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Aborto seletivo impediu o nascimento de 23,1 milhões de mulheres, diz estudo

Em países em que as famílias preferem filhos homens a mulheres, o aborto seletivo impediu que 23,1 milhões de bebês do sexo feminino nascessem. Foto: Pixabay (Foto: )

Existe um desequilíbrio na média mundial de nascimentos de meninos e de meninas, e em algumas regiões, as diferenças são mais profundas. As chances de um bebê ser menino ou menina são as mesmas: 50% cada um. Ainda assim, em média, a cada 100 bebês nascidos do sexo feminino no mundo todo, nascem 105 bebês do sexo masculino.

Um grupo de pesquisadores usou uma imensa quantidade de dados de recenseamentos, registros de nascimentos e outros coletados durante décadas em 202 países para estimar a proporção de nascimentos de meninos e meninas pelo mundo desde 1950, e chegou a uma conclusão sobre por que os registros contrariam a natureza. Eles descobriram que em algumas regiões, a proporção de meninos e meninas diverge muito da média histórica, e que em doze países, 23,1 milhões de mulheres deixaram de nascer entre 1970 e 2017.

A principal causa para o “desaparecimento” dos bebês do sexo feminino é o aborto seletivo nas regiões onde as famílias preferem bebês do sexo masculino. A maioria desses casos é da China (11,9 milhões) e da Índia (10,6 milhões). Como esses países concentram 38% da população mundial, eles são os grandes responsáveis pelo desequilíbrio demográfico. Os outros países são: Albânia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Hong Kong (região administrativa especial da China), Coreia do Sul, Montenegro, Taiwan (província da China), Tunísia e Vietnã.

Os resultados do estudo foram publicados recentemente no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Os autores são da Universidade de Cingapura, da Universidade de Massachusetts e da Organização das Nações Unidas.

Política de filho único na China

A China atingiu o maior desequilíbrio entre os nascimentos de meninos e meninas em 2005, quando para cada 100 meninas nascidas, nasciam 118 meninos.

Já se sabia que desde os anos 1970, quando a tecnologia de ultrassom passou a ser mais acessada pela população em alguns países, famílias na China e na Índia passaram a escolher ter filhos em vez de filhas.

Em 1979, a China implementou uma política de filho único com o objetivo de controlar o tamanho da sua população. O programa estabelecia um limite sobre o número de crianças que um casal poderia ter – um casal de região rural poderia ter um segundo filho se a primeira fosse mulher, por exemplo. A política foi encerrada em 2015, e durante as três décadas em que esteve em vigor, o aborto era permitido e encorajado como forma de obedecer a regra.

Estima-se que, em 2020, haverá 30 milhões mais homens do que mulheres na China, o que pode resultar em instabilidade social e emigração de homens que vão tentar se casar em outros países.

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