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A imprensa dos EUA se recusa a cobrir crimes cometidos por imigrantes ilegais

Imigrantes ilegais chegam aos Estados Unidos após atravessarem fronteira perto de Lukeville, no Arizona. (Foto: EFE/EPA/ALLISON DINNER)

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No final de abril, perto de minha casa em Tampa, na Flórida, uma mulher da Guatemala e sua filha de quatro anos foram brutalmente assassinadas com uma faca e uma pá pelo namorado da mulher. O suposto assassino, descrito pela imprensa como "um homem da Flórida", aparentemente matou sua namorada porque ela chegou tarde em casa após um passeio com amigos.

Era de se esperar que a CNN, a NPR, o New York Times e outros meios de comunicação proeminentes cobrissem essa história. Também era possível supor que legisladores progressistas e grupos que afirmam se preocupar com as mulheres, os imigrantes e a violência doméstica destacariam o caso, condenariam o horrível ataque e exigiriam providências para proteger as mulheres. Essas são suposições razoáveis, mas não se aplicam aqui.

Em vez disso, essa história tem sido em grande parte restrita a veículos de direita. A razão? O acusado, Angel Gabriel Cuz Choc, veio ilegalmente da Guatemala para os Estados Unidos em setembro de 2023. Em seu país, ele era procurado por assassinar duas outras pessoas, de acordo com a Patrulha de Fronteira dos EUA.

Esses fatos explicam por que apenas quatro veículos de notícias nacionais cobriram a história: Newsweek, People, Huffington Post e CBS News. Nenhum admitiu que Cuz Choc havia entrado no país ilegalmente, ou fez uma atualização quando estourou a notícia de que ele era procurado por dois outros assassinatos na Guatemala. Em sua frase de abertura, o HuffPo ridiculamente se referiu a Cuz Choc como um "homem da Flórida".

Veículos de mídia tradicionais e de esquerda ignoram, minimizam ou mentem descaradamente sobre casos como esse para preservar a narrativa de que todos os imigrantes ilegais são inocentes, “fugindo da pobreza e da violência em seus países de origem”. Mas e aqueles, aparentemente como Cuz Choc, que fogem porque cometeram violência em seus países e planejam cometer mais crimes aqui?

Ocasionalmente, histórias de crimes envolvendo imigrantes ilegais tornam-se grandes demais para a mídia ignorar, como o caso de Laken Riley, uma estudante da Universidade da Geórgia sequestrada e assassinada em fevereiro, supostamente por outro imigrante ilegal recentemente chegado com antecedentes criminais. Quando são obrigados a cobrir esses incidentes, os meios de comunicação corporativos frequentemente citam estudos acadêmicos enganosos afirmando que migrantes cometem menos crimes do que americanos. Muitos desses estudos são falsos; alguns incluem migrantes legais (como profissionais de TI da Índia) em vez de se concentrarem nos ilegais, e todos usam dados não-confiáveis, já que a polícia na maioria dos estados não rastreia o status de imigração dos infratores.

A imprensa raramente questiona o presidente e outros altos funcionários responsáveis por nossa fronteira praticamente aberta para que eles defendam as políticas que produziram esses crimes evitáveis. Joe Biden foi forçado a abordar o assassinato de Riley apenas porque Marjorie Taylor Greene o interrompeu durante seu discurso sobre o Estado da União. Biden errou seu primeiro nome, chamando-a de Lincoln, e enfureceu sua base ao se referir ao seu suposto assassino, com precisão, como um “ilegal”. Ele rapidamente mudou de assunto, dizendo: “Mas quantas milhares de pessoas estão sendo mortas por legais?” como se isso confortasse a família de Riley.

Ao contrário de Laken Riley, as supostas vítimas de Cuz Choc, Amalia Coc Choc De Pec, 36, e sua filha de quatro anos, Estrella, não se tornarão seus nomes conhecidos. Os progressistas, que frequentemente destacam o tratamento desigual dado a vítimas brancas e não brancas, não têm muito a dizer sobre essa disparidade. De fato, elites de esquerda e seus aliados na mídia provaram repetidamente que não se importam com minorias mortas por imigrantes ilegais. A imprensa não demonstrou interesse no caso de Ariana Funes-Diaz, uma menina de 14 anos que, em 2019, foi despida, espancada com um taco de beisebol e esfaqueada até a morte com um facão por dois membros adolescentes da gangue MS-13 que tinham antecedentes criminais. Tampouco se interessaram pelas cinco vítimas latinas, três delas mulheres, mortas em 2023 por Francisco Oropesa, um imigrante ilegal com cinco deportações anteriores.

Cuz Choc diz que veio para os EUA ilegalmente, com a ajuda de um coiote. Não sabemos se ele foi um "fugitivo" (um estrangeiro que entrou ilegalmente e não foi detectado) ou se foi autorizado a entrar no país. Dado o desinteresse da imprensa no caso, talvez nunca saberemos.

Eu viajei para 80 países e conheci muitas mais pessoas boas do que más no mundo em desenvolvimento. Mas defensores de migrantes são tolos ao pensar que não há consequências em importar grandes números de migrantes infratores de lugares que não respeitam os direitos das mulheres.

Essa atitude foi recentemente exibida por um YouTuber inglês ingênuo, mas divertido, chamado Benjamin Rich, cujo canal, Bald and Bankrupt, tem mais de 4 milhões de inscritos. Há alguns meses, Rich produziu uma série de vídeos virais em que viajou do México até nossa fronteira com migrantes que esperavam entrar no país, enfatizando repetidamente ao longo do caminho que eram pessoas ótimas que deveríamos receber de braços abertos. Como outros bons progressistas, ele nunca mencionou a possibilidade de que entre as pessoas boas houvesse pedófilos, assassinos, estupradores e homens comuns que mantêm as crenças retrógradas de seus países de origem sobre as mulheres.

Se quisermos proteger mulheres como Laken Riley e Amalia Coc Choc De Pec, devemos restringir a imigração de homens de países que obrigam a subserviência feminina, ou praticam circuncisão feminina, casamentos arranjados de crianças e a poligamia. Isso não acontecerá, é claro, porque a mídia e as organizações ativistas de esquerda que afirmam se preocupar com imigrantes e mulheres na verdade se importam em promover suas agendas políticas progressistas. Para esses grupos, mulheres como Amalia Choc de Pec e sua filha podem muito bem ser danos colaterais – vítimas cujos assassinos eram membros de uma tribo preferida.

Dave Seminara é escritor, ex-diplomata e autor de Mad Travelers: A Tale of Wanderlust, Greed & the Quest to Reach the Ends of the Earth.

©2024 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês: Nothing to See Here.

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