A Venezuela é um país socialista. A Venezuela é também uma ditadura. Atualmente, a Venezuela mergulhou na violência explícita e no completo caos, sendo que o tirano Nicolás Maduro mandou suas tropas abrirem fogo contra os que tentavam levar ajuda humanitária para o país.
Ainda assim, Maduro estranhamente ainda tem quem o defenda.
O senador Bernie Sanders, principal candidato já anunciado para as prévias do Partido Democrata em 2020 e declaradamente socialista, se recusa a chamar Maduro de “ditador”.
O senador Chris Murphy, democrata por Connecticut, no melhor estilo “o 11 de setembro foi uma conspiração”, disse: “Os democratas têm de tomar cuidado com o que pode ser uma armadilha montada por Trump na Venezuela. Celebrar comboios de ajuda humanitária pode parecer a coisa certa a se fazer, mas e se nada disso tiver a ver com ajuda?”
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O rostinho novo do Partido Democrata, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, permanece num silêncio surpreendente quanto à Venezuela. Ela só se manifestou para falar à Daily Caller News Foundation: “Acho que, sabe, a crise humanitária é muito preocupante, mas, sabe, quando usamos meios não-democráticos para determinar quem está na liderança, isso também é preocupante”.
A deputada Ilhan Omar, outra novidade do Partido Democrata, criticou o enviado norte-americano à Venezuela, Elliott Abrams, numa tentativa clara de se posicionar em defesa de se aproximar de Maduro de maneira mais gentil.
Por que o surpreendente incômodo dos socialistas linha-dura do Partido Democrata em condenar Maduro e se juntar ao restante do mundo na exigência de que ele seja deposto?
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Afinal, Sanders, Ocasio-Cortez, Omar e outros nos garantem que o verdadeiro socialismo não é o que está em jogo na Venezuela – o verdadeiro socialismo é encontrado em países como a Suécia, Noruega e Dinamarca. Ainda assim, esses socialistas são incapazes de encontrar motivo para contarem laços com a Venezuela.
Que estranho.
Talvez isso aconteça porque Sanders e sua turma sabem muito bem que a Venezuela é um excelente estudo de caso do socialismo – nacionalização das principais indústrias por parte de um governo centralizado, o fim do lucro e a redistribuição de recursos por meio da tirania.
Afinal, há não muito tempo Sanders elogiava a União Soviética (ele disse que o país tinha “vários programas para a juventude e projetos culturais que vão muito além do que fazemos aqui nos Estados Unidos”), o sandinista nicaraguense Daniel Ortega e a Cuba de Fidel Castro (“…ele deu educação às crianças, deu tratamento de saúde às crianças, transformou completamente a sociedade”).
E há ainda a verdade incômoda de que os países que Sanders considera socialista rejeitam completamente esse rótulo.
O ex-primeiro ministro sueco Carl Bildt atacou Sanders nesta semana, dizendo que “Bernie Sanders teve sorte de ver a União Soviética em 1988 e elogiar todas as incríveis realizações socialistas antes que todo o sistema e o império entrassem em colapso sob o peso de seus próprios e espetaculares fracassos”.
Em 2015, o primeiro-ministro dinamarquês Lars Rasmussen desdenhou dos sonhos de uma utopia socialista de Sanders, dizendo que “o modelo nórdico é o de um Estado de bem-estar social amplo que propicia um alto nível de segurança a seus cidadãos, mas é também uma bem-sucedida economia de mercado com liberdade para que você vá atrás de seus sonhos e possa viver a vida que bem entender”.
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Eis a triste verdade sobre o socialismo: ele arrasa com a economia proporcionalmente à sua intromissão nela. O capitalismo gera prosperidade. É conveniente para Sanders e sua turma citar os países nórdicos como exemplos de socialismo, uma vez que eles se baseiam no livre mercado, com planos de redistribuição de inspiração socialista montados sobre os alicerces da livre-iniciativa.
Mas, no fundo, Sanders sabe que a consequência real do socialismo pode ser vista na Venezuela, em Cuba e na União Soviética. E é por isso que Sanders simplesmente não consegue deixar de apoiar o socialismo venezuelano, nem que para isso ele tenha que propagar a mentira de que o socialismo não foi realmente posto em prática na Venezuela.
Tradução de Paulo Polzonoff Jr.
©2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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