Ouça este conteúdo
A indústria do aborto já fez várias coisas estúpidas ao longo dos anos – como instalar fórceps em árvores de Natal, promover uma campanha de arrecadação no Dia das Mães, abrir “spas” de aborto, realizar concursos de arte com camisinha e oferecer descontos de Black Friday — mas a mais recente hashtag da organização abortista NARAL, “#ProChoicePup” (algo como "Filhote pró-escolha), é tão ridícula que até o site satírico Babylon Bee (site americano que faz sátiras com os progressistas) teve de esclarecer que não se tratava de piada.
“No jornalismo, isso não deveria surpreender ninguém. A indústria do aborto está descontrolada”, escreveu Joel Abbott, editor do NotTheBee.com com um meneio de cabeça.
Aparentemente, a extrema-esquerda é incapaz de atrair as pessoas com sua pauta, e por isso decidiu recorrer ao melhor amigo do homem.
“Este é o Bandit”, tuitou a NARAL com uma foto de um cachorrinho que obviamente não tem ideia de que está liderando uma campanha nacional pelo aborto. “O Bandit adora a liberdade reprodutiva. O Bandit odeia a desinformação antiaborto. O Bandit é um perfeito #ProChoicePup”.
Ah, bom, “O Bandit também come o próprio cocô”, respondeu Dana Loesch, sem acreditar que ninguém na NARAL tenha percebido o absurdo da ideia.
Ainda assim, em 23 de março, a mesma indústria que achou que uma campanha de Dia dos Namorados intitulada “Quer Ser Meu Anticoncepcional?” era uma bela ideia pediu que pessoas de todo o país publicassem fotos de seus cachorros com a mesma hashtag #ProChoicePup — o que resultou em reações ainda mais estúpidas.
Por exemplo, “Essa é a Penny. A Penny sabe que financiar abortos é um ato de amor”. Ou: “Esse é o Ollie. O Ollie passa o dia sonhando com liberdade reprodutiva para todos”. (Na verdade, o Ollie passa o dia sonhando em perseguir esquilos — mas ninguém se deu ao trabalho de perguntar a ele).
Mas por mais estúpido que seja sugerir transformar animais em defensores do aborto, isso é apenas uma parte da campanha. A NARAL também recomenda que se leia um panfleto intitulado “Como Conversar com seu Cachorrinho Abortista”, com sugestões sobre como seu totó pode ser um bom menino “latindo” para informações pró-vida.
“Certifique-se de que seu cachorrinho saiba que faz parte de uma maioria”, aconselha a NARAL com várias estatísticas e pesquisas falsas. “Explique a conexão entre o extremismo antiaborto e o movimento supremacista branco”. (Deve ser uma conversa interessante, levando em conta o vasto vocabulário monossilábico do Rex).
Os conservadores, sem acreditar que a NARAL pudesse se sujeitar a tal ridículo, expressou essa incredulidade. “É dia de matar o filho e arranjar um cachorro?”, perguntou alguém. “A ideia é promover os animais de estimação como substitutos de crianças?”. A maioria dos cachorros é castrada, argumentaram outros, e não têm liberdade reprodutiva.
Aí, claro, veio a ironia óbvia: as pessoas só têm cachorros porque eles são adotados – não abortados. “Essa é a Rosie. Ela foi abandonada, mas encontrou felicidade e amor e hoje tem uma vida maravilhosa com uma família carinhosa e amorosa. Ela está feliz por não ter sido abortada. #ProLifePup”.
Isso não quer dizer que a indústria do aborto não tenha nada em comum com o Bandit. Ela também gosta de ganhar tudo de graça. E, como bandidos reais, ela rouba o contribuinte todos os anos.
Sejam quais forem as intenções da NARAL, a questão é que usar imagens de cachorrinhos para falar de algo bárbaro como um aborto não torna o assassinato de bebês bonitinho ou aceitável. É nojento e perturbador.
No final das contas, esses cachorros acabaram como o restante dos norte-americanos: parceiros involuntários de um grande plano abortista nacional.
Tony Perkins é presidente da Family Research Council (Conselho de Pesquisa Familiar, uma organização americana pró-vida e pró-casamento).