Diversos fatores transformaram a democracia venezuelana em uma ditadura bolivariana. Selecionamos 37 textos que explicam como isso ocorreu e as suas consequências na economia, política, saúde, educação e segurança do país.
Um dos setores em que ficou mais explícito fracasso da ditadura de Chávez e Maduro foi a economia. Desde que o governo começou a intervir nas empresas privadas e criar estatais deficitárias - três em cada quatro empresas estatais foram criadas, expropriadas ou confiscadas durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro - os itens básicos de consumo sumiram das prateleiras, a hiperinflação corroeu a renda da população, chegando a incríveis 1.000.000 % em 2018, e a fome se tornou um problema grave.
Um relatório da Anistia Internacional afirma que forças de segurança do Estado venezuelano usam força letal com intenção de matar os setores da população mais vulneráveis e excluídos, criminalizando a pobreza. O resultado foi mais de 8.200 execuções extrajudiciais entre 2015 e junho de 2017 – número 18 vezes maior do que o de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no Brasil, de acordo relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Enquanto a maioria dos 31,5 milhões de venezuelanos passa fome, um seleto grupo vive em um universo à parte. Conheça os boliburgueses, a classe que enriqueceu ao manter íntimas relações com o chavismo – primeiro, com o governo Hugo Chávez, entre 1999 e 2013; depois, sob o comando de Maduro.
Há fartas evidências de fraude nas eleições de 2018, que deram a Maduro mais quatro anos na presidência do país. Milícias levaram votantes até as urnas, o que é proibido pela lei eleitoral, locais de votação ficaram abertos além do horário previsto, chavistas instalaram “pontos vermelhos” para checar o comparecimento dos eleitores, que votavam sob ameaça de terem seus benefícios sociais cortados pelo governo.
Milhares de trabalhadores estão largando a empresa estatal de petróleo da Venezuela, abandonando postos que já foram cobiçados, mas que hoje estão desvalorizados pela pior inflação do mundo. Trabalhadores desesperados e criminosos estão levando equipamentos vitais da empresa, além de veículos, bombas e fiação de cobre, carregando o que podem para ganhar algum dinheiro. Essa diminuição de pessoal e equipamentos incapacita ainda mais uma estatal que oscila há anos, mas que ainda é a fonte de renda mais importante do país. Graças a isso, a Venezuela amarga um prejuízo de US$ 16,9 bilhões desde 2017 devido à queda na produção de petróleo.
A mortalidade infantil na Venezuela retrocedeu 40 anos e já é duas vezes maior que a média da América Latina. Um levantamento realizado a partir de banco de dados do Unicef e do Banco Mundial revela que as taxas registradas em 2017 são equivalentes aos índices do país em 1977.
A crise econômica na Venezuela causou o colapso do sistema de saúde. A constatação é da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) que, em documentos internos, alerta para a fuga de um a cada três médicos venezuelanos e para a explosão de novos casos de aids, malária, tuberculose, sarampo e difteria. Crianças também estão morrendo em hospitais devido às más condições de higiene.
Com pagamento mensal que não chega a 5 dólares para docentes, instituições de ensino venezuelanas enfrentam evasão de alunos e ameaçam fechar as portas.
Diariamente, cerca de 5 mil venezuelanos fogem da fome e da repressão em seu estado socialista em colapso. Eles estão reformulando cidades e vilas em todo o hemisfério ocidental. No Brasil os efeitos estão bem visíveis em Roraima, na região de fronteira e na capital, Boa Vista.
Após a eleição internacionalmente contestada de 2018, que deu à Maduro mais seis anos à frente da Venezuela, as prisões políticas se intensificaram no país, segundo a ONG local de direitos humanos Foro Penal Venezuelano. Poucos dias após a reeleição de Maduro, funcionários públicos relataram ameaças por não terem votado e meio de comunicação sofre censura por “disseminar mensagens que ignoram as autoridades legitimamente constituídas” e por “incitar o ódio”.
Como a Venezuela, que já foi o país mais rico da América do Sul, acabou com tantos problemas? A culpa não foi de uma mudança errada de rumo, mas das políticas socialistas plantadas há muito tempo, e que continuam sendo aplicadas.
Mitos sobre a suposta grandeza do socialismo se negam a desaparecer, mesmo depois de experiências socialistas como a implantada pelo regime de Chávez e Maduro ter feito dezenas de milhões de vítimas. Veja como o colapso da Venezuela os desmente.
Por causa da inflação, alimentos para cães e cuidados veterinários estão fora do alcance de milhões de pessoas, que precisam abrir mão de seus bichinhos.
Pelo menos 3,7 milhões de pessoas estão passando fome no país, segundo a agência da ONU para alimentação. No entanto, o governo nega que haja uma crise humanitária.
Dados compilados por ONGs venezuelanas mostram que 1.134 menores de idade foram assassinados no país em 2017 – 76 tinham menos de 4 anos.
Um dos efeitos mais nocivos da crise pela qual passa a Venezuela é a pane na educação. Professores e alunos, com fome e sem dinheiro, abandonaram as salas de aula e as escolas, principalmente as particulares, fecharam as portas. A extensão do estrago, porém, é ainda desconhecida: em 2003, o país deixou de fazer pesquisas sobre a qualidade da educação e, desde então, se nega a participar de avaliações internacionais. Compreensível.
O socialismo obrigou o venezuelano a fazer uma dieta forçada; 72,7% da população do país emagreceu em 2017.
Conheça a trajetória do ditador que conversa com passarinhos, não chegou a terminar os estudos, e foi eleito na esteira de Hugo Chávez.
ONGs denunciam a utilização de gases tóxicos para provocar asfixia, torturas sexuais e técnicas sinistras como a de pendurar presos durante horas.
Pais não têm condições de alimentar seus filhos e estão abandonando os pequenos em orfanatos.
Em busca de melhores condições de vida, venezuelanos mais velhos deixam para trás suas histórias no país de Maduro e se mudam para outros lugares.
Posicionamento contrário ao governo de Nicolás Maduro tem custado caro aos artistas que atuam no país.
O relato de uma fotojornalista que trabalha para o New York Times na Venezuela há nove anos, e que, nos dois últimos, passou a se concentrar na luta da população, que vive uma das piores crises econômicas da história do país. Testemunhou a revolta cada vez maior com a comida e os remédios que aos poucos foram sumindo, e o autoritarismo de Maduro se intensificando.
Com o equivalente a US$ 0,01, é possível comprar mais do que um barril de 159 litros de combustível.
Quando Hugo Chávez assumiu o poder na Venezuela, há quase vinte anos, o populismo esquerdista que defendia supostamente salvaria a democracia; em vez disso, causou a implosão do sistema no país.
Oito em cada dez venezuelanos afirmam não ter dinheiro suficiente para comprar alimentos ou remédios, segundo uma pesquisa da empresa Venebarómetro.
Assembleia Nacional venezuelana, liderada pela oposição, foi silenciada pelo atual regime chavista.
Após deixarem seu país, venezuelanos partem em busca de uma vida melhor em outros lugares. Apesar das dificuldades de adaptação à vida em um novo lugar, este parece ser um caminho melhor do que a fome e a revolta que enfrentaram em seu país
Água em péssimas condições (quando há água), falta de energia e internet: esse é o triângulo impossível que atinge venezuelanos diariamente, mesmo os de classe média.
Trabalhar deixou tecnicamente de ser rentável. Hoje no país vizinho vale mais a pena dormir que trabalhar, em função do achatamento do salário mínimo.
Falência do estado socialista provoca uma das mais dramáticas fugas de talentos humanos da história da humanidade. Até 2018, 48 mil professores – ou 12% de todo o contingente em escolas dos ensinos fundamental e médio em todo o país – pediram demissão, de acordo com o Se Educa, um grupo educacional.
Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), mais da metade dos assassinatos no país são cometidos por policiais. Em 2019 cerca de 5,2 mil pessoas morreram na Venezuela por apresentar “resistência à autoridade”. Esse número é menor que o de 2018, quando as mortes violentas devido à "resistência à autoridade" superaram 7,5 mil.
Material encontrado recentemente pela Inteligência da Colômbia reforça a relação estreita entre a ditadura de Nicolás Maduro e o grupo terrorista colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN).
O número de torturas provocadas pelas forças de segurança da Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, deu um salto assustador entre 2018 e 2019, informou a ONG venezuelana humanitária Provea (Programa Venezolano de Educación Acción en Derechos Humanos). Enquanto em 2018 foram registrados 109 casos de tortura nas prisões e delegacias da Venezuela, em 2019 o número foi de 574. Além disso, 23 pessoas morreram em decorrência da tortura policial nesses locais.
Quatro em cada cinco venezuelanos não conseguem arcar com o valor da cesta básica. A pobreza no país atingiu 96,2% dos domicílios em 2019, enquanto a pobreza extrema alcançou 79,3%.
A produção de petróleo na Venezuela caiu em maio para 570 mil barris diários, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o volume mais baixo em quase 80 anos. No auge da indústria de petróleo do país, a produção diária chegou a 3,7 milhões de barris por dia, em 1970. Os níveis atuais são os mais baixos desde 1943, quando o oferta chegava em média a 491 mil barris diários do produto.
Na manhã de 10 de dezembro de 2009, a juíza María Lourdes Afiuni saiu de sua casa para o seu local de trabalho, o tribunal de controle criminal 31 no Palácio da Justiça em Caracas. De lá, saiu detida para a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), e de lá para a prisão feminina INOF (Instituto de Orientação Feminina), onde passou um ano e um mês. Ela voltou para sua casa em fevereiro de 2011 sem útero, com a vagina e o ânus reconstruídos, uma lesão na mama direita e insônia crônica.
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