O Ocidente é conhecido por narrativas mitológicas e ficcionais nas quais indivíduos se dispõem a lutar contra forças que são muito mais poderosas. No decorrer da história, essas forças foram representadas de diversas maneiras (deuses, destino, sociedade).
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No cinema, talvez em razão dos governos totalitaristas que marcaram o século XX, é muito comum acompanhar obras em que a opressão estatal é a grande vilã. Seja para mostrar as atrocidades que podem ser feitas, seja para inspirar os indivíduos a lutarem pela própria liberdade, filmes desse tipo contam histórias que não possuem data de validade.
Esta lista traz sete longas em que os protagonistas enfrentam corajosamente alguma forma de injustiça.
Spartacus (Idem, 1960, EUA)
Diretor: Stanley Kubrick
Sinopse: Adquirido por um homem de negócios para ser gladiador nas arenas romanas, o escravo Spartacus (Kirk Douglas) consegue escapar das garras do seu dono e se tornar o líder de uma rebelião de prisioneiros.
Por que vale a pena assistir: A história de Spartacus é antiga e remete à época da República Romana. Existem outras versões televisivas, mas nenhuma chegou a superar o filme dirigido por Stanley Kubrick. Embora as filmagens tenham sido vítimas de inúmeros problemas, o famoso diretor norte-americano foi capaz de superar as adversidades e entregar um épico cuja grandiosidade é do mesmo tamanho do heroísmo de seu protagonista (um sujeito disposto a fazer de tudo pela liberdade).
JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, 1991, EUA)
Diretor: Oliver Stone
Sinopse: Não convencido da versão oficial do assassinato do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, o promotor Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa investigação sobre o caso.
Por que vale a pena assistir: Há muitas teorias acerca das pessoas e/ou das instituições que tiveram alguma relação na morte de John F. Kennedy. JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar fala de algumas delas. Ao longo de uma narrativa de mais de três horas de duração, o diretor Oliver Stone se apopria dos elementos de um thriller político para nos mostrar como, às vezes, nem mesmo a figura máxima do país mais poderoso do mundo é capaz de lutar contra as mãos invisíveis do Estado.
O Fantasma do Futuro (Ghost In The Shell, 1995, Japão)
Diretor: Mamoru Oshii
Sinopse: A Major Motoko (voz de Atsuko Tanaka) trabalha para um esquadrão especial de investigação. Em busca do hacker responsável pelo roubo de informações secretas, ela se depara com revelações sobre a sua própria natureza.
Por que vale a pena assistir: O conteúdo de O Fantasma do Futuro possibilita muitas reflexões. A principal delas é sobre o que nos faz humanos. As conclusões apontam para a existência de uma essência, a qual não pode ser negligenciada até quando as forças do governo empregam esforços para aplacar os seus poderes. Em 2017, foi lançada uma versão em live-action, mas a animação do diretor japonês Oshii ainda se mantém como a principal.
Inimigo do Estado (Enemy Of The State, 1998, EUA)
Diretor: Tony Scott
Sinopse: A vida do advogado Robert Clayton Dean (Will Smith) vira de cabeça para baixo após descobrir que se encontra no meio de uma conspiração governamental.
Por que vale a pena assistir: Inimigo do Estado foi realizado no fim do século passado, mas permanece muito atual. Além da história de membros da NSA invadindo a privacidade alheia encontrar eco nas acusações recentes de que os Estados Unidos recorreram a essa mesma agência para vigiar a população, nos dias de hoje se tornou muito comum ver políticos infringindo a lei em benefício próprio. Chama atenção a maneira como o roteiro de David Marconi previu certos acontecimentos.
Minority Report – A Nova Lei (Minority Report, 2002, EUA)
Diretor: Steven Spielberg
Sinopse: Em 2054, todos os crimes são prevenidos por um sistema capaz de antecipá-los. Entretanto, os problemas começam a surgir quando John Anderton (Tom Cruise), um dos agentes responsáveis pelo patrulhamento, é visto cometendo um assassinato nas próximas 36 horas.
Por que vale a pena assistir: Apesar de se passar num futuro distante, Minority Report – A Nova Lei possui semelhanças com os dias atuais. É claro que não temos um sistema igual ao do filme, mas vivemos numa época em que as redes sociais viraram um tribunal virtual e a tecnologia disponível pode exercer uma vigilância quase completa. Nas mãos de um poder constituído, isso se torna uma arma contra as liberdades individuais.
Selma – Uma Luta Pela Igualdade (Selma, 2014, EUA)
Diretor: Ava DuVernay
Sinopse: A narrativa gira em torno das famosas marchas lideradas pelo pastor protestante Martin Luther King (David Oyelowo) em 1965.
Por que vale a pena assistir: Martin Luther King foi uma das figuras mais inspiradoras do século XX. Tanto a sua coragem na hora de enfrentar a máquina estatal quanto os seus modos gentis são exemplos de força e sensibilidade. É verdade que ele merecia um filme cujos méritos narrativos e estéticos estivessem à altura, mas a possibilidade de acompanhar um dos momentos cruciais de sua trajetória política não pode ser negligenciada. Selma – Uma Luta Pela Igualdade precisa ser visto.
Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, 2016, Inglaterra)
Diretor: Ken Loach
Sinopse: Depois de sofrer um ataque cardíaco, Daniel Blake (Dave Johns) é impedido de trabalhar. Recorrendo ao Estado para auxílio financeiro, ele se vê preso numa espécie de pesadelo burocrático.
Por que vale a pena assistir: O estilo do diretor Ken Loach não é visualmente rico. Além disso, as suas narrativas costumam respeitar estruturas fixas. No entanto, quando acerta, os seus filmes costumam ser contos humanistas e comoventes. Eu, Daniel Blake não é uma das realizações mais inspiradas, porém narra uma história simples e eficiente com a qual o espectador pode se conectar facilmente. Afinal de contas, quem nunca se decepcionou com o Estado após depender de algum dos seus serviços?
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