No segundo fim de semana de agosto, como que em conluio, grandes sites de notícias conclamaram as pessoas a deixarem de consumir carne. O pedido refletia um relatório recente das Nações Unidas que recomendava a medida no combate às mudanças climáticas.
Isso surpreendeu muita gente, mas há outros fatos surpreendentes sobre as mudanças climáticas que não são publicados na imprensa diária.
Abaixo estão alguns fatos – cientificamente comprovados e publicados em periódicos especializados — que talvez o surpreendam.
O clima sempre mudou - sempre
Todos os dados disponíveis sobre a temperatura da Terra mostram que sempre houve mudanças no clima nos últimos 10 mil anos. Não há um único climatologista que negue isso. Não importa sua opinião quanto às causas, magnitude e perigo (ou não) das mudanças climáticas atuais – você tem de concordar com isso. O clima sempre mudou. E mudou nas duas direções: esquentou e esfriou. Até o século XVII, todas essas mudanças ocorreram quando a maior parte dos seres humanos era de caçadores, coletores e agricultores.
O aumento da temperatura no passado não foi causado pelos seres humanos
A industrialização só ocorreu no século XVII. Portanto, nenhuma das mudanças anteriores no clima foi motivada pelas emissões humanas de dióxido de carbono. Nos últimos 2000 anos, as temperaturas mundiais aumentaram ao menos duas vezes (nos séculos I e X), atingindo níveis muito semelhantes aos de hoje, e nenhum desses períodos de aquecimento foi causado pelos seres humanos.
O Ártico e a Antártida estão melhores do nunca
Sim, você leu corretamente. Os registros paleoclimatológicos de 10 mil anos do Holoceno revelam que o Ártico e a Antártida estão num de seus melhores momentos. O único período melhor para os polos foi o século XVII, durante a Pequena Era do Gelo, quando o nível de gelo era maior do que o atual. Durante a maior parte dos últimos 10 mil anos, o nível de gelo foi menor do que o atual. Apesar das enormes perdas nas últimas décadas, o nível de gelo está na sua máxima histórica ou próximo dela.
Os ursos polares e outras espécies não estão morrendo, e sim prosperando
Se você prestou atenção ao último fato citado, então esse não será difícil de entender. Os ursos polares – que costumam ser usados como símbolo do apocalipse climático – são uma das principais espécies que habitam o Ártico. Ao contrário da balbúrdia em torno da possibilidade de extinção deles, a quantidade de ursos na verdade aumentou nas últimas duas décadas.
No último ano, o governo canadense cogitou até aumentar as cotas de caça de ursos polares, já que os animais, mais numerosos, são uma ameaça às comunidades de esquimós que vivem na região de Nunavut.
O aumento na população de ursos polares incomoda aqueles que insistem em dizer o contrário na imprensa. E não são apenas os ursos polares no Ártico. Outras espécies importantes em outras regiões, como os tigres, estão se recuperando.
O dióxido de carbono não é um bom indicativo da temperatura
Apesar de a maioria dos climatologistas atualmente trabalhando nas Nações Unidas acreditar que as emissões antropogênicas de dióxido de carbono provocaram o aumento do aquecimento natural nas últimas décadas, não há prova empírica disso. A única forma de comprovar isso seria esperar e ver se as suposições são verdadeiras.
A fraternidade do clima ficou surpresa quando as temperaturas mundiais entre 2000 e 2016 não subiram como o previsto pelos catastrofistas. Os cientistas diziam que as emissões de dióxido de carbono geradas pela atividade humana resultariam num aumento rápido da temperatura, mas isso não ocorreu.
Isso provou que a concentração de CO2 na atmosfera não é o principal fator de controle da temperatura mundial. A análise de um período bem maior (10 mil anos ou mais) mostra que o CO2 não exerce um papel determinante no aumento da temperatura. O CO2 nunca foi o controle de temperatura do planeta.
Há vários outros fatos científicos que a imprensa se recusa a reconhecer, como a diminuição na atividade solar que a NASA previu para os dois próximos ciclos solares de 2021 e 2041 e que deve dar origem a um resfriamento global como o da mínima solar do século XVII.
Há outros fatos que vão contra a crença popular. Por exemplo, não houve aumento na frequência ou intensidade das enchentes, furacões, tornados, incêndios florestais, secas e outros acontecimentos climáticos extremos. Até mesmo o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas das Nações Unidas expressou desconfiança diante da ideia de que as mudanças climáticas – provocadas pelo homem ou não – estavam provocando um aumento em acontecimentos climáticos extremos.
A lista é interminável. Seria ingenuidade não reconhecer esses fatos explícitos em nossa imprensa.
Vijay Jayaraj é mestre em Ciências Ambientais e pesquisador.
© 2019 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês