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A falha fatal do nacionalismo cristão

Em cada encarnação, as pessoas foram informadas de que algo próximo ao paraíso na Terra pode ser realizado por meio do sistema político e por meio de um governo liderado por pessoas que acreditam como elas. Todas as vezes esse impulso falhou em atingir seus objetivos (Foto: Bigstock)

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O tema do “nacionalismo cristão” voltou a aparecer em nossa vida política, estabelecendo residência no Partido Republicano. Não é nada novo, porém, tendo assumido muitas formas no passado, incluindo o rearmamento moral, a proibição, o reconstrucionismo cristão, a maioria moral e a coalizão cristã.

Em cada encarnação, as pessoas acabam acreditando de que algo próximo ao paraíso na Terra pode ser realizado por meio do sistema político e por meio de um governo liderado por pessoas que acreditam como elas. Todas as vezes esse impulso falhou em atingir seus objetivos declarados.

Deixando de lado por um momento a falha na teologia nacionalista cristã, vamos aplicar um pouco de pragmatismo a esses movimentos, incluindo o mais recente chamado “Reawaken America”, liderado pelo ex-conselheiro de segurança nacional de Donald Trump (por 22 dias), o general aposentado Michael Flynn.

Como observou o respeitado Pew Research Center, “o declínio do cristianismo continua em ritmo acelerado”. Isso se reflete no perfil das pessoas que participam dos comícios de Flynn. Eles parecem ser principalmente mais velhos e brancos, dificilmente a imagem de uma América do futuro. Várias pesquisas mostraram que, quando perguntados sobre sua afiliação religiosa, os millennials representam a maior porcentagem (32%) com "nenhuma religião".

De acordo com o Pew, “65% dos americanos” se identificam como cristãos, mas é um grupo diversificado. Entre eles estão os protestantes tradicionais, que geralmente votam nos democratas. Entre os evangélicos, também há divisões, com alguns votando nos democratas e outros a favor dos republicanos. Os católicos romanos também estão divididos, especialmente em questões sociais como o aborto. Eles também votam em partidos políticos concorrentes ou se identificam como independentes.

A questão então se torna: como essa minoria dentro de uma minoria dentro de uma minoria ainda menor espera ganhar eleições em número suficiente para aprovar uma legislação que reverterá o que eles veem como um declínio moral e cultural? Se pudesse ser feito, não teria sido feito pelos movimentos mencionados anteriormente, que contavam com uma porcentagem maior de pessoas com ideias semelhantes?

O empresário de Oklahoma Clay Clark lidera a organização ReAwaken America. Uma reportagem da Associated Press sobre um comício recente em Batavia, Nova York, o cita: “Quero que você olhe ao redor e verá um grupo de pessoas que amam muito este país. Nesta ReAwaken America Tour, Jesus é Rei [e] o presidente Donald J. Trump é nosso presidente.”

Esse comentário resume a tentativa de fusão da fé com a política.

Essa ideologia, essa fé equivocada de que uma humanidade caída pode — ou deveria — impor uma visão de mundo por meio de um governo que a maioria não compartilha remonta pelo menos ao tempo de Jesus.

No livro de Atos, os discípulos perguntaram a Jesus: “Senhor, chegou a hora de libertar Israel e restaurar nosso reino?” (Atos 1:6). Eles estavam procurando um reino terrestre com eles mesmos no comando. Eles queriam se livrar da ocupação romana e “tomar o controle”. Faça Israel grande novamente!

Mais tarde, Jesus responderia a Pôncio Pilatos, que lhe perguntou se ele era rei: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Agora: o meu reino não é daqui” (João 18:36). Essa declaração é uma repreensão poderosa para aqueles que buscam um reino que seria tão falho quanto eles se chegasse a ser concretizado.

Sempre apreciei esta observação de C.S. Lewis, que fala dos movimentos atuais e passados ​​de “soldados cristãos” que desejam transformar a América à sua imagem: “Mire no Céu, que a Terra vem de brinde; mire na Terra e ficará sem ambos.”

Talvez esses nacionalistas cristãos bem-intencionados, mas equivocados, devam obedecer aos comandos daquele que afirmam seguir (e não me refiro a Donald Trump). Quando essa era a prioridade para os cristãos no passado, a cultura mudou. Uma América despertada não virá através da política e do governo, não importa o quanto os nacionalistas cristãos desejem isso.

Cal Thomas é autor e radialista. Ele é autor de vários livros, incluindo “America's Expiration Date: The Fall of Empires and Superpowers and the Future of the United States”[O fim da América: Queda dos impérios e superpotências e o futuro dos Estados Unidos].

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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