O norueguês Jon Fosse, de 64 anos, é o vencedor do Nobel de Literatura de 2023. Segundo a Academia Sueca, que fez o anúncio na manhã desta quinta-feira (5), Fosse foi reconhecido por suas “peças e prosa inovadoras, que dão voz ao indizível”. O prêmio inclui uma quantia em dinheiro no valor de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 5 milhões.
A escolha de Jon Fosse quebra uma sequência de escolhas controversas feitas pelo Nobel nos últimos anos. Depois de apostar em escritores de grupos minoritários ou de países até então não contemplados (sem contar o roqueiro Bob Dylan, em 2016), a Academia neste ano optou por um escritor bastante lido e premiado em todo o mundo.
Responsável por mais de 50 obras – entre romances, coletâneas de poemas e contos, ensaios, livros infantis e peças de teatro –, Fosse é considerado pela crítica o maior dramaturgo católico da atualidade, além de um descendente direto de nomes fundamentais para o gênero, como o irlandês Samuel Beckett e o britânico Harold Pinter. No total, apenas oito autores teatrais conquistaram o prêmio da Academia Sueca, instituído em 1901.
De origem luterana, o escritor se converteu ao catolicismo há dez anos, depois de enfrentar e superar problemas relacionados alcoolismo. Segundo a organização do Nobel, “há um grande calor e humor em sua obra, e também uma ingênua vulnerabilidade em suas imagens cruas da experiência humana”. Fosse ainda é conhecido por seu compromisso com a preservação e promoção do idioma nynorsk, umas das formas oficiais da língua norueguesa.
Apesar de ser um autor consagrado e amplamente traduzido, Jon Fosse tem apenas dois livros disponíveis no Brasil: ‘Melancolia’ (lançado pela editora Tordesilhas em 2015) e ‘É a Ales’ (publicado no mês passado pela Companhia das Letras). Ainda neste mês, um terceiro título do autor chega às livrarias do país – ‘Brancura’, editado pela Fósforo.
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