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A incerteza deixa os seres humanos desconfortáveis. Não saber o que vai acontecer no futuro cria um sentimento de inquietação em muitas pessoas. É por isso que às vezes utilizamos previsões feitas pelos principais especialistas em seus respectivos campos para tomar decisões em nosso dia a dia. Infelizmente, a história mostrou que os especialistas não costumam ser muito melhores que as pessoas comuns quando se trata de prever o futuro. E os economistas não são uma exceção. Aqui estão cinco previsões econômicas que nunca se realizaram.

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1. Irving Fisher previu um boom do mercado de ações – pouco antes do crash de 1929 

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Irving Fisher foi um dos grandes economistas da primeira metade do século 20. Suas contribuições para a ciência econômica são variadas: a relação entre inflação e taxas de juros, o uso de índices de preços ou a reformulação da teoria quantitativa do dinheiro são algumas delas. No entanto, ele às vezes é lembrado por uma declaração infeliz que fez nos dias anteriores ao crash de 1929. Fisher disse que “os preços das ações atingiram o que parece ser um patamar permanentemente alto (...) Minha expectativa é ver o mercado de ações muito mais alto dentro de alguns meses”. Alguns dias depois, o mercado de ações despencou com consequências devastadoras. Afinal, nem os gênios estão isentos de cometer erros. 

2. Paul Ehrlich sobre a iminente “bomba populacional” 

Em 1968, o biólogo Paul Ehrlich publicou um livro no qual argumentou que centenas de milhões de pessoas morreriam de fome nas décadas seguintes, como resultado da superpopulação. Ele chegou ao ponto de dizer que “a batalha para alimentar toda a humanidade acabou (...) nada pode impedir um aumento substancial na taxa de mortalidade mundial”. Obviamente, as previsões de Ehrlich nunca se realizaram. Desde a publicação do livro, a taxa de mortalidade passou de 12,44 por mil em 1968 para 7,65 por mil em 2016, e a desnutrição diminuiu drasticamente, embora a população tenha dobrado desde 1950. Raramente na história alguém esteve tão errado sobre o futuro da humanidade. 

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3. A Grande Depressão dos anos 90 que nunca aconteceu 

O economista Ravi Batra alcançou o primeiro lugar na lista de best-sellers do The New York Times em 1987 graças ao seu livro “The Great Depression of 1990” (A Grande Depressão de 1990). Do título, pode-se inferir facilmente qual era a principal tese do livro, a saber: uma crise econômica é iminente, e ela será difícil. Felizmente, sua previsão não se concretizou. De fato, a década de 1990 foi um período de relativa estabilidade e forte crescimento econômico, com o mercado de ações dos EUA crescendo a uma taxa anual de 18%. Nada mal para uma depressão econômica, certo? 

4. Alan Greenspan sobre as taxas de juros 

Em setembro de 2007, o ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, lançou um livro de memórias chamado “A Era da Turbulência: Aventuras em um Novo Mundo”. No livro, ele afirmou que a economia estava caminhando para taxas de juros de dois dígitos devido às pressões inflacionárias esperadas. De acordo com Greenspan, o Fed seria obrigado a aumentar drasticamente sua taxa de juros para cumprir o mandato de 2 por cento de inflação. Um ano depois, a taxa dos Fed Funds estava em níveis historicamente baixos, atingindo o chamado “zero-lower bound”, ou limite inferior zero, pouco depois. 

5. Peter Schiff e o Fim do Mundo 

O comentarista financeiro Peter Schiff tornou-se famoso após a Crise Financeira de 2007-2008 por ter previsto o crash da habitação em 2006 (mesmo um relógio quebrado está certo duas vezes por dia). Desde então, ele vem prevendo catástrofes econômicas todos os dias, com sucesso muito limitado. Existem muitos exemplos de previsões fracassadas à disposição. Por exemplo, em um vídeo de 2010 (veja abaixo), Schiff previu que o Quantitative Easing (a política monetária não convencional realizada pelo Fed entre 2008 e 2014) resultaria em hiperinflação e, por fim, na destruição do dólar. Infelizmente para Schiff, a taxa média de inflação por ano desde o início do QE foi de 1,68%, um pouco abaixo da meta de 2% do Fed.

©2018 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês

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