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4 coisas que você precisa saber sobre a nova política de Trump para transgêneros

Ativistas LGBT se reúnem em Nova Iorque para protestar contra as possíveis mudanças da administração Trump sobre políticas para pessoas trans, em 21 de outubro | Yana PaskovaAFP
Ativistas LGBT se reúnem em Nova Iorque para protestar contra as possíveis mudanças da administração Trump sobre políticas para pessoas trans, em 21 de outubro (Foto: Yana PaskovaAFP)

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos está considerando descartar as ações executivas da era Obama que vinculam o financiamento das escolas federais ao reconhecimento do gênero como uma escolha. 

A reportagem de domingo no New York Times sobre a mudança proposta faz referência a um memorando vazado. Nada foi finalizado, no entanto. 

Veja o que você deve saber sobre a nova política em potencial. 

1. Nova política igual à antiga? 

A nova política, se adotada, provavelmente colocaria em prática o pressuposto em vigor antes das ações executivas do governo do presidente Barack Obama. 

O governo Obama determinou, em 2016, que as escolas públicas abrissem seus banheiros, vestiários e chuveiros para estudantes transgêneros com base em sua identidade de gênero, em vez de seu sexo biológico. 

O Times relatou sobre o memorando vazado que dizia que o HHS definiria gênero “numa base biológica que é clara, fundamentada na ciência, objetiva e administrável”. 

O título da reportagem do Times afirmou: “Definição de transgênero pode ser excluída da existência sob administração de Trump”. 

No entanto, o artigo explicou que a definição seria aplicada para os propósitos do Título 9, que é a lei que proíbe a discriminação de gênero em programas educacionais que recebem assistência financeira federal. 

“Nos últimos meses do governo Obama, burocratas federais ilegalmente redefiniram a palavra ‘sexo’ para significar ‘identidade de gênero’, e então impuseram uma política radical de banheiro e vestiários em todas as nossas escolas públicas e disseram que os médicos que se recusassem a realizar procedimentos de “redesignação sexual” seriam culpados de discriminação”, disse ao The Daily Signal Ryan T. Anderson, pesquisador sênior da The Heritage Foundation e autor de “When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment” [Quando Harry se tornou Sally: Respondendo ao Momento Transgênero]”. 

“Felizmente, parece que o governo Trump rejeitou a agenda de transgêneros de Obama e entende a palavra ‘sexo’ corretamente como uma realidade corporal”, disse Anderson. 

O memorando supostamente diz: “Sexo significa o status de uma pessoa como homem ou mulher, com base em traços biológicos imutáveis identificáveis durante ou antes do nascimento. O sexo listado na certidão de nascimento de uma pessoa, conforme originalmente emitido, constituirá prova definitiva do sexo de uma pessoa, a menos que seja refutado por evidência genética confiável”. 

2. Qual é o precedente legal atual? 

Uma decisão de um tribunal federal no Texas suspendeu o regulamento do governo Obama. 

Vinte e quatro estados contestaram o Departamento de Educação e o Departamento de Justiça do governo Obama sobre a política de identidade de gênero em três processos diferentes. 

O governo Obama afirmou que o Título 9 fornece proteções para estudantes transexuais, exigindo, assim, que as escolas permitam que os estudantes transexuais usem banheiros e vestiários com base em sua identidade de gênero. 

O juiz federal Reed O'Connor, do Tribunal Distrital dos EUA do Distrito Norte do Texas, em Fort Worth, decidiu, em 2016, que o governo Obama havia ultrapassado os limites do processo regulador ao impor a regra. 

“Não pode ser contestado”, O'Connor, um nomeado do presidente George W. Bush, escreveu que ao aprovar o Título 9, o Congresso “tratou das diferenças biológicas e anatômicas entre estudantes masculinos e femininos como determinadas pelo seu nascimento” em referência a “sexo” na lei do Título 9. 

3. O que a Administração Trump está dizendo? 

A porta-voz do HHS, Caitlin Oakley, se recusou a oferecer detalhes sobre a política com base em informações que o Times relatou ter vazado. 

“Não comentamos documentos supostamente vazados que pretendem indicar o status das deliberações ou o foco do departamento”, disse Oakley em um comunicado. “A ampla definição do governo Obama de ‘sexo’ foi imposta por um tribunal federal em uma base nacional em dezembro de 2016, e o governo Obama não recorreu”. 

A declaração de Oakley continua: 

Essa corte descobriu que o regulamento da administração Obama era excessivo e inconsistente com o texto da lei do Título 9 de 1972 que proibia a discriminação com base no sexo. 

A ordem judicial continua em pleno vigor e efeito hoje, e o HHS está comprometido com ela enquanto continuamos a analisar a questão. 

Todos merecem ser tratados com respeito, e o Escritório de Direitos Civis da HHS continuará a aplicar vigorosamente todas as leis escritas e aprovadas pelo Congresso, proibindo a discriminação nos cuidados de saúde com base em raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, idade e deficiência. 

Oakley também fez referência a uma declaração de Roger Severino, diretor do Escritório de Direitos Civis do HHS. 

Severino disse que, no momento, o departamento está cumprindo a decisão do tribunal federal. 

“Um tribunal federal bloqueou a regulamentação do HHS sobre identidade de gênero e interrupção da gravidez como contrária à lei e infratora dos direitos dos provedores de assistência médica em todo o país”, disse ele em um comunicado. “A ordem judicial continua em pleno vigor e efeito hoje, e o HHS está cumprindo isso enquanto continuamos a analisar a questão”. 

4. Grupo ativista LGBT diz que esse é um “precedente destrutivo” 

Mesmo que nenhuma política esteja em vigor, a principal organização de lobby LGBT partiu para a ofensiva após a reportagem inicial do Times. 

“Estabelecendo um precedente destrutivo, o governo Trump-Pence pretende apagar as pessoas LGBTQ da proteção de direitos civis federais e eviscerar a aplicação de leis contra a discriminação”, Chad Griffin, presidente da Human Rights Campaign, um grupo de defesa LGBT, disse em um comunicado. 

Griffin continuou: 

Definir “sexo” nesta linguagem restrita, adaptada aos pontos de discussão dos extremistas anti-igualdade, é parte de uma estratégia deliberada para eliminar as proteções federais para pessoas LGBT. 

Esse é um ataque direto à igualdade fundamental das pessoas LGBTQ e, se esta administração se recusar a reverter o curso, o Congresso deve agir imediatamente promovendo a Lei da Igualdade para garantir que as pessoas LGBT sejam explicitamente protegidas pelas leis de direitos civis de nossa nação. 

O comunicado de imprensa da Human Rights Campaign afirma que a definição biológica do sexo poderia significar que casais do mesmo sexo poderiam ser recusados em abrigos de emergência e que companhias de seguro poderiam negar a cobertura da cirurgia de transição de gênero. 

O conservador Family Research Center, que apoia a proposta de reversão das políticas transgênero, não respondeu às perguntas para este artigo.

©2018 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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