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A artista queer drag Mrs Tan se apresenta durante uma manifestação pedindo "igualdade de direitos e oportunidades para membros da comunidade LGBT" (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros) na Universidade das Filipinas (UP ) em Quezon City, Metro Manila, Filipinas, 29 de outubro de 2021
Semântica e realidade: como a ideologia de gênero prejudica seu próprio público| Foto: EFE/EPA/ROLEX DELA PENA

Durante seu talk show na HBO, o comediante Bill Maher destacou que a população que se identifica como LGBTQ+ na América dobrou a cada geração desde a década de 1940. Sua explicação para o fenômeno? Ser transgênero está na moda. Mas isso não é motivo para piadas.

Ativistas que promovem a ideologia de gênero contribuíram para uma tendência social com consequências significativas ao reinventar a linguagem em torno do sexo e da identidade. Na verdade, sua semântica representa uma ameaça ainda maior para a comunidade transgênero e a sociedade em geral. Deixe-me explicar por quê.

Os ativistas parecem acreditar que mudando a linguagem usada para definir o sexo, eles podem mudar a realidade. De acordo com sua terminologia, o sexo com o qual uma pessoa se identifica é o sexo dessa pessoa, independentemente de suas características físicas inatas. Dizem que um homem que se identifica como mulher é uma mulher, e talvez sempre tenha sido uma mulher.

No entanto, como Maher observou, “se pudermos admitir isso... Há algum nível de modinha na ideia de ser outra coisa que não hétero, então esta não é uma discussão séria, baseada na ciência.”

De fato, a ciência moderna mostra que nosso sexo se manifesta em todos os níveis de nosso ser, desde as óbvias diferenças físicas entre homens e mulheres, até nossos órgãos internos e a maneira como nossos corpos são estruturados, alcançando até nosso DNA. Embora a cirurgia estética e os hormônios do sexo oposto possam afetar a aparência, eles não podem mudar a realidade biológica subjacente de que homens e mulheres são diferentes desde o momento da concepção.

Independentemente da ciência, os ativistas LGBTQ+ continuam apostando em uma definição reinventada de sexo, causando grandes danos à sua própria comunidade, incentivando-os a desconsiderar importantes salvaguardas médicas.

Muitas evidências provam que os “tratamentos” transexuais causam danos. Até Maher observou que a transição “não é apenas uma decisão de estilo de vida – é médica”. Abraçar o transexualidade e incentivar indiscriminadamente a “transição” muitas vezes exacerba o sofrimento de um indivíduo porque não há evidências médicas de que a “transição” de um sexo para outro alivie a dor emocional que esses indivíduos experimentam.

O governo Obama concluiu em 2016 que não houve melhorias clinicamente significativas na qualidade de vida das pessoas que se submeteram à cirurgia de mudança de sexo. Uma correção de um estudo publicado há apenas dois anos, usando o maior conjunto de dados de todos os tempos, confirmou que nem a “transição” hormonal nem a cirúrgica trouxeram benefícios aos pacientes.

Um estudo sueco desenvolvido ao longo de 30 anos descobriu que as pessoas que se submeteram à cirurgia de mudança de sexo tiveram uma taxa de suicídio 19 vezes maior do que seus pares. Finalmente, os melhores estudos indicam que, quando as crianças com disforia de gênero têm tempo para processar seus conflitos internos sem bloqueadores da puberdade ou hormônios do sexo cruzado, 80 a 95% delas naturalmente abraçam seu sexo corporal.

Infelizmente, as pessoas que se identificam como transgêneros não são as únicas que sofrem as consequências da semântica transgênero. Outras pessoas têm vergonha de adotar sua linguagem e endossar o conceito de fluidez de gênero às suas próprias custas. Há cada vez mais exemplos de pessoas sendo demitidas por não se dirigirem a uma pessoa pelos pronomes preferidos dessa pessoa ou por não especificarem os seus próprios.

Ao fomentar a narrativa transgênero na educação infantil, a ideologia é comercializada para crianças pequenas, em métodos de ensino como o “biscoito do gênero” ou “hora da história drag queen” [N/T: trata-se de duas iniciativas criadas nos Estados Unidos para ensinar a crianças que sexo, gênero e atração sexual são coisas completamente distintas]. Essas mensagens confundem as crianças, e a intensa pressão pela adesão à corrente levou a um rápido aumento do número de adolescentes que se identificam como trangênero nos últimos anos. Para que as crianças cresçam saudáveis, elas precisam da ajuda dos adultos para aceitarem seus corpos físicos e se entenderem como homem ou mulher.

Talvez mais do que ninguém, as mulheres arcam com os custos da ideologia transgênero. Homens que se identificam como mulheres podem entrar em espaços exclusivamente femininos, como banheiros, vestiários e até prisões. No mínimo, isso representa um risco de privacidade para nossas mães, irmãs, esposas, filhas e netas. Homens foram autorizados a competir em esportes femininos, introduzindo competições desleais por causa de suas vantagens atléticas inatas.

Certamente, devemos ser compassivos com as pessoas que lutam com sua identidade de gênero, porque sua condição pode causar tremenda dor e sofrimento. Mas podemos mostrar compaixão sem comprometer seu bem-estar e o bem-estar da sociedade em geral. É preciso falar a verdade com amor. A semântica importa – mas não tanto quanto a realidade.

©2022 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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