Patrimônio

Arquitetura

Projeto transforma silos inativos de área portuária em apartamentos residenciais

Isadora Rupp, especial para a HAUS
17/01/2022 19:11
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Silos são conectados por passarela que terá área de lazer e piscina com borda infinita. | Divulgação/Moura Dubeux

Carregada de história, a região portuária da capital pernambucana, que por séculos abrigou um dos principais portos mercantis do Brasil, continua até hoje conhecida por ser uma área essencialmente comercial, e que reúne atualmente empresas sobretudo de tecnologia. Na região, dois silos de grãos desativados, um construído há mais de 100 anos e outro há 60, vão virar 251 apartamentos residenciais.
O projeto, que será construído pela Moura Dubeux, foi pensado para contemplar o perfil que trabalha no bairro Ilha do Recife e no Porto Digital, um dos principais parques de inovação do país, focado em economia criativa: pessoas jovens, sem a necessidade de muito espaço e que gostariam de morar próximo ao trabalho para evitar grandes deslocamentos.
Segundo o diretor de incorporação Eduardo Moura, há necessidade de mais alguns projetos complementares até a obra iniciar, o que deve ocorrer em maio de 2022. Batizado de Moinho Recife, os apartamentos terão de 19 m² a 68 m², em formato estúdio ou em apartamentos de 1 ou 2 quartos.
Ocos por dentro, silos ganharam lajes e janelas para de transformar em apartamento. Foto: Divulgação/Moura Dubeux.
Ocos por dentro, silos ganharam lajes e janelas para de transformar em apartamento. Foto: Divulgação/Moura Dubeux.

Construção histórica

Os dois silos (um cilíndrico e outro retangular) serão revitalizados e terão modificações para comportar os imóveis. Por ser uma área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), toda a obra seguirá os preceitos de bens tombados.
Além disso, o projeto segue uma tendência mundial de uma arquitetura mais humana e responsável socialmente, que aproveita espaços pré-existentes e lhes dá novos usos ao invés de demoli-los. Um exemplo dessa mentalidade dentro da arquitetura é a dupla de arquitetos franceses Lacaton e Vassal, vencedores do Prêmio Pritzker 2021, o "Oscar"da arquitetura mundial.
De acordo com a supervisora de produto da Moura Dubeux, Laíza Tavares de Albuquerque, as plantas dos apartamentos são diferentes no silo cilíndrico e no retangular. Ambas prezaram pela integração dos espaços, visando imóveis confortáveis e espaçosos, mesmo com metragem reduzida.
Imagem de uma das suítes dos apartamentos, que ficarão dentro de Silos desativados. Foto: Moura Dubeux/Divulgação.
Imagem de uma das suítes dos apartamentos, que ficarão dentro de Silos desativados. Foto: Moura Dubeux/Divulgação.
O projeto, diz Laíza, foi um grande desafio: "Os silos não têm nenhum tipo de abertura, são ocos por dentro. Tivemos que transformar o edifício em apartamentos, projetando lajes e janelas e, ao mesmo tempo, manter a história e o ar industrial da região". Outra obra envolvida é a revitalização da rua São Jorge, que liga os dois prédios, com formação de área verde e valorização do passeio para pedestres.
O Moinho Recife também terá áreas de lazer e de comodidade, como lavanderia coletiva, academia, ar-condicionado central e inovações como placas solares. "Além disso, o morador poderá contar com toda a parte empresarial, dos shoppings, perto da sua casa", frisa Laíza.
Ambas construções serão conectadas por uma passarela, que será mantida e transformada em uma área de convívio para moradores das duas torres, com piscinas aquecidas de borda infinita e rooftop com lounge bar. O valor dos imóveis deve variar de R$ 180 mil a R$ 500 mil. A previsão de entrega dos apartamentos é de três anos.

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