é produtivo porque ela não está investindo o tempo dela em uma coisa que traz realização, ela nem está vendo o tempo passar. 

Por isso eu chamo de buraco negro, aquele dia que tinha 24 horas, passou a ser 20 horas e ela nem percebeu que essas quatro horas foram dragadas em uma atividade que ela faz involuntária.

Procurar identificar onde meu tempo está sendo dragado e depois pensar em maneiras que eu posso me proteger disso. Pode ser tanto com aplicativos, mas principalmente por processos. No caso do Whatsapp, por exemplo, eu poderia desinstalar notificações e colocar na minha agenda que todo dia às 11h e às 17h eu olho todas as mensagens e respondo. Ou numa solução mais drástica, apagá-lo do meu celular”.

Conseguir gerir o tempo e saber onde ele está sendo investido 

“A pessoa tem que saber onde ela está investindo o seu tempo. Eu recomendo utilizar algum aplicativo de time tracking. Gosto do TOGGL. Qual a ideia: quando você quer guardar dinheiro, qualquer consultor vai falar: ‘primeiro você tem que saber onde está gastando’. Com o tempo é a mesma coisa. Antes de querer pensar em administrar o nosso tempo, a gente tem que saber onde a gente está gastando.

É legal que a pessoa faça um acompanhamento de pelo menos uma semana para poder entender como é que ela está investindo o tempo dela, e não só no trabalho. A pessoa descobre que das 24 horas, ela passa quatro no trânsito e mais três tomando banho e se arrumando. Coisas que você nem imagina. Não que seja errado gastar uma hora se arrumando. Mas a questão é: será que ela acha que é a tarefa merecedora para gastar o tempo dela. Se sim, tudo bem. Se não, ela pode reduzir esse tempo e gastá-lo para fazer coisas mais produtivas”.