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O Brasil viu dois casos de linchamento no último fim de semana. No domingo (8), moradores da pequena cidade de Borba, no Amazonas, invadiram a delegacia da cidade para linchar o suspeito do assassinato de uma adolescente de 14 anos. 

Gabriel Lima Cardoso, 18 anos, tinha acabado de ser preso, suspeito de ter matado a facadas a sua ex-namorada, de 14 anos. Segundo a Polícia Civil, ele admitiu o crime enquanto era conduzido à delegacia, mas não houve tempo para depoimento formal. 

Nossas convicções:  O Estado de Direito

Vídeos gravados com celulares mostram uma turba invadindo o prédio, que teve vidros e portas quebradas e foi parcialmente incendiado. O rapaz aparece sendo agredido no chão com chutes e pedradas na cabeça. Desacordado, continua a sofrer agressões em cima do capô de um carro de polícia. Em seguida, é arrastado e carbonizado, ainda no pátio da delegacia. 

Outro caso de linchamento aconteceu no mesmo fim de semana. Em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, um homem de 22 anos foi agredido até a morte após vizinhos suspeitarem que ele havia matado o próprio pai e a irmã. 

Nossas convicções: A dignidade da pessoa humana

A Polícia Militar chegou ao local e encontrou o corpo de Reynã José de Santana na calçada, perto da casa onde morava, com ferimentos a cabeça. Ao entrar na casa do rapaz, os policiais encontraram os corpos do pai e da irmã do suspeito, com diversas perfurações. A principal suspeita é de que Reynã tenha matado os familiares após uma discussão. Ao sair de casa, ele foi atacado por vizinhos. 

Os linchamentos são gravíssimos em qualquer situação. Não são raras as vezes em que inocentes são linchados, e mesmo nos casos em que as pessoas são sabidamente culpadas, o linchamento é um sinal de barbárie e de fracasso da civilidade. 

Nossas convicções: O poder da razão e do diálogo

Essa coleção de textos da Gazeta do Povo explica por que o linchamento e a “justiça pelas próprias mãos” são incompatíveis com o Estado democrático de direito. 

 

Linchamentos: quando a população vira júri, juiz e executor 

Em entrevista à Gazeta do Povo, a pesquisadora Ariadne Natal, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, explica por que o linchamento só cria mais insegurança. Autora de um estudo sobre linchamentos que aconteceram no Brasil entre 1980 e 2009, ela explica de que forma a justiça brasileira enxerga esses casos e por que poucos agressores são condenados. 

 

Linchamentos marcam a história do Brasil 

O autor do livro “Linchamentos – A Justiça Popular no Brasil”, José de Souza Martins, falou com a Gazeta do Povo sobre os motivos que estão fazendo esse fenômeno tão violento crescer. O pesquisador calcula que, em 70 anos, mais de 1,5 milhão de brasileiros participaram de linchamentos no país. 

 

O linchamento dos linchadores 

Neste artigo, o advogado criminalista Rodrigo Faucz Pereira e Silva fala sobre o caso de Fabiane Maria de Jesus, que foi confundida com uma sequestradora, cercada e agredida até a morte enquanto voltava para casa, na periferia do município de Guarujá, São Paulo. Ele lembra que os princípios constitucionais e os direitos humanos existem para proteger todos nós. 

 

O linchamento e nós 

Este editorial da Gazeta do Povo explora os motivos por que os linchamentos acontecem, a partir de estudos, e afirma que o fenômeno ganhou um aterrorizante caráter popular, com contornos de irracionalidade em escala industrial. 

 

Cinco linchamentos que revelam a era do ódio virtual 

Também na internet é possível ser massacrado publicamente, após um comentário infeliz ou uma foto fora de contexto. Conheça cinco casos de linchamentos virtuais com consequências reais. 

 

A barbárie de fazer justiça com as próprias mãos 

Este texto explica como, muitas vezes, o clamor por justiça na verdade esconde o desejo de vingança. 

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